N/A. - Aki está a continuação de solitários!!!
Finalmente!!! ö)
Capítulo 1
Tanto Harry como Draco estavam iniciando vidas novas. Na
manhã do primeiro dia de férias em que acordaram em
Hogwarts, ambos pareciam duvidar do que viam. Olharam bem ao
redor, esfregaram os olhos como que para ter certeza de que
aquilo era mais do que um sonho. Era.
- Bom dia, Malfoy - disse Harry, ainda duvidando de que
acabara de acordar no mesmo quarto de seu inimigo. Ou será
ex-inimigo? Pensou. Colocou os óculos, devagar,
pensando...
Draco olhou para Harry, que estava sentado na cama, o pijama
largo demais, com as mangas dobradas. Ele quase riu e
perguntou se ele tinha comprado aquilo numa loja para mamutes,
mas lembrou que não precisava mais achar tudo horrível e ser
também horrível com as pessoas.
- Bom dia, Potter - ele disse, enquanto levantava da cama. -
Será que o café da manhã será servido do Salão Principal?
- Acho que sim, o Dumbledore não falou nada... - adicionou
Harry, pensando: É difícil acreditar que eu me livrei dos
Dursley, mas ainda mais difícil é acreditar que eu estou
tendo uma conversa normal com o Malfoy.
Draco já estava em pé, junto do grande armário que ele e
Harry dividiam. Pegou uma muda de vestes e caminhou par ao
banheiro. Harry olhou para os pés de Draco e não pode conter
o riso quando viu as pantufas de abóbora.
Draco voltou-se novamente para Harry, que gelou. Os olhos
cinzentos cintilavam. Ih, eu não devia ter rido,
pensou Harry, ele vai me jogar uma maldição.... Mas
no instante seguinte, algo ainda mais impossível aconteceu.
Draco riu. Gargalhou. Riu como Harry jamais imaginara que ele
fosse capaz. E ainda por cima, tirou um pé da pantufa e
atirou na cabeça de Harry, que ainda atordoado com a cena
não se esquivou e recebeu a massa laranjada em cheio no
rosto, derrubando os óculos.
- Engula isso, Potter, se você acha tão engraçado.... -
Draco disse, antes de atravessar a porta do banheiro.
Meu... Deus....
pensou Harry. Será possível que o
Malfoy seja uma pessoa decente como a Gina acredita? Ele
apanhou a pantufa do chão, recolocou os óculos e, pensativo,
sentou na cama. Draco Malfoy é um ser humano....
******
Gina Weasley havia acordado havia alguns minutos, mas
permanecia preguiçosamente deitada em sua cama. Ele pensava
em milhões de coisas, como por exemplo, em como convencer sua
família a aceitar uma visita de Draco, afinal, ele não
pode passar o verão todo lá, com o Harry... ela pensava.
- Dava para a senhorita levantar ou é muito complicado? -
perguntou carinhosamente a Sra. Weasley, entrando no quarto da
filha.
Gina sorriu e, atirando longe as cobertas, levantou-se da
cama e foi abraçar a mãe.
- Bom dia, mamãe....
- Bom dia, querida, dormiu bem?
- Sim, dormi... - Gina sorriu novamente, soltando a mãe
para arrumar a cama.
- Teve bons sonhos? - Molly perguntou, se apoiando na parede
do quarto enquanto via a filha dobrar, cuidadosamente, os
lençóis Weasley. Ela cresceu tanto...
- Ótimos... eu sonhei com o Draco.... - Gina deixou
escapar, e olhou rapidamente para ver a reação da mãe.
- Que bom, querida. Se você tem certeza de que ele é um
bom garoto, eu confio nele também. - Acrescentou Molly,
enquanto observava que a camisola de Gina terminava na metade
da sua canela e era demasiado apertada na altura dos seios.
Ela já é uma mocinha.... - Precisamos arrumar novas roupas
de dormir para você, querida.
Gina olhou as mangas da camisola, que terminavam pouco além
de seu cotovelo, e riu.
- Sério...?
- Sim, claro... ainda mais se você quiser que um certo
garoto louro venha passar uma temporada aqui... imagine o que
ele ia achar se encontrasse você com essa camisola de gnomos
no café da manhã.... - Molly acrescentou, rindo também.
- SÉRIO??? - Gina gritou, empolgada.
A mãe apenas acenou com a cabeça, sorrindo travessamente.
Gina correu e abraçou a mãe novamente. Rony colocou a
cabeça para dentro da porta, descabelado.
- Reunião familiar e ninguém me chamou? - ele perguntou,
sonolento.
- Vem aqui, irmãozinho! - Gina gritou, empolgada, pulando
nas costas de Rony, que cambaleou e caiu no chão.
- Nossa, o que é isso? Papai ganhou na loteria de novo? -
Rony perguntou, sorrindo no meio do emaranhado de cabelos da
Gina.
- Não, a mamãe é que deixou o Draco vir me ver aqui!!!
- Sério, mãe? - Rony perguntou, levantando.
- Sério, Rony... - ela respondeu, enquanto usava a varinha
para erguer as cobertas de Gina no armário. - Algo contra,
querido?
- Não... hmm... mas o papai acha o que?
Gina levanta também, encontrando mais um furo no pijama e
Rony, junto da gola, e acena para a mãe que o irmão também
precisa de pijamas novos.
- Papai acha que se a mamãe concorda está tudo bem -
respondeu Artur Weasley, pela porta entreaberta.
Gina correu e se pendurou no pescoço do pai, sorrindo
agradecida. Artur deu alguns passos e entrou completamente no
quarto, onde Molly alisava a cama da garota com a varinha e
Rony encarava o pai.
- Mas pai... ele é um Malfoy - disse Fred, entrando pela
porta também, seguido de Jorge.
- E você sabe que Malfoys e Weasleys não.. hmm... combinam
muito - acrescentou o outro gêmeo.
Gina soltou o pai, olhando os irmãos, ameaçadora. Artur
apoiou a mão no ombro da filha, e disse, muito calmo:
- Vocês sabem que isso de família não é importante, ou
vocês saem chamando a Hermione e a Angelina de sangue-ruim,
ou o Longbottom de aborto?
- Claro que não, pai! - responderam Rony, Fred e Jorge ao
mesmo tempo.
- Então que problema há em ser um Malfoy? Um poeta trouxa
muito famoso, um tal de Shunkshire disse que, não importa
o nome que se dê a rosa, pois de qualquer modo, permanece o
perfume...
- O Malfoy? Uma rosa? - Rony caiu no riso, enquanto o pai o
olhou severamente e disse:
- Se o que a Gina contou nas cartas dela é verdade, que ele
foi expulso da família por causa dela e que aquele pai
asqueroso dele é quem o obrigava a fazer aquelas coisas,
então ele poderia se chamar até Weasley se um nome fosse
tão importante, não é?
Todos se entreolharam. Fred e Jorge murmuraram alguma coisa
como Draco Weasley... E começaram a sair,
disfarçadamente pela porta. Rony estava quase saindo quando
Molly avisou:
- Roniquinho, se você quiser pijamas novos, se vista logo
depois do café que eu e a Gina vamos às compras no Beco
Diagonal, tudo bem, docinho?
Rony olhou ferozmente para a mãe, como quem pergunta: Roniquinho???
Mas logo sorriu e concordou com a cabeça, saindo de uma vez.
Gina saiu atrás dos irmãos, saltitando, depois de beijar o
pai e a mãe, em agradecimento. Artur passou o braço ao redor
da cintura da esposa e disse, sério:
- Nós temos dinheiro para pijamas, querida?
- Percy me entregou ontem um dinheiro para o presente de
aniversário da Gina. Achei que ela ia gostar de dividir com o
Rony também... Percy disse que só vai voltar para casa em
meados de agosto... - ela sorriu tristemente
- Tudo bem querida, você sabe que o Ministério finalmente
deu um trabalho decente para o garoto e que ele quer provar
para todos do que é capaz...
Ele deu um beijo na testa da esposa, e saíram juntos pela
porta. Os filhos já estavam tomando, alvoroçados, o café da
manhã. Logo, Fred e Jorge desaparataram para o trabalho, sua
própria loja de logros e brincadeiras no Beco Diagonal:
Gemialidades Weasley; Artur saiu para o Ministério e Molly
apressou Gina e Rony para se trocarem.
Em meia hora, os únicos barulhos na Toca era o vampiro do
sótão se batendo nas chaminés, enquanto o relógio na
cozinha apontava que Artur, Fred, Jorge, Percy e Gui estavam no
trabalho, Carlinhos estava em uma festa de arromba,
e Molly, Gina e Rony estavam viajando.
*********
- Morreu no banheiro, Draco? - gritou Harry, através da
porta - Eu to apertado, sabia!? Você tá aí faz quarenta
minutos!!!
Com alívio, Harry ouviu a porta destrancando. A cabeça
molhada de Draco olhou pela fresta e, ligeiramente ruborizada,
falou:
- As minhas roupas... elas... encolheram... -e Draco saiu,
enquanto Harry caía na gargalhada.
- Você estava escondido pra eu não te ver com essas
calças..??? - ele disse, apontando as calças pretas
justíssimas que Draco estava usando.
- Bem.. o Tobby, meu elfo doméstico queria me ajudar e me
mandou umas roupas, mas acho que o feitiço pro meu pai não
descobrir deu errado... porque tá tudo desse tamanho... - Ele
esticou a camiseta branca também muito justa que usava,
enquanto Harry tentava parar de rir.
Draco deu alguns passos a mais, e sentou na cama, confuso.
Mas o barulho que cortou o ar acabou com os esforços de ambos
em ficarem sérios: a calça acabara de rasgar. Draco levantou
novamente e constatou que o rasgo nem era tão grande assim,
pois o corte apenas deixava o seu joelho a mostra,
aparentemente.
Harry observava, rindo, rindo incontrolavelmente.... e
quando Draco deu uma volta, ele pode ver que o barulho não
havia sido apenas do rasgo no joelho: havia um corte
horizontal em toda a parte de trás da outra coxa. Harry, que
já estava apertadíssimo para ir ao banheiro, entrou correndo
pela porta, quase fazendo xixi nas calças.
- Que foi??? - perguntou Draco, tentando enxergar a parte
detrás da calça, sem sucesso.
A voz de Harry, por detrás da porta gritou, rouca de tanto
rir:
- Atrás tem um furo ainda maior do que na frente!!!
Era só o que me faltava... além de ter pouca roupa, ela é
justa e está rasgada...
Pensava Draco, inconsolável.
Harry saiu do banheiro, vermelho, e disse:
- Bem... em todo o caso, eu posso te emprestar alguma
coisa... - e apontou para a mala cinzenta com os trapos que o
Tio Válter mandara para Hogwarts.
Draco olhou, e recomeçou a rir.
- A gente vai fazer o que? Andar pelado? - perguntou Harry,
sentando em sua cama.
- Ia ser meio suspeito a gente ficar andando sem roupa,
morando só nós dois nesse quarto... - Draco respondeu,
tentando esticar a camiseta.
- A gente podia ir comprar roupas no Beco Diagonal, ou em
Londres mesmo, em alguma loja trouxa, se você não ligar... -
Harry disse, tendo a idéia subitamente.
- Ligar pra roupa trouxa até que eu não ligo - disse
Draco, começando a ruborizar - eu ligo mesmo é porque eu
não tenho um galeão furado pra comprar uma camiseta...
Ih, é verdade. O pai dele deserdou o menino, sem roupa, nem
dinheiro.. nem nada....
pensou Harry, procurando uma
solução. Subitamente, sua mente se iluminou com a pequena
fortuna que o esperava no Gringotes.
- Eu posso te emprestar se você quiser... - e vendo os
olhos de Draco baixarem, envergonhados, acrescentou
rapidamente - ... e você me paga quando puder!
- E quando eu vou poder?
Ouviram o barulho da porta do quarto abrindo, e Dumbledore
entrou, sorrindo:
- Assim que vocês receberem os seus primeiros salários...
- Como assim? - perguntou Harry
- É simples. Vocês vão fazer 17 anos ainda nessas
férias, e não têm quem os sustente, então é hora de
trabalharem....
- Aonde? - foi a vez de Draco perguntar
- Aqui mesmo, em Hogwarts. Vocês vão ajudar os professores
a prepararem as aulas para o ano que vem, e em troca, eu vou
lhes pagar alguns galeões...
Os garotos se entreolhara, sorrindo. É meu segundo passo
de independência! Pensaram ao mesmo tempo, os olhos
verdes de Harry cintilando, imaginando a fúria dos Dursleys e
os olhos cinzentos de Draco lançando uma luz nova e
agradecida para Dumbledore, agora meu pai vai ver do que eu
sou capaz!
- Vocês podem começar amanhã e pegar uma folga de duas
semana nas férias, para viajarem, se quiserem... - Dumbledore
acrescentou - ... e agora os senhores podem descer para o
café, antes que os últimos professores se levantem e os
elfos tirem a mesa...
- Muito obrigado, professor... - disse Draco, timidamente
- ... por nos dar essa... oportunidade - acrescentou Harry.
- Por nada, garotos. Agora vamos comer... - e Dumbledore
virou as costas, e foi saindo pela porta.
Harry trocou de roupa, enquanto Draco esperava. Depois ambos
seguiram atrás do diretor, e logo entraram no salão
principal, onde uma mesa estava colocada ao centro, as mesas
das casas esquecidas. Apenas Snape e McGonnagal estavam
comendo.
- Bom dia - disseram os professores
- Bom dia - sorriu Draco
- Bom dia - disse Harry, olhando apenas para a professora
Minerva.
Snape terminou o café primeiro, e só então dirigiu o
olhar aos alunos. Seus olhos correram pelos cabelos
despenteados de Harry, eu sabia que tinha esquecido alguma
coisa, pensou o garoto, achatando os cabelos rebeldes, e
depois o olhar frio do professor cruzou as calças rasgadas e
a camiseta justa de Draco. Snape simplesmente abaixou a
cabeça e saiu pela grande porta, balançando os cabelos
sebosos e pensando: esses jovens de hoje em dia...
Em pouco tempo, os garotos também deixaram a mesa e
seguiram para a lareira do seu quarto, carregando um saquinho
de pó-de-flu que Dumbledore lhes entregara ao deixar a mesa.
Como a lareira era imensa, Draco jogou um punhado do pó e
entraram ele e Harry ao mesmo tempo, gritando: "BECO
DIAGONAL"
Nota do Próximo Capítulo
- Quantas lojas de
roupa há no Beco Diagonal? E se deve ter uma porção, porque
todo mundo vai à Madame Malkin? ö)