Solitários 2 - Capítulo 1
N/A. - Aki está a continuação de solitários!!! Finalmente!!! ö)
 
Capítulo 1
 
Tanto Harry como Draco estavam iniciando vidas novas. Na manhã do primeiro dia de férias em que acordaram em Hogwarts, ambos pareciam duvidar do que viam. Olharam bem ao redor, esfregaram os olhos como que para ter certeza de que aquilo era mais do que um sonho. Era.
- Bom dia, Malfoy - disse Harry, ainda duvidando de que acabara de acordar no mesmo quarto de seu inimigo. Ou será ex-inimigo? Pensou. Colocou os óculos, devagar, pensando...
Draco olhou para Harry, que estava sentado na cama, o pijama largo demais, com as mangas dobradas. Ele quase riu e perguntou se ele tinha comprado aquilo numa loja para mamutes, mas lembrou que não precisava mais achar tudo horrível e ser também horrível com as pessoas.
- Bom dia, Potter - ele disse, enquanto levantava da cama. - Será que o café da manhã será servido do Salão Principal?
- Acho que sim, o Dumbledore não falou nada... - adicionou Harry, pensando: É difícil acreditar que eu me livrei dos Dursley, mas ainda mais difícil é acreditar que eu estou tendo uma conversa normal com o Malfoy.
Draco já estava em pé, junto do grande armário que ele e Harry dividiam. Pegou uma muda de vestes e caminhou par ao banheiro. Harry olhou para os pés de Draco e não pode conter o riso quando viu as pantufas de abóbora.
Draco voltou-se novamente para Harry, que gelou. Os olhos cinzentos cintilavam. Ih, eu não devia ter rido, pensou Harry, ele vai me jogar uma maldição.... Mas no instante seguinte, algo ainda mais impossível aconteceu. Draco riu. Gargalhou. Riu como Harry jamais imaginara que ele fosse capaz. E ainda por cima, tirou um pé da pantufa e atirou na cabeça de Harry, que ainda atordoado com a cena não se esquivou e recebeu a massa laranjada em cheio no rosto, derrubando os óculos.
- Engula isso, Potter, se você acha tão engraçado.... - Draco disse, antes de atravessar a porta do banheiro.
Meu... Deus.... pensou Harry. Será possível que o Malfoy seja uma pessoa decente como a Gina acredita? Ele apanhou a pantufa do chão, recolocou os óculos e, pensativo, sentou na cama. Draco Malfoy é um ser humano....
******
Gina Weasley havia acordado havia alguns minutos, mas permanecia preguiçosamente deitada em sua cama. Ele pensava em milhões de coisas, como por exemplo, em como convencer sua família a aceitar uma visita de Draco, afinal, ele não pode passar o verão todo lá, com o Harry... ela pensava.
- Dava para a senhorita levantar ou é muito complicado? - perguntou carinhosamente a Sra. Weasley, entrando no quarto da filha.
Gina sorriu e, atirando longe as cobertas, levantou-se da cama e foi abraçar a mãe.
- Bom dia, mamãe....
- Bom dia, querida, dormiu bem?
- Sim, dormi... - Gina sorriu novamente, soltando a mãe para arrumar a cama.
- Teve bons sonhos? - Molly perguntou, se apoiando na parede do quarto enquanto via a filha dobrar, cuidadosamente, os lençóis Weasley. Ela cresceu tanto...
- Ótimos... eu sonhei com o Draco.... - Gina deixou escapar, e olhou rapidamente para ver a reação da mãe.
- Que bom, querida. Se você tem certeza de que ele é um bom garoto, eu confio nele também. - Acrescentou Molly, enquanto observava que a camisola de Gina terminava na metade da sua canela e era demasiado apertada na altura dos seios. Ela já é uma mocinha.... - Precisamos arrumar novas roupas de dormir para você, querida.
Gina olhou as mangas da camisola, que terminavam pouco além de seu cotovelo, e riu.
- Sério...?
- Sim, claro... ainda mais se você quiser que um certo garoto louro venha passar uma temporada aqui... imagine o que ele ia achar se encontrasse você com essa camisola de gnomos no café da manhã.... - Molly acrescentou, rindo também.
- SÉRIO??? - Gina gritou, empolgada.
A mãe apenas acenou com a cabeça, sorrindo travessamente. Gina correu e abraçou a mãe novamente. Rony colocou a cabeça para dentro da porta, descabelado.
- Reunião familiar e ninguém me chamou? - ele perguntou, sonolento.
- Vem aqui, irmãozinho! - Gina gritou, empolgada, pulando nas costas de Rony, que cambaleou e caiu no chão.
- Nossa, o que é isso? Papai ganhou na loteria de novo? - Rony perguntou, sorrindo no meio do emaranhado de cabelos da Gina.
- Não, a mamãe é que deixou o Draco vir me ver aqui!!!
- Sério, mãe? - Rony perguntou, levantando.
- Sério, Rony... - ela respondeu, enquanto usava a varinha para erguer as cobertas de Gina no armário. - Algo contra, querido?
- Não... hmm... mas o papai acha o que?
Gina levanta também, encontrando mais um furo no pijama e Rony, junto da gola, e acena para a mãe que o irmão também precisa de pijamas novos.
- Papai acha que se a mamãe concorda está tudo bem - respondeu Artur Weasley, pela porta entreaberta.
Gina correu e se pendurou no pescoço do pai, sorrindo agradecida. Artur deu alguns passos e entrou completamente no quarto, onde Molly alisava a cama da garota com a varinha e Rony encarava o pai.
- Mas pai... ele é um Malfoy - disse Fred, entrando pela porta também, seguido de Jorge.
- E você sabe que Malfoys e Weasleys não.. hmm... combinam muito - acrescentou o outro gêmeo.
Gina soltou o pai, olhando os irmãos, ameaçadora. Artur apoiou a mão no ombro da filha, e disse, muito calmo:
- Vocês sabem que isso de família não é importante, ou vocês saem chamando a Hermione e a Angelina de sangue-ruim, ou o Longbottom de aborto?
- Claro que não, pai! - responderam Rony, Fred e Jorge ao mesmo tempo.
- Então que problema há em ser um Malfoy? Um poeta trouxa muito famoso, um tal de Shunkshire disse que, não importa o nome que se dê a rosa, pois de qualquer modo, permanece o perfume...
- O Malfoy? Uma rosa? - Rony caiu no riso, enquanto o pai o olhou severamente e disse:
- Se o que a Gina contou nas cartas dela é verdade, que ele foi expulso da família por causa dela e que aquele pai asqueroso dele é quem o obrigava a fazer aquelas coisas, então ele poderia se chamar até Weasley se um nome fosse tão importante, não é?
Todos se entreolharam. Fred e Jorge murmuraram alguma coisa como Draco Weasley... E começaram a sair, disfarçadamente pela porta. Rony estava quase saindo quando Molly avisou:
- Roniquinho, se você quiser pijamas novos, se vista logo depois do café que eu e a Gina vamos às compras no Beco Diagonal, tudo bem, docinho?
Rony olhou ferozmente para a mãe, como quem pergunta: Roniquinho??? Mas logo sorriu e concordou com a cabeça, saindo de uma vez.
Gina saiu atrás dos irmãos, saltitando, depois de beijar o pai e a mãe, em agradecimento. Artur passou o braço ao redor da cintura da esposa e disse, sério:
- Nós temos dinheiro para pijamas, querida?
- Percy me entregou ontem um dinheiro para o presente de aniversário da Gina. Achei que ela ia gostar de dividir com o Rony também... Percy disse que só vai voltar para casa em meados de agosto... - ela sorriu tristemente
- Tudo bem querida, você sabe que o Ministério finalmente deu um trabalho decente para o garoto e que ele quer provar para todos do que é capaz...
Ele deu um beijo na testa da esposa, e saíram juntos pela porta. Os filhos já estavam tomando, alvoroçados, o café da manhã. Logo, Fred e Jorge desaparataram para o trabalho, sua própria loja de logros e brincadeiras no Beco Diagonal: Gemialidades Weasley; Artur saiu para o Ministério e Molly apressou Gina e Rony para se trocarem.
Em meia hora, os únicos barulhos na Toca era o vampiro do sótão se batendo nas chaminés, enquanto o relógio na cozinha apontava que Artur, Fred, Jorge, Percy e Gui estavam no trabalho, Carlinhos estava em uma festa de arromba, e Molly, Gina e Rony estavam viajando.
*********
- Morreu no banheiro, Draco? - gritou Harry, através da porta - Eu to apertado, sabia!? Você tá aí faz quarenta minutos!!!
Com alívio, Harry ouviu a porta destrancando. A cabeça molhada de Draco olhou pela fresta e, ligeiramente ruborizada, falou:
- As minhas roupas... elas... encolheram... -e Draco saiu, enquanto Harry caía na gargalhada.
- Você estava escondido pra eu não te ver com essas calças..??? - ele disse, apontando as calças pretas justíssimas que Draco estava usando.
- Bem.. o Tobby, meu elfo doméstico queria me ajudar e me mandou umas roupas, mas acho que o feitiço pro meu pai não descobrir deu errado... porque tá tudo desse tamanho... - Ele esticou a camiseta branca também muito justa que usava, enquanto Harry tentava parar de rir.
Draco deu alguns passos a mais, e sentou na cama, confuso. Mas o barulho que cortou o ar acabou com os esforços de ambos em ficarem sérios: a calça acabara de rasgar. Draco levantou novamente e constatou que o rasgo nem era tão grande assim, pois o corte apenas deixava o seu joelho a mostra, aparentemente.
Harry observava, rindo, rindo incontrolavelmente.... e quando Draco deu uma volta, ele pode ver que o barulho não havia sido apenas do rasgo no joelho: havia um corte horizontal em toda a parte de trás da outra coxa. Harry, que já estava apertadíssimo para ir ao banheiro, entrou correndo pela porta, quase fazendo xixi nas calças.
- Que foi??? - perguntou Draco, tentando enxergar a parte detrás da calça, sem sucesso.
A voz de Harry, por detrás da porta gritou, rouca de tanto rir:
- Atrás tem um furo ainda maior do que na frente!!!
Era só o que me faltava... além de ter pouca roupa, ela é justa e está rasgada... Pensava Draco, inconsolável. Harry saiu do banheiro, vermelho, e disse:
- Bem... em todo o caso, eu posso te emprestar alguma coisa... - e apontou para a mala cinzenta com os trapos que o Tio Válter mandara para Hogwarts.
Draco olhou, e recomeçou a rir.
- A gente vai fazer o que? Andar pelado? - perguntou Harry, sentando em sua cama.
- Ia ser meio suspeito a gente ficar andando sem roupa, morando só nós dois nesse quarto... - Draco respondeu, tentando esticar a camiseta.
- A gente podia ir comprar roupas no Beco Diagonal, ou em Londres mesmo, em alguma loja trouxa, se você não ligar... - Harry disse, tendo a idéia subitamente.
- Ligar pra roupa trouxa até que eu não ligo - disse Draco, começando a ruborizar - eu ligo mesmo é porque eu não tenho um galeão furado pra comprar uma camiseta...
Ih, é verdade. O pai dele deserdou o menino, sem roupa, nem dinheiro.. nem nada.... pensou Harry, procurando uma solução. Subitamente, sua mente se iluminou com a pequena fortuna que o esperava no Gringotes.
- Eu posso te emprestar se você quiser... - e vendo os olhos de Draco baixarem, envergonhados, acrescentou rapidamente - ... e você me paga quando puder!
- E quando eu vou poder?
Ouviram o barulho da porta do quarto abrindo, e Dumbledore entrou, sorrindo:
- Assim que vocês receberem os seus primeiros salários...
- Como assim? - perguntou Harry
- É simples. Vocês vão fazer 17 anos ainda nessas férias, e não têm quem os sustente, então é hora de trabalharem....
- Aonde? - foi a vez de Draco perguntar
- Aqui mesmo, em Hogwarts. Vocês vão ajudar os professores a prepararem as aulas para o ano que vem, e em troca, eu vou lhes pagar alguns galeões...
Os garotos se entreolhara, sorrindo. É meu segundo passo de independência! Pensaram ao mesmo tempo, os olhos verdes de Harry cintilando, imaginando a fúria dos Dursleys e os olhos cinzentos de Draco lançando uma luz nova e agradecida para Dumbledore, agora meu pai vai ver do que eu sou capaz!
- Vocês podem começar amanhã e pegar uma folga de duas semana nas férias, para viajarem, se quiserem... - Dumbledore acrescentou - ... e agora os senhores podem descer para o café, antes que os últimos professores se levantem e os elfos tirem a mesa...
- Muito obrigado, professor... - disse Draco, timidamente
- ... por nos dar essa... oportunidade - acrescentou Harry.
- Por nada, garotos. Agora vamos comer... - e Dumbledore virou as costas, e foi saindo pela porta.
Harry trocou de roupa, enquanto Draco esperava. Depois ambos seguiram atrás do diretor, e logo entraram no salão principal, onde uma mesa estava colocada ao centro, as mesas das casas esquecidas. Apenas Snape e McGonnagal estavam comendo.
- Bom dia - disseram os professores
- Bom dia - sorriu Draco
- Bom dia - disse Harry, olhando apenas para a professora Minerva.
Snape terminou o café primeiro, e só então dirigiu o olhar aos alunos. Seus olhos correram pelos cabelos despenteados de Harry, eu sabia que tinha esquecido alguma coisa, pensou o garoto, achatando os cabelos rebeldes, e depois o olhar frio do professor cruzou as calças rasgadas e a camiseta justa de Draco. Snape simplesmente abaixou a cabeça e saiu pela grande porta, balançando os cabelos sebosos e pensando: esses jovens de hoje em dia...
Em pouco tempo, os garotos também deixaram a mesa e seguiram para a lareira do seu quarto, carregando um saquinho de pó-de-flu que Dumbledore lhes entregara ao deixar a mesa.
Como a lareira era imensa, Draco jogou um punhado do pó e entraram ele e Harry ao mesmo tempo, gritando: "BECO DIAGONAL"
Nota do Próximo Capítulo - Quantas lojas de roupa há no Beco Diagonal? E se deve ter uma porção, porque todo mundo vai à Madame Malkin? ö)
 

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