Henrique deu as costas a seu chefe e voltou ao
trabalho.
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Hermione Granger parou de
escrever. Estava sentada na frente da escrivaninha do seu quarto,
trabalhando no editorial do "Olho Bruxo" , revista que ela
mesma tinha criado para manter os bruxos ingleses atualizados sobre
as experiências da Comissão de Feitiços Experimentais, onde ela
também trabalhava...O editorial deveria ser entregue na
segunda-feira e ela nem tinha terminado de escrever a primeira
linha, mas Hermione não estava se importando, sua mente estava
longe do trabalho, estava no domingo que se aproximava, seria 31 de
outubro, dia das bruxas. Naquele domingo, Hermione iria visitar os
Weasley que sempre comemoravam o dia com uma grande festa com todos
seus familiares, e como sempre ela foi considerada um deles. Ir para
a Toca significava ver todos aqueles rostos de novo....O espelho de
seu quarto sussurrou ensonado:
― Vamos querida! Precisa dormir, amanhã
será um longo dia!
Então Hermione olhou para o relógio cuco preso na
parede, marcava não só as horas como também as fases da lua,
tinha quatro ponteiros, três para as horas normais e o quarto para
indicar a fase que a lua estava no dia. Eram 11:00 horas e o
ponteiro da lua indicava "cheia". Hermione levantou da
cadeira,guardou o pergaminho, a pena e o frasco de tinta no armário
e vestiu sua camisola. Deitou na cama e em alguns minutos já estava
dormindo.
Hermione estava na frente das portas da entrada do
castelo de Hogwarts, estava um clima ameno de outono, era noite e
não havia se quer uma alma acordada, exceto talvez por quatro. As
portas do castelo se abriram lentamente, mas ninguém saiu por elas,
ninguém visível. Hermione sabia que alguém vestido com uma capa
de invisibilidade tinha acabado de passar, porque passos podiam ser
ouvidos, e ela seguiu seus sons. Passaram se alguns segundos até
que apenas a respiração da pessoa podia ser ouvida. Tinha parado,
e estava esperando alguém, Hermione manteve-se afastada para
observar. Esse alguém chegou algum tempo depois, era Draco Malfoy:
"Você está aqui Weasley?" e a capa de
invisibilidade caiu no chão revelando Rony Weasley pálido como a
lua cheia acima dele:
"Estou pronto" falou ele friamente para
Malfoy.
Draco soltou uma risadinha de deboche e disse:
"O Lorde das Trevas recebeu notícias
insatisfatórias sobre suas ações e tem uma nova missão para
você, está preparado?"
"Já disse: estou pronto"
Sua voz começou a ecoar na mente de Hermione antes
de tudo ficar escuro.
Hermione acordou assustada.
"Um pesadelo....Foi um pesadelo" pensou aliviada, mas
mesmo sendo um sonho Hermione sabia que tinha sido real no passado.
Ainda um pouco assustada ela levantou, saiu do quarto escuro e foi
até a cozinha. O lugar estava iluminado pela luz da lua
cheia, o chão gelado esfriou seus pés descalços
enquanto enchia um copo com água. Toda véspera de dia das bruxas,
Hermione sonhava sempre com a mesma coisa...Sonhava com o
acontecimento final daquele dia, dez anos atrás...Ela ainda se
lembrava como se fosse ontem...Era o final de seu sétimo ano em
Hogwarts, Voldemort ainda estava vivo e a luta contra seus comensais
também.Hogwarts já não era a mesma, muitos alunos haviam fugido
com seus pais para outros países, (outros nem tiveram chance)
mas Hermione havia conseguido chegar até lá e não ia fugir, seus
pais haviam concordado em ficar mesmo conhecendo os riscos...As
aulas eram canceladas freqüentemente por falta de professores, e
nem Quadribol conseguia animar Hogwarts...Dias tristes foram
aqueles...Hermione bebeu um gole d'água. Harry fora quem sofreu
mais, havia sido atacado durante as férias, por pouco a casa dos
tios não tinha sido destruída....Mas o pior ainda estava por vir,
o trio inseparável que Hermione fazia parte estava para
acabar...Ronald Weasley...Só em pensar no nome, Hermione era
obrigada a fazer um grande esforço para lágrimas não correrem de
seus olhos....Ronald Weasley, Rony, estava agindo estranhamente
durante todo aquele ano, andava sério, quieto e com olheiras de
cansaço nos olhos, claro que ninguém percebeu no começo, afinal
todos estavam no mesmo estado, mas ainda havia algo mais naquela
cara cansada.E eles descobriram o que era. Foi numa véspera de dia
das bruxas, estavam lendo o Profeta Diário, apesar das notícias
animadoras (dois comensais haviam sido capturados naquela manhã),
Rony estava muito aborrecido, depois que Harry terminou de ler, foi
embora bruscamente. Ela se lembrava de ter até perguntando aonde ele
ia, e só um grunhindo foi a resposta. Era a gota d'água para
Harry, ele esperou até que Rony tivesse ido embora para convencê-la
a descobrir o que ele estava escondendo. Hermione aceitou
relutantemente...E assim eles foram até a sala comunal, onde
achavam que ele estaria, mas não estava. Após uma breve conversa,
eles decidiram procurar Rony por toda Hogwarts. Hermione tentou
convencer Harry que seria perigoso para ele sair do castelo, e ele
falava que era perigoso para ela, mas ela ,finalmente, conseguiu
convence-lo e Harry acabou procurando pelo castelo, enquanto ela foi
procurar nas redondesas...Mal havia saído, ouviu passos.Seguiu-os devagar com sua varinha na mão e mantendo uma boa
distância..Chegando perto das estufas, ela começou a ouvir vozes,
se escondeu dentro de uma estufa, abrindo a porta com um silencioso
Alahomora. Então começou a ouvir a conversa entre Draco Malfoy ,um
dos comensais da morte de Voldemort que estava supostamente
desaparecido desde do final do sexto ano, e Rony Weasley....Aquilo
foi horrível...Hermione não conseguiu acreditar...Na verdade ela
não queria acreditar...
O relógio do quarto tocou 11 badaladas,
acordando-a das lembranças, Hermione bebeu o restante da água,
guardou o copo e resolveu tentar dormir de novo..."Não há porque ficar lembrando do passado"
pensou.
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― Vuelo 32 de la medianoche para Londres, Inglaterra, embarque en la plataforma 21!* – gritava a voz vinda
do alto falante.
Harry Potter se levantou, era seu vôo. Vestiu o
casaco e arrastou lentamente a sua mala até a plataforma. Passava
pelo vazio aeroporto de Barajas em Madri, havia poucos trouxas, mas
ele preferiu não levitar a pesada mala. Faltavam dez minutos para a
decolagem, mais que suficiente para chegar a plataforma 21.Quando chegou, entregou rápido sua
passagem e entrou no avião, seguido apenas por uma moça cheia de
bagagens.Estranhamente não havia ninguém mais lá dentro...Harry escolheu sentar perto da janela, a moça,
vindo logo atrás, se encaminhou até a dupla de assentos à frente
dele. Harry se perguntou, por alguns instantes, o porque da moça
escolher, entre tantos, aquele lugar. Passado a curiosidade, ele
voltou-se para a paisagem da janela.
Após alguns minutos o avião já estava no ar,
Harry pegou um fone de ouvido, olhou para os lados e com um simples
e silencioso feitiço configurou o rádio para ouvir a rádio bruxa
M.F.B.M (Músicas do Fundo do Baú Mágico) e começou a ler o
Profeta Diário que havia comprado em uma banca na Esquina Del
Hipogrífio, um lugar parecido como o Beco Diagonal, mas um pouco
menor.
Harry folheou o jornal, mas não havia nada de
interessante, foram nas últimas páginas que uma notícia chamou
sua atenção:
"Desaparecido!
Eduard Hayward, 42 anos, já está desaparecido a
quase dois meses. O ex-auror conhecido por seus encontros nada
amigáveis com o Lorde das Trevas, desapareceu no final do verão,
agentes do Esquadrão de Execução da Lei Mágica já começaram as
buscas, mas ainda não há nenhuma pista de seu paradeiro.
Sua esposa, Audrey Hayward, 41 anos, alega tê-lo
visto pela última vez indo para o jogo do campeonato inglês de
quadribol entre Ballycastle Bats e Wimborne Wasps, por Pó de Flu.
Mark Gage, porta-voz da Comissão da
Regulamentação do Flu, informou aos editores do Profeta ao ser
questionado sobre o paradeiro do sr.Hayward: "Tudo consta
que Eduard Hayward chegou são e salvo ao estádio dos Bats"
Seguia ao lado uma foto de Eduard. Harry o
conhecia, era um bom sujeito, mas tinham se encontrado em
circunstâncias nada agradáveis. Fora ele quem trouxera a notícia
da morte de Ronald Weasley.Ironicamente, Harry pensava nessa pessoa
antes de embarcar, Ronald Weasley, seu nome parecia um eco do
passado...Quem Harry um dia havia considerado como um irmão, e na
verdade não passava de um traidor...Harry sacudiu a cabeça,
tentando se manter calmo. "Ele está morto". Morto por
Thomas Calumnior.O infeliz tinha sido enviado para matar um auror
da mais alta categoria, Ronald não teve chance. Nem um pedaço do
seu corpo tinha sido encontrado. Harry só tinha pena dos Weasley,
não mereciam tanto sofrimento. E isso só fazia com que ele tivesse mais raiva
de Rony.
― Gostaria de uma bebida, senhor? –
perguntou a aeromoça acordando Harry de seus pensamentos.
― Não obrigada. – respondeu educadamente.
Harry esqueceu da noticia e voltou a ouvir o
rádio, que tocava a antiga gravação feita por Celestina Warbeck
do hino do time Puddlemore United.
****
O avião já devia estar chegando a Londres, podia
se ver luzes fracas das cidades inglesas.
"Quanto tempo faz? Dois meses?" pensou Harry. Deviam ser
dois meses, quase três que ele não ia a Londres, tinha estado
ocupado em Tebas, e passará em Madri para visitar uma amiga. Já
estava acostumado a viajar de avião trouxa, não era comum ter pó
de flu ou uma lareira por perto. Aparatar requeria paciência e
energia, e aparatar todo dia não era a idéia de diversão de
Harry. Voar pela Europa interia de vassoura, era multa na certa. Então
sobravam os aviões trouxas. Certa vez, Arthur Weasley acompanhou ele
em uma viagem para Berlim, foi cômico, Harry não conseguia deixar
de rir quando se lembrava da dificuldade de manter Arthur no assento, e o
pior (ou melhor) era que o avião estivera lotado...
― Em trinta minutos estaremos sobrevoando
Londres, por favor mantenham seus cintos afivelados, e uma boa noite
– anunciou o co-piloto.
A mulher a sua frente levantou (mesmo com o sinal de cinto aceso), passou por ele, e, Harry
deduziu;
seguiu para o fim do avião. Ele não deu atenção e voltou a
observar as nuvens escuras, apenas visíveis com o brilho fraco da
lua cheia.
O pouso foi suave e em poucos minutos Harry já
estava chamado o Nôitibus em uma esquina vazia, não demorou muito
e o veiculo já estava parado em sua frente. Quem o reconheceu foi
Lalau, agora com mais de 30 anos mas com a mesma cara de sempre:
― Mas olha é o Harry Potter, Stu! Ele
apareceu!! Quanto tempo!! – gritou acenando para o motorista que
Harry não conhecia.
― Como vão os negócios? – perguntou Harry
apertando a mão de Lalau e subindo no ônibus.
― Bem, como sempre!
Harry pagou alguns sicles por uma xícara de
chocolate quente e se acomodou em uma das camas se perguntando se
era aquela, a mesma em que tinha se sentando há 14 anos atrás
quando ele ainda acreditava que Sirius Black era um assassino. Seu
padrinho tinha sido inocentado há pouco tempo e estava agora
trabalhando como repórter para um jornal alemão.
― Para onde, sr.Potter? – perguntou Stu
falando pela primeira vez.
― Ottery St.Catchpole, A Toca – respondeu
Harry tomando um gole da xícara.
― Ah...Você vai para festa também! –
sorriu Lalau – Stu e eu já levamos quatro ruivos só essa noite
para lá! Não é, Stu?
― Sim, senhor. – assentiu rapidamente o
jovem motorista. – São 30 sicles, sr.Potter, senhor.
― Oh, claro aqui está – pagou Harry para
Lalau.- Não sabia que iria ter tanta gente na festa.
― Pois é, você esteve fora por um bocado de
tempo. Perdeu muita coisa! A festa vai ser tão grande que o
Ministério teve que rodear o lugar com feitiços contra os trouxas,
sabe? Somos obrigados a tomar um caminho especial para não chamar
atenção, coisa grande mesmo.
― Dizem que até o Ministro vai aparecer -
completou animado Stu.
Harry sorriu, os Weasley tinham mesmo melhorado de
vida...Parte por causa do sucesso da loja de travessuras dos gêmeos
Weasley (que agora tinham filiais por toda Europa e estavam se
preparando para abrir novas nas Américas) e parte pelas seguidas
promoções do sr.Weasley, que agora tinha criado o
Departamento de Relações Entre Trouxas e Bruxos (ou DRETB), do qual
era chefe. O resto da viagem foi silencioso, não demorou mais do
que 10 minutos e eles já estavam estacionados na frente do portão
da Toca.
― Obrigada, Lalau, foi bom ver você de novo
– agradeceu Harry apertando a mão do condutor.
― O prazer foi todo nosso, não é Stu?
Com um estalo o nôitibus desapareceu. Harry
levantou sua mala, abriu devagar o portão tentando não fazer muito
barulho e seguiu para a casa em volta em escuridão.
Nota da Autora: Essa fan fic é uma mistura de
misterio, suspense, ação e romance. E antes que os fãs do Rony
começem a me xingar eu quero avisar que também sou fã do Rony e
que tenham paciência. :) Não posso falar mais nada porque se não
vai estragar a surpresa...
* Tradução: - Vôo 32 da meia-noite para
Londres,Inglaterra, embarque na plataforma 21!