Harry Potter e o Fogo Sagrado - CAPÍTULO 4 - E ONDE ESTAVAM SIRIUS E
SHEEBA?
CAPÍTULO 4 - E ONDE ESTAVAM SIRIUS E SHEEBA?
Sheeba descansava tranqüilamente deitada numa esteira de
palha, flutuando a três metros do chão. Acima dela um guarda
sol de mais de dois metros de largura impedia que o mínimo
raio de sol a atingisse. Se tinha uma coisa que ela realmente
não gostava era de bronzear a pele, estava de maiô negro e
lia a última edição da revista "Bruxa Semanal".
Ela e Sirius haviam levado sua casa havia três semanas para
aquela praia, muito, muito, muito longe de Hogwarts e
principalmente de Londres. Era uma pequena e deserta ilha,
ideal para uma lua de mel, mas que depois de algum tempo, ela
estava achando muito chata.
Sirius por sua vez estava se divertindo horrores! Descobrira
o surf !!! Porém, como quase todo bruxo que se preza, não
queria fazer as coisas do modo normal, encantara uma prancha
com um feitiço especial e além de surfar na água, de vez em
quando ele levantava vôo e ele passava bem por cima de onde
Sheeba estava, acenava para ela, que acenava de volta
entediada. "Mulheres, - ele pensava,- quinze anos
planejando uma lua de mel numa praia deserta, e fica com essa
cara o dia inteiro". Na verdade, Sirius estava fazendo a
coisa certa para esquecer os últimos quatorze horríveis anos
que vivera, em que os momentos bons tinham sido muito poucos,
mas não sabia que Sheeba estava muito preocupada porque, como
sempre, sabia quando algo ruim ia acontecer.
E afinal de contas, ali era o paraíso... havia de tudo para
deixá-la feliz, uma natureza exuberante, era um lugar
maravilhoso, fora ali que se escondera com Bicuço quando
escapara de Hogwarts, não havia homem nenhum, bruxo ou
trouxa, por quilômetros em volta da costa da ilhota. Ele se
preocupara com isso: conjurara um feitiço antitrouxa para
fazer com que os barulhentos aviões e os chatos navios
passassem bem longe da ilha... era a sua ilha... agora, tinha
até um cavalo que ele não sabia de onde tinha vindo, mas que
era muito benvindo: ele adorava levá-la para passear no fim
da tarde sentada atravessada na frente do cavalo, a cabeça
apoiada em seu peito.
A única coisa que realmente chateava Sirius eram as tais
corujas. O dia inteiro chegavam corujas para Sheeba, que abria
as cartas numa ansiedade que realmente o deixava doente de
ciúmes. Principalmente se a coruja era caolha e amarelada,
porque aí ele sabia que era uma carta do tal Sobrenatural de
Almeida, um brasileiro que ele não conhecia, não sabia quem
era, nunca vira, mas decididamente detestava. As amigas dela
também mandavam muitas cartas que ela (que absurdo! - ele
pensava) não deixava ele ler de jeito nenhum: ele conhecia
muito bem a coruja cor de cereja de Silvia Spring (essa uma
vez veio com uma carta para ele mandada por Lupin, o que era
muito estranho...), a vermelha de Beth Fall e a cinzenta com
olhos prateados de Liza LionHeart. E havia Edwiges, que trazia
notícias de Harry, a única coruja que ele gostava de ver
aparecer no horizonte.
E foi Edwiges mesmo que ele viu sobrevoar elegantemente a
praia aquela manhã, para depois pousar suavemente ao lado de
Sheeba e bicar-lhe delicadamente a mão direita, com carinho.
Sirius apontou sua prancha para a praia e levantou vôo dando
a volta atrás da esteira e parando em pé na prancha, bem ao
lado de Sheeba, que começou a ler em voz alta:
"Oi Sirius! Oi Sheeba!
Aqui está tudo bem, tirando o fato meio chato de que Rony
pegou um resfriado de seburrêlho e vai ficar até o fim do
mês na ala hospitalar. A coisa boa disso tudo foi que o
Malfoy pegou o mesmo resfriado que ele e também está lá,
com o nariz vermelho. Bem feito"
- Ele tem que redirecionar esse ódio para coisas
produtivas, Sirius...
- Se ele redirecionar o ódio para o nariz do filho de
Lúcio Malfoy, está tudo bem... - Sheeba olhou-o de cara feia
e continuou:
" Hermione está louca para saber quando ela e
Sheeba vão começar as aulas, e não vê a hora de vocês
voltarem."
- Não faça essa cara, Sirius, não podemos ficar em lua de
mel o resto da vida.
"Como o cretino do Malfoy está doente, Sonserina
tem uma nova apanhadora, por sinal muito boa. Ela me preocupa,
Sirius, tenho medo de perder para ela e virar piada na
escola"
- Se acontecer isso, realmente eu vou ficar chateado com
ele... Tiago nunca perdeu para uma mulher!
- Porque vocês levam isso tão a sério, hein? É só
quadribol!
"Tenho me correspondido com Bianca Fall... ela é
legal."
Aqui Sirius e Sheeba deram-se um olhar satisfeito e
concordaram com a cabeça.
"Mas aconteceu uma coisa meio estranha..."
- Oh, oh - disse Sirius, - A última vez que ele me escreveu
isso numa carta não gostei do que veio depois...
"Ontem estávamos tendo uma aula teórica com o
professor Snape e ele estava falando das poções que não
podem mais ser feitas porque precisam ser cozidas em fogo
sagrado, e não existe mais fogo sagrado... bem, o fato é que
quando eu caí na fenda das gárgulas, aquele gárgula, o
Gérard, lembra dele, Sirius? "
- Como se gárgulas fossem a coisa mais esquecível do
mundo...
"Bem, ele tinha uma tocha de fogo sagrado. Isso é ruim
ou bom?"
Sirius e Sheeba olharam-se atônitos. Sirius disse:
- Gárgula, fogo sagrado... fogo sagrado, gárgula... ISSO
NÃO É RUIM, É PÉSSIMO!!!
- Vamos voltar agora - Sheeba disse - Mas antes deixa eu
terminar a carta:
"Eu fiquei sem graça de falar disso com o professor
Snape (ainda acho que ele não gosta de mim...) e depois
acabei esquecendo. Vocês acham que eu devo falar com
Dumbledore?
Espero que esteja tudo bem com vocês e com o Bicuço,
mandem lembranças para a motocachorro e pro Smiley.
Um abraço
Harry."
- Muito bem - Sirius agora parecia o velho Sirius ansioso da
época da clandestinidade - A primeira providência é mandar
Edwiges na nossa frente, dizendo para ele comunicar isso com
urgência para Dumbledore. Depois nós vamos voando e tentamos
tomar alguma providência .
- O que você acha de falar com o Ministério?
- O Ministério? Sheeba, realmente eles continuam agindo
como se Voldemort não houvesse voltado, como se nada
estivesse acontecendo. Eles são capazes até de jurar que
isso é invenção de Harry. Só podemos contar com uma
pessoa, aliás com duas: Dumbledore e Lupin.
- Então - disse Sheeba acabando de amarrar uma carta na
pata de Edwiges - Desculpe querida, sei que você tem voado
muito, mas é urgente. Vá Edwiges! - a coruja levantou vôo e
sumiu no ar - Vamos arrumar nossas coisas.