Capítulo 3 - Rony
Rony Weasley bateu na porta marcada com "D.C.E", e esperou por resposta, olhando seu relógio enquanto isso.
"Entre"
Rony abriu a porta, e viu seu chefe sentado na familiar cadeira preta de couro atrás da imponente mesa de carvalho, e que estava cheia de papéis, como sempre."Ah, Rony, você está de volta, bom. Sente-se." Rony dobrou seu alto corpo em outra cadeira de couro. "Então, como foi em Gales?"
"Tudo bem, senhor. Sem problemas" Um sorriso de lembrança se abriu na cara cheia de sardas de Rony."Eles ficaram bastante horrorizados quando aparecemos – realmente não estávamos nos esperando. Três prisões e para o resto nós só demos uma advertência – Acredito que pegamos todos seus ovos de dragão, e ninhos. Eles ficaram suficientemente assustados para não tentar de novo, eu acho."
"Excelente. O ministro vai ficar contente que tudo foi resolvido tão rapidamente."
Rony encolheu os ombros. "Eu tenho certeza que o ministro tem coisas mais importantes para se preocupar do que uma identificação de lutas de dragão sendo organizadas no Norte Gales"
"Verdade. De fato, eu estava falando com o escritório do ministro essa manhã– com seu irmão Percy, para ser exato." O Delegado Chefe do Esquadrão franziu as sobrancelhas. "Algumas de nossas fontes tem reportado informações sobre um aumento de atividade de Artes das Trevas. É por isso que queria vê-lo."
"Eu? Hum – não esqueceu que estou de folga esse final de semana, senhor? O casamento da minha irmã..."
"Não, não, eu não esqueci. Como poderia, quando há tantas pessoas ilustres envolvidas?" O D.C.E sorriu. "Mas, acontece, que você talvez esteja no lugar certo na hora certa. Sua família mora em Devon, não é?"
"Sim, Ottery St.Catchpole," Rony disse, parecendo um pouco surpreso com todo esse interesse. "Perto de Honiton"
"Exato.E minhas fontes me contaram que houve um estranho aumento de atividade nessa área. Várias pessoas que nos acreditávamos que estavam se escondendo, tem sido vistas nesse caminho nos últimos dias. São essas as pessoas" O D.C.E, pegou uma lista na gaveta de sua mesa e passou para Rony, que ergueu as sobrancelhas quando a leu. "E, claro, deve haver outros que não vimos"
"Você acha que eles estão planejando alguma coisa para o casamento?" Rony perguntou devagar, preocupado.
"Bem, não temos podemos ter certeza – pode ser apenas coincidência – mas você e eu sabemos que muitas pessoas famosas vão estar nesse casamento. Talvez alguém achou que era um alvo muito tentador."
Rony assentiu.
"É claro, talvez não tenha nada de haver com o casamento.É uma parte popular do mundo para bruxos que querem viver em paz, afinal.Mas eu achei que você devia saber, para que pudesse ficar com os olhos e os ouvidos abertos."
"O senhor vai mandar um esquadrão – em caso de...?"
"Não para o casamento – não quero fazer muito alvoroço. Mas vou posicionar um esquadrão em Exeter, e você os chama se achar necessário.Escolha seu próprio time. Não temos outros casos no momento"
Rony assentiu novamente.
"Bem, acho que é tudo,Rony. Aproveite seu final de semana – espero que o casamento vá bem."
"Eu também!" Rony murmurou enquanto levantava da cadeira.
Meia hora depois, já feito as preparações necessárias e a limpeza de sua mesa, Rony desceu lentamente as escadas do prédio principal ocupado pelo Esquadrão de Execução das Leis Mágicas. Ele viu uma patrulha de quatro agentes do esquadrão indo em direção ao prédio com dificuldade e olhos vermelhos. "Noite difícil, rapazes?"
"Você pode falar isso de novo" uma mulher murmurou. "Perseguimos um maticore, um maldito bruxo tolo deixou-o escapar em Coventry no meio do centro da cidade. Três carros subiram um em cima do outro no anel rodoviário. Tivemos que chamar o Esquadrão de Reversão de Feitiços Acidentais e fazer cinqüenta e quatro feitiços de memória. Foi uma confusão."
"Aonde você vai, Rony?" perguntou outro bruxo.
"Final de semana de folga" disse Rony animado, chutando o suporte d´embaixo de sua moto e subindo nela.
"Sortudo desgraçado!" gritaram bem-humorados eles para Rony, enquanto a moto rugiu para fora do estacionamento.
Mais uma meia hora, e Rony estava enchendo sua mochila com coisas para o final de semana no bagunçado apartamento que ele dividia com um dos seus colegas de trabalho. Quando o telefone tocou, ele jogou a mochila no sofá, que estava lotado de meias sujas, velhos jornais e caixas de comida pré-pronta, e foi a procura do telefone, que achou em cima da geladeira.
"Alô? Oh, oi Mãe....É, eu estou saindo agora para ir para Paddington ...Não, Não se preocupe. Eu não vou perder!...Eu tenho muito tempo...Você já pegou meu terno?...O.K...É...Vejo você depois então.Tchau."
A última coisa que ele fez antes de sair do apartamento foi escrever uma nota para seu colega de quarto e prende-la na porta da geladeira, onde com sorte ele ia ver."Dean – Eu deixei a moto lá fora – por favor fique de olho nela. Vejo você na terça, eu espero. R."
Tendo bastante tempo antes de seu trem partir, Rony preferiu ir pelo metrô para a estação de Paddington. Ele poderia ter chegado lá mais rápido usado Flu ou simplesmente aparatando, mas ele adorava usar o metrô trouxa desde que o descobriu quando era adolescente e quando E.E.L.M brigou com vários de seus agentes que se arriscavam a serem vistos aparatando in estações de trem lotadas.Então Rony se sentou no metrô, sua mochila no seu colo,e pensou na sua viajem para casa durante o final de semana, e sobre o casamento. Ele ainda considerava A Toca como sua casa. O apartamento não era algo que se podia chamar de casa – era apenas um lugar para descansar entre missões, um lugar para dormir, tomar banho, se barbear e se trocar antes de sair de novo. Rony tentava visitar os pais sempre que sua agitada agenda deixava. Mamãe e papai nunca eram mais os mesmos, ele pensou, desde que Gui tinha morrido, e ele lembrou dos eventos de seis anos atrás.
Dois anos tinham se passado desde da última batalha contra Voldemort em Hogwarts, os duendes de Gringotes tinham decidido junto com o Ministério da Magia que deviam abrir velhos cofres pertencentes a bruxos das Artes das Trevas que morreram durante a luta.Seus pertences iriam ser confiscados pelo Ministério. Mas, os duendes descobriram que alguns dos cofres tinham maldições deixadas pelos seus antigos donos. Como o melhor desfazedor de maldições, Gui Weasley havia sido chamado para tentar abrir eles. Tragicamente, não até ele entrar, Gui descobriu que um dos cofres tinha armadilhas fatais. Não só Gui como também vários duendes de Gringotes morreram instantaneamente, e um túnel inteiro de cofres tinha sido completamente destruído. Gui, é claro, sabia dos riscos envolvidos no seu trabalho, mas esse pensamento não foi de muito consolo para o sofrimento da família. Pelo menos, sr.Weasley havia chorado, ele não tinha uma esposa e filhos para sentir falta dele também.
Rony ficou muito amargo com a morte de Gui. Parecia tão irônico que ela tinha ocorrido quando todos estavam com a sensação de nova segurança depois da batalha durante o sétimo ano contra Voldemort. Logo quando eles estavam se recuperando das perdas que haviam tido na época – Dumbledore, Hagrid , Sirius e tantos outros. Verdade que havia ainda muitos Bruxos das Trevas soltos - nem todos seus inimigos tinham sido derrotados - mas a explosão em Gringotes tinha sido pior por ser um golpe tão inesperado. Rony ficou de mau humor durante meses depois. Foi nesse humor que ele teve aquela final, e terrível briga com Hermione – a briga que os dois foram orgulhosos de mais para desfazer. Se ela quisesse mesmo fazer as pazes, ele havia justificado, ela daria o primeiro passo. Só que ela não deu. E ele não deu. E ali estavam eles, seis anos depois,não se falando desde então.
Seu trabalho tinha sido a salvação de Rony durante esses tempos difíceis. Ele adorava seu trabalho, apesar de ser duro algumas vezes. Ele era agora um agente totalmente formado, respeitado o bastante para ser chamado em qualquer lugar onde há casos de transgressão da lei mágica; ele gostava do desafio e do fato que todo dia era diferente. Ele tentou várias vezes convencer Harry a deixar sua coluna de Quadribol e ir trabalhar para E.E.L.M, mas Harry só riu e falou que queria uma vida calma por um tempo – como se jogar Quadribol de alto nível podia ser considerado calmo.
A porta do metrô abriu. Paddington, Rony colocou sua mochila no ombro e pisou na escada rolante. Difícil de se acreditar que fazia seis anos que não falava com Hermione. Harry sempre mencionava coisas sobre seu progresso, mas Rony sabia o que ela fazia de qualquer jeito; por amigos que os dois tinham em comum. Ele perguntou a si mesmo o que ela falaria se soubesse que ele tinha comprado todos os seus livros. Era difícil evitar encontrar com ela, quando os dois viviam em Londres, mas ela sempre viajava, fazendo suas pesquisas, e Rony vivia fora em missões para o E.E.L.M.E em seus raros dias de folga ele com certeza estava lavando roupa ou então visitando A Toca, não passeando pelo Beco Diagonal encontrando velhos amigos.
Mas ele tinha ido lá uma vez, para falar a verdade. Dois anos atrás, ele estava andando pelo Beco Diagonal, quando a viu saindo da "Floreios e Borrões" junto com um homem bonito e alto. Instintivamente ele entrou na loja de roupas da Madame Malkin e olhou pela janela. Ele não precisava ter evitado o encontro – eles poderiam ter apenas se cumprimentado – mas...De qualquer forma, ela ficou ali de pé na rua, envolvida em uma conversa, por dez minutos até ir embora, e Rony foi forçado a perguntar para a Madame Malkin pegar suas medidas para uma capa de camuflagem que ele não estava realmente precisando.
Ele sabia quem era o homem alto, também. Era Stephen, o escritor que Lilá Brown tagarelou sobre – Hermione estava virtualmente vivendo com ele, ela havia dito. Rony estava um pouco envergonhado pelo fato que ele tinha ido fazer uma checagem no passado de Stephen no Ministério, mas acabou não achando nada contra ele. Ele devia estar contente que ela tinha achado alguém legal - Rony havia tido vários relacionamentos sem compromisso e amigáveis com namoradas nos últimos seis anos, mas ele não nunca tinha realmente se importado com alguma delas para deixar de colocar seu trabalho em primeiro lugar, então elas não duraram muito.
Depois de comprar um copo de café para viagem de uma barraca no meio da movimentada estação, Rony passou com dificuldade em meio da multidão de trouxas e olhou para cima a procura das telas azuis para descobrir qual plataforma o trem para Devon saía. Amanhã – o dia do casamento - haveria um expresso bruxo especial indo para Devon, trazendo muitos convidados – mas Rony queria estar na festa daquela noite. Além do mais, ele era o padrinho. "Quem mais eu poderia escolher?" Harry tinha dito, sorrindo, e os dois riram um pouco, lembrando de lá atrás quando se conheceram na plataforma nove e três quartos na estação King's Cross.
Hoje, enquanto o trem saia da plataforma dois, Rony sentava entre trouxas e pensava sobre o que Harry tinha tido naquela hora; e no que o D.C.E havia falado de manhã. E ele imaginava o que ele falaria para Hermione dentro de algumas horas.
O trem ganhou velocidade, e partiu para o oeste ao sol do meio-dia.