Harry Potter e o Toque de Prometeu - Capítulo 1 - Sheeba
PRÓLOGO:
Harry Potter, aquele menino especial que tem uma cicatriz em
forma de raio no meio da testa e um inimigo mortal desde que tinha um
ano, chamado Lord Voldemort, não é mais uma criança.Tem quinze anos
e está no quinto anos em Hogwarts, estudando magia, e provavelmente
isso você já sabe. Mas talvez você não saiba que o ano passado foi
bastante difícil para ele e ele, enfrentou pessoalmente um fortíssimo
e ressurgido Voldemort, o que o marcou para sempre. Ele achou que esse
ano ia ser bem difícil...
Mas
para sua surpresa, estamos no comecinho da primavera e está tudo bem!
Até agora, Voldemort está surpreendentemente quieto, talvez
preparando algum ataque surpresa... mas não vamos pensar nisso agora.
Hoje é dia de visita a Hogsmeade e ele vai encontrar seu padrinho
renegado, Sirius Black.
FANFICTION
PARA HARRY POTTER POR ALINE CARNEIRO
HARRY
POTTER E O TOQUE DE PROMETEU
CAPÍTULO
1 - SHEEBA
Harry abriu os olhos, era a manhã do passeio para Hogsmeade.
Era o primeiro dia da primavera. Mentalmente recapitulou as instruções
que Sirius lhe enviara pela última coruja. Deveria levar uma coleira
ao passeio, e com ela fingir passear com Sirius em forma canina. Seria
a única oportunidade este ano de estar com seu padrinho. Sirius
estava totalmente empenhado em capturar Wormtail com vida e assim
livrar-se da condenação que o transformara em umbruxo renegado quatorze anos antes. Não deixava de ser engraçado
que para tomar uma cerveja amanteigada com seu padrinho este
necessitasse estar disfarçadocomo
um imenso cão, mas Harry Potter já estava acostumado com essas
coisas, afinal desde que entrara em Hogwarts sua vida podia ter sido
tudo, menos normal. Levantou-se e deu de cara com Rony, que disse
animado:
- Então, pronto para encontrar Almofadinhas?
- Claro.
Encontraram Hermione no salão comunal de Grifinória, e ela já
trazia escondida em sua mochila a coleira de Bichento, seu gato,
devidamente aumentada por um feitiço. Parecia bastante animada neste
dia:
- Acho que nunca fiz um feitiço de aumento tão rápido e bem
feito! Espero que a coleira não incomode almofadinhas.
- Oh! Só ela sabe fazer feitiços de aumento - disse Rony
irritado - ... A grande senhora sabe tudo e seu gato psicopata.
- Se não fosse meu gato talvez você estivesse andando com um
animago dentro do bolso até hoje.
- Será possivel que vocês não conseguem parar de brigar? -
Harry irritou-se.No último
ano as picuinhas de Rony e Hermione haviam aumentado depois que ela
começou a receber corujas regulares de Victor Krum, capitão do time
de Quadribol profissional da Bulgária e admirador confesso de
Hermione.
Cerca de meia hora depois chegaram ao lugar combinado. Um
grande cão apareceu e os levou para trás das árvores. Lá
transformou-se em Sirius. Estava com uma aparência bem diferente da
última vez que Harry o vira, e surpreendentemente usava roupas de
trouxa, mas não exatamente roupas comuns. Seu cabelo estava curto,
seu rosto menos magro que da última vez que o vira. Usava uma jaqueta
de couro pretabem
surrada, com
um
grande cão desenhado nas costas, uma camiseta preta comum e uma calça
surrada e rasgada que um dia havia sido preta.
- Tenho andado assim entre os trouxas para não chamar atenção.
Perdemos Voldemort novamente, ele mandou Wormtail para Londres, onde
escondido nos túneis do velho metrô, estaria se encontrando com um
seguidorde Voldemort,
provavelmente o renegado Karkaroff, que também foi visto por lá...
Se conseguir apanhar os dois, ou um deles, tenho uma chance de limpar
meu nome.Lupin me espera
lá para tentarmos surpreendê-los. - Como sempre, Sirius parecia
preocupado, mas em seguida abriu os braços e perguntou:
- Então, Harry, Rony e Hermione, pareço um trouxa?
- Parece um cantor de Rock. - disse Harry, contendo o riso
diante do guarda roupa extravagante do padrinho.
- Ou um motoqueiro. -completou
Hermione rindo.
Harry imaginou a cara de Tia Petúnia diante de alguém usando
roupas parecidas com aquelas e riu para si mesmo.
- Eu costumava usar isso quando tinha minha moto. - suspirou
Sirius - Pena que ela esteja confiscada.
Harry conhecia a história da motocicleta voadora gigantesca
que Sirius usava quando era o melhor amigo dos seus pais. Antes que se
sentisse triste propôs que rumassem para Hogsmeade. Sirius
transformou-se num cão gigantesco e Hermione pôs nele a coleira que
Harry segurou, preocupado em lembrá-los a história combinada:
- Se perguntarem...
- Já sabemos. -disse
Rony, com uma cara impaciente - este cão pertence a Dumbledore e o
levamos para tomar cerveja amanteigada... Só mesmo um cão que
pertencesse a Dumbledore tomaria cerveja amanteigada, não é mesmo?
Voltaram em direção a Hogsmeade e foram direto ao "Três
Vassouras" onde sentaram em uma mesa no canto. Madame Rosmerta não
gostou muito da presença do cão, mas ao dizerem que pertencia a
Dumbledore, a proprietária do bar pareceu aceitar melhor a presença
do bichão.Harry
derramou uma garrafa de cerveja amanteigada num prato e Sirius começou
a lambê-la com muita satisfação.
Alguns minutos mais tarde entrou no bar uma bruxa e instantaneamente um
silêncio mortal abateu-se sobre o salão. Harry achou que já tinha
visto-a em algum lugar. Era uma mulher de estatura mediana, muito
bonita. Tinha cabelos negros muito longos e olhos muito negros, com
pestanas espessas lhe aveludando o olhar. Era branca como a neve e tinha
no meio da testa um sinal, o que logo chamou atenção de Harry. Não
era uma cicatriz, como a sua, parecia mais um sinal de nascença,
escuro, em forma de foice. Também não usava veste de bruxa comum, mas
um corpete muito apertado (Harry nunca havia visto uma mulher com uma
cintura tão fina), sobre uma camisa de mangas compridas de um azul
cobalto escuro e brilhante, calças compridas pretas como o corpete,
botas de saltos altíssimos e luvas de couro também pretas e uma capa,
do mesmo azul por dentro e negra por fora,com um capuz, que trazia descido às suas costas. Conforme
avançava para dentro do salão, as pessoas iam afastando-se dela, como
se nãoquisessem tocá-la.
Ao Vê-la, Sirius engasgou-se e encolheu-se atrás de Harry.
Parecia que não queria ser visto pela mulher, mesmo em sua forma
canina. Ela tocou a sineta no balcão, e o som morreu no ar.
- Rosmerta! -disse
sorrindo sem se incomodar com o silêncio sepulcral a sua volta -Eu gostaria de tomar meu café da manhã, você sabe o meu
pedido. Vou sentar ali.
Para surpresa de Harry, Hermione e Rony, a mulher apontou
diretamente para sua mesa. Ela pareceu notar o medo no ar, com uma
expressão de estranhamento:
-Podem ficar tranqüilos - completou, mostrando as costas das
mãos enluvadas -Não
pretendo prever a morte de ninguém neste salão.
Rapidamente tudo pareceu voltar ao normal, tudo menos Sirius, que
agitava-se muito, mas sem sair do lugar.A mulher abaixou-se ao seu lado, sem temer o rosnado e os dentes
que Sirius lhe mostrava e disse bem baixo:
- Não se preocupe, Almofadinhas. Eu sei que você é inocente. -
disse e abriu um lindo sorriso, passando a mão na cabeça dele como se
fosse um cãozinho de estimação, o que deixou todos na mesa, inclusive
Sirius, completamente atônitos. Levantou-se e disse:
- Harry Potter. Eu te peguei no colo. Posso me sentar? - E antes
que qualquer um dos três protestasse, puxou uma cadeira e sentou-se de
pernas cruzadas sobre a cadeira, olhando de um para o outro sorridente,
sem se incomodar com seu espanto. Hermione sentiu uma onda de raiva e
protestou:
- Quem você pensa que é para sentar assim na nossa mesa?
- Calma - disse a mulher tocando de leve os dedos de Hermione -...Hermione Granger,temos
mais em comum do que pode parecer. Eu também nasci trouxa e fui
monitora chefe em Hogwarts.
- Mas eu não sou...
- Não é ainda, querida - a mulher e sorriu, já tocando na mão
de Rony, antes que este pudesse retirá-la do seu alcance:
- Rony Weasley. O sexto em sete filhos...Um futuro muito melhor
que o passado te aguarda. Você vai ser o maior de sua família, maior
até que seu pai, que vai ser ministro da magia. E vai fazer um ótimo
casamento. - Disse isso e deu uma piscada marota na direção de
Hermione.
Rony e Hermione coraram embaraçados como pimentões. A mulher
parou de sorrir e olhou para Harry. Ele engoliu em seco, certo que teria
uma série de previsões sombrias pela frente. Neste instante o pedido
da mulher chegou: Licor de sangue de Dragão e um estranho sanduíche de
folhas negras. Distraidamente acabou tocando a mão da dona do bar, que
estremeceu ligeiramente:
- Rosmerta, não tenha medo de mim: tenho uma coisa boa para te
dizer: prepare-se para aumentar o seu bar. Você vai ser a próxima
ganhadora da loteria dos bruxos.
- Mas eu nem jogo.
A mulher ficou séria:
- Vai aparecer aqui dentro de três dias um mascate magro,
desdentado e careca vendendo coisas, entre elasum bilhete da loteria branco e verde. Compre-o. Não deixe sua
sorte para quem não a merece. Se você não comprá-lo, um bruxo,
amante das artes das trevas, o comprará.
Rosmerta saiu e foi refugiar-se atrás do balcão, mesmo sendo
boa, a previsão da mulher a assustou. Ela voltou seu olhar de novo para
Harry.
- Harry Potter. Nunca te disseram que além de um padrinho, você
também tinha uma madrinha?
O queixo de Harry caiu. Agora sabia. A mulher estava ao lado de
sua mãe na foto do casamento dos seus pais. Ele não a reconhecera
porque ela era então realmente era diferente, assim como Sirius. A sua
cabeleira na foto estava cortada e uma franja escondia o sinal em forma
de foice
- Meu nome é Sheeba Amapoulos, e eu sou sua madrinha. Não se
assuste, não vim para prever sua morte, deixo estas previsões idiotas
para Sibila Trelawney - disse e sorriu - Eu fui a melhor amiga de sua
mãe, assim como Sirius Black foi o melhor amigo de seu pai.
Infelizmente eu previ, mas não pude evitar sua morte, mas também previ
e disse isso a ela, que você livraria o mundo de Lord Voldemort.
Uma série da cabeças voltou-se para a mulher, olhando-a com
censura. Como Sirius, ela também não temia Lord Voldemort, e não se
incomodava em pronunciar seu nome.
- Harry, eu tenho muitas coisas para te contar, preciso explicar
para você porque você nunca soube da minha existência, mas primeiro
preciso acertar algumas coisas com... com ele. -Disse e apontou o cão que ganiu e em seguida rosnou para ela.
Ela sorriu e disse:
- Estou acostumada com este tipo de manifestação, cães
detestam quem tem o toque de Prometeu. -Tranqüilamente começou a comer o sanduíche de folhas, e
bebericar o licor vermelho e fumegante.
- Sabe Harry, estas folhas só nascem nas Florestas Negras da
Morávia, são o alimento preferido dos unicórnios. Crescem debaixo de
gelo e tem mais nutrientes que qualquer outro alimento. Certa vez eu
fiquei dias sem comer mais nada, apenas me alimentando delas e acredite,
não senti nem um pouco de fome. Você deveria experimentar...
Hermione parecia
curiosa, interrompeu-a com olhar inquiridor:
- Como você pode
prever o futuro? Sempre fui informada que esse era um campo bastante
impreciso da magia...
- E é. Provavelmente sua genial professora de adivinhação...
eu sei, no seu caso ex-professora, Mione. Posso te chamar de Mione? Bem,
como eu ia dizendo, provavelmente Sibila explicou a vocês que isto é
uma questão de dom... existem vários tipos de dons premonitórios, uns
mais e outros menos precisos, uns com maior ou menor alcance. Compreenda
que o Tempo, Mione, é algo muito sutil... Quando o futuro passa a ser
presente? Ninguém sabe. Algumas mentes, e isso nada tem a ver com
inteligência, podem enxergar o futuro e o passado ao mesmo tempo que
vêem o presente. E não pensem - disse olhando diretamente para Rony -que isso é uma bênção. Vocês viram minha popularidade quando
eu entrei aqui...
- E que tipos de dons são esses? Nunca li nada a respeito...
- Hermione, existem algumas pessoas que não vêem o futuro, mas
do qual é impossível esconder qualquer coisa que se tenha feito no
passado. São os farejadores da verdade. Ao olhar nos seus olhos, e
somente assim o farejador vê se você está ou não mentindo, e também
exatamente o que está escondendo. É como ter um frasco de veritasserum
sempre à mão...Muitos bruxos e até mesmo trouxas têm esse dom.
Infelizmente, os bruxos das trevas descobriram que os farejadores podem
ser parados se seus olhos forem furados. Conheci muitos que perderam o
dom desta forma...
- Existem alguns capazes de dizer o que ninguém seria capaz
sobre eventos futuros, notadamente tragédias. Mas suas premonições
muitas vezes não são levadas a sério, e inúmeras vezes são completamente
inacreditáveis, pois estes não vêem o futuro comum,
apenas o extraordinário. Estes, tem o Toque de Cassandra. - Sorriu
maliciosamente - Sibila Trelawney daria a vida para ter o Toque de
Cassandra.
- Existem ainda os fatalistas. Ao olhar para uma pessoa, o
fatalista sabe sem dúvida que dia, hora e lugar a pessoa vai morrer, o
que você pode imaginar, não é muito agradável. A maioria dos que eu
conheci está no Hospital St. Mungos... este dom enlouquece qualquer um.
- Além destes e outros dons premonitórios, qualquer um pode
recebero "Sopro das
Parcas"
são
premonições que saem sozinhas da teia do tempo, e sabe-se lá porque
podem acometer a qualquer pessoa. Não é um dom treinável. E Harry,
você deve lembrar de já ter visto um sopro das parcas, correto? A
professora Trelawney há dois anos previu o encontro de ... enfim, você
sabe o que ela previu, não é mesmo?
- E existe o Toque de Prometeu. Para aqueles com o Toque de
Prometeu, a vida não é nada fácil. Premonições de futuro e visões
do passado convivem dolorosamente diante dos nossos olhos. Basta
tocarmos uma pessoa ou objeto para sabermos coisas sobre eles, nem
sempre tudo, claro, às vezes mais, às vezes menos,mas nunca nada. É impossível parar totalmente o Toque, mas
podemos evitá-lo em parte protegendo-se com um feitiço de confusão
ou, no caso do vidente, filtrá-lo escondendo as mãos sob tecidos
devidamente conjurados. Isso torna mais fácil o convívio com a
maldição. Estas luvas que uso, disse mostrando as mãos, me
possibilitam fazer apenas previsões boas. Isto poupa inúmeros
aborrecimentos
- Eu estou aqui a serviço do ministério da Magia - mostrou um
distintivo da polícia do ministério -fui designada para a proteção do povoado e de Hogwarts e
auxilio dos Aurors para prever a chegada de qualquer força maligna. Vou
levá-los a minha casa agora, pois temos muito que conversar. E não
adianta este aí tentar fugir de mim.
Harry olhou em dúvida para Sirius. O cão, resignado, acenou a
cabeça em assentimento. Harry estava extremamente curioso para saber o
que havia de errado para seus padrinhos parecerem tão hostis entre si.
Foram andando pelo povoado e chegaram diante de uma casa, bem em
frente a suposta casa mal assombrada da aldeia, sem portas ecom janelas totalmente gradeadas, lembrando um caixote muito feio
e sem estilo, ao contrário de todas as casas do lugar. Engraçado que
Harry já estivera em Hogsmeade inúmeras vezes e nunca vira aquela
casa. Sirius estava quieto e parecia contrariado, mas seguia com eles.
- Esta é minha casa! - Sheeba disse radiante, como se
apresentasse um palacete -Eu
não consigo morar em outra, portanto, carrego esta em todo lugar, é o
único lugar no mundo, tirando Hogwarts, onde eu me sinto realmente à
vontade... - como ela carregava a casa, não explicou.- E só há um
meio de entrar em nela. -disse e mostrou chaveiro com uma pequena porta pendurada de
um lado, e uma chave do outro -Através
desta chave. Dêem-se as mãos. Harry, segure bem o cão, vamos entrar.
- Disse e girou a chave na pequena porta e em um segundo estavam dentro
da casa.
A parte interior da casa era completamente diferente da parte de
fora. As janelas eram janelões sem grades, e a casa parecia muito maior
, o que era muito comum em casas de bruxas. Tinha uma sala imensa, sem
nenhuma mobília e num canto uma piscina redonda pequena sob um teto
solar, havia também uma escada que subia para um jirau e dava acesso ao
segundo piso, e algumas portas que provavelmente levavam a outros
cômodos. A paisagem vista pela janela era diferente da paisagem de
Hogsmeade, havia uma praia na frente e outra atrás, o céu que aparecia
sobre o teto solar estava limpíssimo, com um sol de verão digno dos
trópicos.
- Uau! - disse Rony - Uma casa com paisagem conjurada! Minha mãe
sempre quis uma destas! - Sheeba riu:
- A direita, o Mar Egeu, à esquerda, o Caribe. O sol é do
Marrocos. Esta casa foi construída pelo maior arquiteto bruxo em
atividade! Eu descobri o paradeiro de sua filha mais nova que fugiu de
casa para casar-se com um trouxa. Ela se limpa sozinha e eu posso
escolher a mobília conforme meu estado de espírito.
-"Bauhaus!"
- Ela disse surgiu uma mobília moderna, totalmente em tons de
azul e amarelo. As paredes brancas tornaram-se amarelas e o chão se
cobriu de um piso amarelo canário- Essa é minha decoração favorita.
A casa era confortável e de temperatura muito agradável. Sheeba
tocou a si mesma com a varinha e sua roupa transfigurou-se numa veste
longa azul cobalto, em seus pés apareciam agora pantufas azuis com
caras de coelhinhos. Um elfo doméstico apareceu eufórico pela casa:
- Senhorita Sheeba, Senhorita Sheeba! Deseja alguma coisa? Água,
folhas da morávia, licor de sangue de dragão????Limonada rosada para convidados de Senhorita?Um osso para cão de meia tonelada? Dê uma tarefa para seu
pequeno Smiley... por favor.
- Tenho uma tarefa para você, Smiley: vá la para dentro e
descanse por duas horas. Não me volte aqui antes disso.
- Smiley não agüenta mais descansar - o elfo foi resmungando se
refugiar na cozinha - Essa casa que se arruma sozinha não serve para um
elfo doméstico.
Sheeba suspirou:
- Meu elfo doméstico não é um escravo, ganhei-o de presente e
não quero libertá-lo pois sei que ele acabaria nas mãos de algum
mestre menos generoso que eu... viu Hermione, como temos coisas em
comum?
Hermione olhou triunfante para Harry e Rony, que imaginaram quea seguir, provavelmente ela convidaria Sheeba para sua sociedade
de libertação de elfos domésticos. Mas Sheeba não perdeu tempo com
isso, simplesmente parou no meio da sala, encarando o grande cão:
- Sirius Black, revele-se. -Sheeba olhou seriamente para o cão que imediatamente
transformou-se em Sirius, Sheeba pareceu conter um suspiro de emoção
quando o padrinho de Harry apareceu em sua frente, os olhos negros dele
a encaravam com uma expressão severa.
Ficaram um segundo em silêncio, um de frente para o outro, cada
um num canto da sala. Sheeba segurava sua varinha na mão direita, e
parecia até que iam duelar, com a diferença que Sirius estava
totalmente desarmado. Nem Harry, Rony ou Hermione esperavam o que veio a
seguir. Ambos começaram a falar , e era muito difícil entender o que
discutiam, pois falavam praticamente ao mesmo tempo, um interrompendo o
outro, asperamente.Sheeba
olhava Sirius com fúria e batia a varinha contra a mão esquerda
impaciente, a medida que ia fazendo isso, uma névoa negra ia saindo da
ponta da varinha vagarosamente, indo condensar-se sobre sua cabeça. Em
alguns minutos, Sheeba tinha acima de si uma ameaçadora miniatura de
nuvem de tempestade quelançava
pequenos raios no ar. Harry, Rony e Hermione conseguiam distinguir da
violenta discussão coisas como :
- COMO VOCÊ TEM CORAGEM DE DIZER QUE NÃO TE AJUDEI??? EU
ESPEREI VOCÊ POR QUATORZE ANOS!!
- SE VOCÊ TINHA CERTEZA DA MINHA INOCÊNCIA PORQUE NÃO ME
PROCUROU, SHEEBA, VOCÊ TEM IDÉIA DO QUE SÃO DOZE ANOS EM AZKABAN?
- O QUE VOCÊ QUERIA QUE EU FIZESSE? EU DISSE QUE VOCÊ ERA O
ÚNICO QUE PODIA SER O FIEL DO SEGREDO E VOCÊ NÃO ME ESCUTOU! ISSO FOI
UMA VERDADEIRA TRAIÇÃO!
-EU NÃO TRAÍ NINGUÉM! FOI WORMTAIL! VOCÊ SABE DISSO, LEMBRA?
VOCÊ É A SENHORA SABE TUDO, LEMBRA?
- DE ONDE VOCÊ TEVE ESTA IDÉIA ESTÚPIDA DE CONFIAR EM WORMTAIL???
- ELE ERA MEU AMIGO! VOCÊ NUNCA ME ADVERTIU SOBRE ELE!!!
-EU NUNCA HAVIA TOCADO NELE, LEMBRA DISSO, SR SIRIUS ARROGANTE
BLACK? NÃO DAVA PARA DESCONFIAR DE ALGUÉM QUE TINHA TANTO MEDO DE
MIM???
-NÃO ERA EU QUE TINHA O TOQUE DE PROMETEU, LEMBRA?
-PORQUE VOCÊ NÃO ME PROCUROU QUANDO ELE APARECEU?
- VOCÊ HAVIA DESAPARECIDO NA HORA ESSENCIAL, LEMBRA? SEGUINDO A
PISTA DAQUELE MALDITO SNAPE! NEM ME AVISOU ONDE ESTAVA!
Conforme a discussão ia ficando violenta, a nuvem sobre Sheeba ia
adensando-se, até que ela gritou:
- Eu não pude fazer nada! -E explodiu em lágrimas, quase ao mesmo tempo que a nuvem sobre a
sua cabeça despejou uma intensa mini-tempestade sobre ela. Trovões
ecoavam pela sala e uma grande poça d'água se formava aos pés da bruxa,
agora totalmente molhada. Sirius suspirou profundamente e parou por uns
instantes a um passo de Sheeba, em silêncio, então pediu a Harry:
- Harry, me empreste sua varinha.- Harry passou a varinha a Sirius
que apontou-a para a nuvem e disse - Flora!- .No mesmo
instante a nuvem se transformou em uma nuvem azul da qual caíam camélias
enormes, também azuis. Sirius olhava Sheeba em silêncio, Harry, Rony e
Hermione se olhavam intrigados.As vestes e os cabelos dela secaram em menos de um segundo.
-Eu não esqueci suas flores favoritas - Sirius disse,
aproximando-se de Sheeba - se soubesse que durante todo tempo em Azkaban
você sabia que eu era inocente, teria tido pelo menos um pensamento feliz
para enganar os dementadores.
Para a surpresa de Harry, Rony e Hermione, Sheeba atirou os braços
em volta do pescoço de Sirius e os dois se beijaram apaixonadamente. Rony
tapou uma risada com a mão, Harry eHermione deram a ele um intenso olhar de censura. O casal que
continuou se beijando no meio da sala, até que depois do que pareceu uma
eternidade Sheeba sussurrou:
-Sirius, precisamos explicar tudo para eles...
Sirius
virou-se e disse a Harry:
- Harry, você já conhece sua madrinha, Sheeba. Bem, eu deveria
ter lhe dito que nós éramos... somos, noivos. - O Bruxo abraçou Sheeba
ternamente e murmurou - Como eu senti a sua falta...
- Porque nunca ninguém me falou dela? - Harry sentia-se
contrariado por nunca ter tido sequer menção da existência de uma
madrinha.
- Harry - Sheeba começou - para que você entenda porque você
nunca me conheceu é preciso que você saiba toda a história de como eu
me tornei a melhor amiga de sua mãe, e depois, sua madrinha.
Sheeba
convidou-os a sentar-se no imenso sofá que rodeava a sala, então
sentou-se ao lado de Sirius, segurando a sua mão, e depois de um suspiro
profundo, começou sua história.