Harry Potter e o Toque de Prometeu - Capítulo 14 - Como João e Maria
Capítulo 14 - Como João e Maria
A consciência de Sirius foi voltando aos poucos. Ele estava
imerso até o pescoço numa substância que se movia
ruidosamente ao seu redor... sentia às vezes algo
beliscá-lo. Ouvia barulhos estranhos... sentia um cheiro
repugnante. Azedo.
Ratos. Sirius abriu os olhos e viu que estava mergulhado em
uma espécie de piscina cheia até a boca de ratos. O peso dos
ratos o impedia de mover-se. Não estava mais na câmara
circular, mas num lugar amplo, úmido e iluminado por um luz
estranha e avermelhada. Era uma grande caverna subterrânea,
alta como uma catedral. Ouviu uma risada nojenta e viu, parado
na beira do buraco, O vulto baixo e gordo de Wormtail:
- Não é que o grande, arrogante e antipático Sirius Black
caiu na minha armadilha pela segunda vez?
- Pedro... Como você está diferente da última vez que eu
te vi. Se não me falha a memória, você naquela ocasião
suplicou para que eu não te matasse...
- Como as coisas mudam, não Sirius? o mais chato, é que
você vai morrer como um renegado. Nenhuma redenção, sujo,
esquecido e odiado como um cão vadio... não é irônico? Eu,
o pulha, o medíocre estou vivo e tenho uma fama que não me
faz jus... você que sempre foi nobre, cheio de admiradoras
nos tempos de Hogwarts é temido como um grande assassino.
- Quando eu sair daqui, não vou cometer os mesmos erros...
espero que seu corpo seja suficiente para mostrar quem era o
canalha... ainda mais com essa marca sinistra e esse seu
bracinho novo... presente do seu mestre?
- O meu mestre honra àqueles que o obedecem. Onde está o
seu querido mentor?
- Wormtail, eu gostaria de saber... todo esse aparato não
é para me pegar, não é mesmo? Você nunca se preocupou com
isso, sempre se preocupou mais em fugir de mim...
- Na verdade o importante são estes meus amiguinhos que
estão aí te fazendo companhia. Eles são a chave de todo o
problema.
- Como você fica feliz entre seus iguais!
- Sirius, estes ratos que você despreza vão destruir
Londres.
- Como? Vão roê-la até cair?
- Eu demorei um ano aperfeiçoando uma praga perfeita para
matar trouxas... e a coloquei nestes ratos. Cada rato deste
consegue sugar a energia vital de dez trouxas... Quando eu
tiver me livrado de você, soltarei-os em Londres e Chamarei
meu mestre para ver a destruição que eu provoquei... mas
antes, eu pegarei Harry Potter... pena que você não vai
viver para ver, Sirius.
- Eu achava que Voldemort era o sujeito mais maluco que
conheci... agora vejo que você é pior que ele...
- Daqui há algumas horas, quando meus ratos tiverem sugado
sua energia, essa ironia toda vai ter desaparecido, Sirius.
- Não sinto nada, seu babaca. Seus ratos devem estar com
problemas...
- Como a energia de um bruxo é diferente, eles demoram mais
para matá-los. Eu vou dar uma ajuda a eles... Cru... -
Wormtail não terminou de dizer a palavra. Um grande vulto
branco surgiu das sombras e saltou sobre ele. Antes que ele
soubesse como, a pata de um grande tigre siberiano estava
sobre seu pescoço. O tigre transformou-se em Sheeba, que
apertava o pescoço dele. Com a mão direita, ela segurava a
varinha diante de seu coração.
- Você não sabe como é bom segurar seu pescoço e saber
que você tem um beijo de dementador no seu destino, Wormtail....
- Er... Sheeba... gasp... solte-me. Eu não queria...
- Ah, sim, você queria sim, você sempre quis ferrar
Sirius, não é? Inveja, como você tinha de Thiago Potter
também. Até de Lupin você tinha inveja... daria tudo para
trocar de lugar com ele, ser um lobisomem, não é mesmo?
Qualquer poder para você serviria, até mesmo uma maldição.
- Sheeba. Piedade!
- Como eu tiro Sirius dali?
- Calma, eu explico!
Neste momento, Sirius, que até então estivera rindo viu um
vulto encapuzado aproximando-se por trás de Sheeba. Era o
outro Death Eater.
- Sheeba! Atrás de você!
Não houve tempo. antes que Sheeba pudesse fazer qualquer
coisa, o Death Eather desarmou-a e arrancou sua máscara,
mostrando o rosto.
O rosto de Severo Snape.
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Harry, Rony e Hermione viram luzes surgindo no horizonte.
Estava bem frio lá em cima. Rony sentia-se, um pouco a
contragosto, excitado sentindo o seu corpo roçando-se no
corpo de Hermione... Hermione, por sua vez, procurava não
tomar conhecimento das vezes que sentiu com um certo arrepio a
respiração de Rony esquentar-lhe ligeiramente a nuca...Harry
à frente da motocicleta, não conseguia pensar em nada por
muito tempo... já sentira isso algumas vezes... lutava contra
a idéia de ver algo acontecer a Cho Chang, receava que ela
estivesse em grande perigo.
A moto aproximava-se de Londres rapidamente. Ocorreu a Harry
que teriam problemas se os vissem voando nela, e , com ajuda
de Hermione, cobriu o que pôde com a capa de
invisibilidade... Não ficou realmente muito oculto, mas era
melhor que nada... Passaram na frente do Big Ben e puderam ver
a hora: dez da noite. Harry disse à moto:
- Muito bem, você pode farejar o Sirius?
A moto deu um grande ronco como resposta e mergulhou,
fazendo que Hermione fechasse firmemente os olhos e apertasse
com força o braço de Rony, que passava por sua cintura e
prendia-se a Harry. Nada os preparou para o que veio a seguir.
A moto pousou numa rua movimentada e acelerou mais ainda,
passando como uma bala por entre carros, mas parecia que eles
desviavam dela quando passava, Harry já havia visto isso
antes em algum lugar... sim, claro, era como andar no noitibus,
mas só que mais rápido! Deja vù de novo...
A moto entrou por uma estação do metrô, aparentemente sem
se importar que as escadas do metrô não eram para motos,
ainda mais motos de dois metros de altura, e passou feito uma
bala pela roleta... eles ficavam surpresos ao ver que nada
acontecia à passagem da moto, as coisas simplesmente
desviavam dela... Rony apavorado disse, quando viu a moto
rodar para dentro de um túnel:
- Isso decididamente não vai dar certo...
Mas a moto empinou e começou a rodar em duas rodas, para
desespero dos três que gritavam na garupa de medo... quando
luzes se aproximaram no fim do túnel, seus gritos se tornaram
de puro terror, e não melhorou muito o fato de no último
segundo antes de uma colisão com o trem que vinha em sentido
contrário a moto enfiar-se por um túnel lateral que surgiu
como por encanto à direita... ela continuou rodando mais
veloz até que derrapou de lado em frente a um desabamento na
parede. Os três caíram no chão. Hermione desmaiou. Rony
debruçou-se sobre ela, que murmurou:
- Estou bem... mas acho que vou vomitar.
- Só você? - Disse Rony -adivnha o que o Harry está
fazendo neste minuto?
Depois de alguns minutos, eles se ergueram e olharam para a
moto que acelerou e morreu diversas vezes.
- Ótimo, vira latas! - Disse Rony - Você nos trouxe para
um beco sem saída.
- Não é um beco sem saída - Hermione respondeu - Eu vi
Sheeba chegar aqui pelo olho do tigre... isso é uma barreira
como a da plataforma 9 ½ ... Depois dela o olho de tigre
apagou.
- Vamos entrar logo então! Harry correu em direção à
barreira e a atravessou. Rony e Hermione fizeram o
mesmo.Hermione viu que seu olho de tigre apagava também.
Quando chegaram em frente à porta havia um bilhete flutuando
no ar:
"SIGAM AS INSTRUÇÕES!"
- Isso deve ter sido Sheeba - disse Harry ela deve saber que
viríamos atrás deles.
Foram descendo a escada e encontrando bilhetes iguais que
diziam palavras mágicas como "impedimenta", que
eles iam repetindo e desarmando feitiços que eles nem viam
às vezes. Muito rapidamente chegaram ao lugar com os dois
corredores. Um bilhete dizia: "PRIMEIRO À DIREITA -
FINJAM NATURALIDADE AO ENTRAR PELA PORTA VERDE E SAIAM DA SALA
PELA PORTA DO ARMÁRIO"
- Ótimo!- Disse Rony animado.- Ela nos deixou instruções!
- Como na história de João e Maria, disse Harry, rindo.
- Que história é essa?
- Esquece - Harry falou ao lembrar que na História de João
e Maria a Bruxa era má.
Entraram pela porta verde e havia um homem, um trouxa,
limpando a sala:
- Ei, vocês vão arruinar minha limpeza! Já não basta um
maluco ter soltado uma bomba aqui hoje de tarde?
- Tudo bem- disse Harry- nós só queremos entrar no
armário.
O homem observou eles entrarem na porta do armário e então
sacudiu a cabeça:
- Ei vocês não podem entrar... - abriu a porta e descobriu
que os três adolescentes tinham simplesmente sumido.