Harry Potter e o Toque de Prometeu - Capítulo 4- A sala de estudos
Capítulo 4 - A sala de estudos
 
 
Sirius levantou-se de um salto e disse aos garotos: 
                -Vocês vão ser testemunhas disso: Sheeba, me dê seu anel de noivado. - Em tom falsamente solene, começou - Sheeba Amapoulos: você quer se casar comigo?
                -Claro, seu idiota, ou não te esperaria quatorze anos.
                -Muito bem, acredita que em breve limparei meu nome? - Agora Sirius falava sério. Cuidadosamente Sheeba retirou as luvas e tocou de leve as mãos de Sirius. Como resposta enlaçou de novo seu pescoço beijando-lhe. 
                -Acho que isso é um sim - comentou Roni, aborrecidamente.
                Sirius assumiu novamente seu tom sério que Harry se acostumara:
                        -Eu gostaria que você visse o que vai acontecer com ele. 
                Sheeba deu dois passos e tocou delicadamente o rosto de Harry. Harry fechou os olhos. As mãos de sua madrinha envolveram-lhe a face. Eram macias e estranhamente frias. Nada aconteceu. Sheeba ficou calada. Harry abriu os olhos e deparou com os grandes olhos dela fixos em sua cicatriz, indecifráveis.
                -Harry - ela disse - há um problema. Você está sob feitiço de confusão
                -Isso significa..
                -Que eu posso prever realmente muito pouco sobre seu futuro.
                -E o que você vê?
                -Apenas você e o Lord das Trevas.
                -Lutando?
                -Não. Caindo. 
                -Onde?
                -Não sei. Parece um abismo.
                -Quando?
                -Não posso dizer ao certo. Parece que em breve.
                -E ...eu morro?
                -Não sei.
                O silêncio caiu pesadamente sobre todos na sala. Todo o clima agradável de momentos antes se dissipara. Harry sorriu e lentamente tirou as mãos da sua madrinha de seu rosto:
                -Sheeba, não fique chateada, não é a primeira vez que minhas perspectivas não são boas. Pelo menos você não sabe se vou morrer ou não, o que me traz de volta ao ponto de partida... agora é só eu tomar cuidado em lugares altos.
                -Harry - Sirius pôs as mãos em seus ombros - Não se preocupe. Você sabe que  estarei sempre de olho em você. Se você cair em um abismo eu juro que nem que seja a última coisa que eu faça, eu te alcanço.
                -Eu sei Sirius, eu conheço você... Sheeba, importa-se se agora em diante eu fizer como Viviane Lake? Acho que não quero saber mais nada de meu futuro. Você ficaria chateado comigo?
                -Não Harry, eu não me importo com isso, mas uma coisa me importa: saber quem colocou este feitiço em você.
                -Porquê?
                -Porque posso apostar que foi alguém dentro de Hogwarts. - Um brilho frio apareceu nos olhos de Sheeba. - E eu vou descobrir quem foi.
                Depois da frustração provocada pela revelação de Sheeba, ninguém mais na sala sentia-se muito animado, exceto Smiley, que andava para um lado e para o outro oferecendo uma bandeja cheia de comidas exóticas. Todos estavam muito desanimados para comer e a bandeja seguia intocada. Até que Sirius disse, inquieto:
               -Sheeba, precisamos fazer alguma coisa hoje. Amanhã eu vou para Londres encontrar Lupin e quanto mais progredirmos hoje, mais poderemos protegê-lo. Podemos ir falar com Dumbledore. Eu posso ir como cão.
                -Sirius, Dumbledore não está em Hogwarts.
                -Como assim não está em Hogwarts? - Rony duvidou - Ele nunca sairia de Hogwarts no meio do ano letivo!
                -Hoje ele precisou sair, e não volta antes de dois dias.
                -Como você pode saber sem tocá-lo? - Hermione perguntou com seu habitual ar inquisidor.
                Sheeba levantou-se e tirou a varinha de dentro da veste.  Aproximando-se de uma parede disse:
                -Eu lhes mostro. - Tocou a parede com a varinha - Doorperson! Acorde.
                Uma porta surgiu de dentro da parede. Era uma porta de madeira com um grande rosto esculpido em seu centro. O rosto dormia profundamente, ressonando. Sheeba tocou-lhe o nariz com a varinha e ele abriu os olhos sonolentos, piscando-os. Então pareceu assustar-se e disse, com forte sotaque alemão:
                -Frau Sheepa ! Bom Dia!!! Seja bem-vinda a seu sala de estudos! Quem são esses pessoas - o rosto pareceu desconfiado- senhorrita saber regras....
                -Esses são meus convidados, Doorperson! Quantas vezes eu tenho que lhe dizer...
                -Para desconfiar dos outros e não da senhorrita, eu sei, mas eles são "os outrros"!
                -Eu sou o noivo dela! Vai discutir comigo? - Sirius tinha uma expressão ameaçadora
                -Está bem - Suspirou o rosto de madeira -  De que adianta meu tecnologia alemã se eles não respeita as regras.... - continuou resmungando enquanto eles passavam pela porta.
                -Tecnologia alemã! - Sheeba disse enquanto entrava na sala totalmente escura - Eu comprei essa porta de segunda mão, pois sim! Flama! 
                -Pois não, miss Sheeba - uma voz rouca respondeu no escuro.
                -Acenda!
                -Luz de ambiente ou luz de estudo?
                -Luz de estudo.
                A sala iluminou-se totalmente.  Ao contrário do que Harry presumira, não era um cômodo estreito e apertado mas um amplo salão com aspecto de laboratório, nas paredes, prateleiras subiam até o teto, repletas de vidros de diversos tamanhos, todos contendo objetos comuns. Cada vidro tinha uma etiqueta com um nome escrito. 
                -Obrigada, Flama! - Ao dizer isso uma das lâmpadas do teto piscou repetidamente- Estes são meus arquivos. Cada vidro contém um objeto que pertenceu a pessoa cujo nome está na etiqueta. A última vez que eu contei, haviam vinte mil peças.
                -E como você conseguiu essas coisas? - Rony perguntou olhando desconfiado para uma faca ensangüentada  dentro de um vidro.
                -Alguns são fruto dos meus dez anos de trabalho na polícia dos trouxas, como essa faca que você está olhando e que pertenceu a um assassino psicopata . Eu mantenho-a aqui para o dia que ele fugir da cadeia. Outros são coisas mandadas por parentes de bruxos desaparecidos para que eu os encontrasse, faço isso como trabalho  freelance, também tenho muitos objetos dados por bruxos que desejam ser monitorados e outros, eu simplesmente roubei de pessoas que eu precisava monitorar.
                Hermione olhou-a como se ela tivesse dito alguma atrocidade. Harry então entendeu a presença de um frasco contendo um anel de cobra cuja a etiqueta dizia “Severo Snape”.
                -Alvo Dumbledore! - Disse Sheeba e imediatamente um frasco contendo uma grande pena de escrever vermelha e dourada (pena de fênix, pensou Harry) saiu voando de uma das prateleiras, pousando suavemente nas mãos de Sheeba, que abriu-o e retirou a pena.  Ela foi andando até uma bancada onde havia uma espécie de pedra que Harry reconheceu de imediato: Um pensieve. Dumbledore tinha um em sua sala. Sheeba segurou a pena com a mão esquerda e com a varinha na mão direita tocou o pensieve.
                 -Onde está Alvo Dumbledore? - Sheeba perguntou e automaticamente o pensieve se agitou e mostrou uma sala com uma grande mesa redonda onde Dumbledore estava sentado em reunião com muitos bruxos. Entre eles Harry pode ver o auror Moody Mad Eye e, para sua surpresa, seu ex-professor Remo Lupin. Sheeba prosseguiu:
                 -Para onde ele vai depois? - O pensieve mostrou Dumbledore entrando no prédio do Ministério da Magia. - E daqui a dois dias? - O pensieve agitou-se novamente e mostrou Dumbledore em sua sala, conversando com alguém. Parecia muito sério e explicava que naquele momento não queria que a pessoa deixasse a escola por nada deste mundo. A pessoa com quem falava não aparecia. No seu lugar havia um borrão, quando ela falava com Dumbledore, também não se ouvia a voz. Quando este dirigia-se ao interlocutor pelo que seria o nome, a voz dele simplesmente sumia.
                 -A outra pessoa na sala de Dumbledore está sob feitiço de confusão - Sheeba disse séria. - Por isso não aparece no pensieve.
                 -Então deve ser o Harry! - Disse Rony triunfante.
                 -Daqui a dois dias já sei que terei problemas - Harry parecia bastante desanimado.
                 -Não necessariamente, Harry - Sirius encarou o afilhado - Você não acha que aquela pessoa pode ser também quem te pôs o feitiço de confusão?
                 -Ou mesmo outra pessoa. Comigo por perto, provavelmente muitos pais colocaram feitiços de confusão em seus filhos...
                 -Isso não é magia negra? - Hermione perguntou espantadíssima.
                 -Não. Na verdade é até uma forma de proteção para alguns, é simplesmente uma forma que alguns bruxos encontram para ter privacidade, não há nada demais em não querer saber o futuro.
                 -Mas quem pôs esse feitiço em mim - Disse Harry - Não quer manter a minha privacidade. Com certeza não.
                 -Escutem - Sirius disse sério - Está na hora de voltarem a Hogwarts. Eu vou para Londres amanhã, mas Sheeba ficará aqui. E garanto que ela achará um meio de descobrir quem pôs este feitiço em você. Só quero que vocês mantenham a calma e fiquem longe de encrenca, entenderam?
                 -Você não é a pessoa mais indicada para dar este tipo de conselho - Sheeba ria diante da cara espantada de Sirius.

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