Tanto em Comum - Capítulo 5 - Quatro anos depois
Capítulo 5 - Quatro anos depois
 
Diana estava semi acordada. Não queria levantar. Tinha tido um sonho bom, um sonho com um garoto desconhecido, ruivo conversando com ela. Então os dois se abraçavam e ela acordou.
Se espreguiçou e rolou na cama desfeita. A luz que escapava a cortina mostrava que já era dia. Mas ela não queria ter que levantar. Ainda se negava a abrir os olhos quando abriram a porta. Ela virou para ver quem era.
Era uma de suas irmãzinhas gêmeas. Eram idênticas , só a cor dos olhos a diferente. Tinham 4 anos e adoravam acordar Diana sempre que ela estava em casa. Exigiam total atenção da irmã mais velha, o que Susane e Ricardo nunca contestavam. Eles aproveitavam ao máximo o tempo que elas se concentravam em Diana.
A menininha pulou em cima da cama e engatinhou até ela. Diana não queria acordar, mas que jeito?
- Acorda, Di, acorda!
- Quem é?
- Afrodite, Di, acorda!
Ela abriu os olhos contrariada. A irmãzinha estava sentada do lado dela, a olhando fixamente com seus grandes olhos cinzentos. Os longos cabelos loiro-prateados faziam que ela parecesse a mãe de Ricardo que Diana vira em uma foto. Mas foi arrancada do pensamento sobre a mãe de Ricardo por Michelle, a outra gêmea, que também pulou em sua cama. Diferente de Afrodite, Michelle tinha os mesmos olhos azuis de Susane. Juntando com os cabelos, que também eram iguais aos da mãe, ela era o retrato perfeito de Susane nova. Então Michelle falou:
- Di, Di, Didi, chegou uma carta pra você!
- Aonde está Michelle?
- Vou pegar.
E saiu correndo pela casa. Diana se levantou, abriu as cortinas e a janela. Afrodite agora dançava ao som da música do aparelho digital. Tinha dois dias que ela tinha aprendido como ligar e passara a faze-lo todas as manhãs. Então uma coruja entrou pela janela com dois pergaminhos. Ela reconheceu como sendo a coruja de Bruno, que Carol o dera quando saíra do colégio.
- Aqui, Di!
Michelle tinha voltado com a carta que chegara. era de Yan. Ela sabia, pois ele sempre escrevia em tinta vermelha. Abriu a carta curiosa.
Oi Di!
Como você está?
Aqui tudo bem, Erick está aprontando aos montes pra variar.
Erick era o irmãozinho de Yan, da idade das gêmeas.
Lilly está na casa do Bruno, mas eu acho que você já sabe disso. Vamos fazer a festa surpresa dela amanhã, aqui em casa em vez de na casa dele. Helena já está aqui. Até o Gui, que já não aparece a quase três anos vem.
Alexia e Gui tinham terminado. Ela tinha passado uma boa temporada com ele no Egito, mas voltou. Ele sempre mandava presentes para o filho, Yan, Afrodite, que era sua afilhada, Michelle Diana e Lilly. Pro Bruno também, mas só às vezes.
.Vai sr a maior festança. Estou muito animado, geral do colégio vem, até a Vanessa Prince, você sabe que eu tô de olho nela a um tempão
Ela sorriu. Tinha mais de um ano que Yan tinha uma paixonite pela garota. Vanessa namorava um menino que era do 7o ano, e no fim do ano, ele deu o fora nela porque "não podia mais ter namoricos, já era um homem". Todas as garotas do ano tiveram que a consolar durante a festa de despedida.
Parece que agora, finalmente, o Bruno aquietou o facho. Já vai fazer 4 meses com a Lilly! Talvez seja por isso que eu tô encalhado a quase 5 meses.
Diana deu uma risadinha. Meus amigos são os mais complicados possível, pensou ela.
Antes de namorar o Bruno, Lilly tinha ficado algum tempo com Yan. Nesse período, Bruno estava muito ocupado ficando com todas as meninas da classe. Ou quase todas, ele não tinha ficado com Diana, nem Lilly até então.
Bruno costumava usar seus encantos de ascendência veela. Era engraçado, sempre que ele dava em cima de uma garota, todas as demais ficavam completamente caídas por ele. Talvez por isso Yan tivesse um certo tipo de complexo de inferioridade, afinal, ele não tinha parentes veelas e as meninas não ficavam caídas por ele todas aos mesmo tempo.
Que coisa idiota, pensou a menina. Yan é muito mais bonito que o Bruno, ele ainda por cima é mais simpático. Bruno é muito esquentadinho, irritante e perfeccionista. É sempre mais divertido estar com Yan.
Na verdade, mesmo sem ser meio veela, ele sempre chamava muita atenção. Talvez por não querer ver ou por ser muito tapado ele não reparasse, mas duas a cada três garotas que passavam davam uma segunda olhada. Especialmente as mais velhas.
Agora ela, ela sim deveria ficar insegura. Sua melhor amiga, Lilly Black era tudo de bom. Como ela desejava ter aqueles grandes lilás, ou aquele cabelo mel levemente ondulado... Continuou a ler a carta.
Bom ainda tenho muito a fazer, então vou parando aqui. Te vejo amanhã, na festa, espero.
Beijos
Yan
Ps: Mande "oi" para Afrodite e Michelle, sim?
Agora as duas estavam dançando enlouquecidas em cima da cama.
- Yan disse oi meninas.
- Diga oi pra ele por mim!- falou Michelle
- Por mim também!- falou Afrodite
- Vamos descendo daí, isso é minha cama, vamos eu tenho que arrumar.
- Faz mágica pra gente, Di.
-Não posso Mimi.
- Ah, por favor!
- Não, Dite!
A duas resolveram apelar:
- A diz que sim, vai!- Falaram em coro.
- Está bem.
Então Diana arrumou a cama com um feitiço.
- Agora, eu vou fazer o dever. Brinquem lá no quarto de vocês.
As duas saíram meio desapontadas. Diana resolveu responder o Yan antes de ler as outras cartas. Uma, ela sabia que era da escola. A outra, provavelmente era de Lilly e Bruno.
 
Rio, 25 de julho
Yan,
 
Aqui está tudo bem. as meninas dão trabalho, mas sempre fazem o que eu peço. Agora temos um elfo doméstico, o Lenny. Mamãe está trabalhando na editora com Ricardo.
Estou com um pouco de tédio e saudades do palácio.Tem tido noticias de Fernanda? Quero dizer, Helena deve ter falado algo. Ela vem na festa?
A Lilly e o Bruno foram feitos um pro outro, não tem discussão. Aliás, Mimi a Dite disseram olá de volta. A festa vai ser realmente demais. Não vejo a hora.
Tenho que cuidar das meninas então vou ficando por aqui. Além disso, tenho que ,e arrumar pra festa pra ver se alguém me nota, o que acho meio difícil de acontecer, mas enfim, vamos tentar.
beijinhos
Diana
Ps1: Mande beijos para sua mãe e Helena.
Ps2: Será que você podia vir pra cá depois da festa?
Levou a carta para filé que saiu na mesma hora. Ela voltou pro quarto e pegou o envelope escrito na letra caprichada que reconheceu como a de Lilly.
Diana;
 
Como estão as coisas ai? E Mimi e Dite, como estão? E tia Sue, como vai?
Aqui está tudo bem. Carol vai dar aula de inglês na Academia Brasileira de Magia, apartir de setembro. já fizemos todos os deveres, afinal, você sabe como Bruno é com essas coisas.
Vocês vem aqui amanhã a noite, não vem? Estou morrendo de saudades!
Bom, até amanhã.
Mil Beijos
Lilly
Diana viu um outro pedaço de pergaminho aparentemente escrito com pressa.
Di;
compre um presente legal para Lilly, e por favor, não se atrase ou vai perder o inicio de festa.
Beijos
Bruno
Diana riu.Então foi brincar com as meninas.
 
Yan estava almoçando quando recebeu a carta de Diana. Deu uma risadinha quando acabou de ler. ora, ela era parte veela, como podia pensar que alguém possivelmente não a notasse?
Ele fechou os olhos com força e a imagem de Diana veio na sua cabeça. Lá estava ela, aqueles cabelos loiro-platinados, os olhos cinza esverdeados, a boca pequena, o nariz empinado. Estava com as vestes da escola, que desenhavam bem o corpo dela.
 
Ela fechou os olhos e apertou-os bem forte. Primeiro viu is olhos castanhos. Depois o rosto e o cabelo cuidadosamente arrepiado com gel. O corpo vestido com o uniforme. Pensou nele com muita força até que...
Tec
Oi Di!
Oi Yan
Tava pensando em mim porque?
Recebeu minha carta?
Acabei de ler.
Ah tá.
Você é muito boba sabia?
Porque?
Você é meio veela garota, todo mundo olha pra você três vezes antes de passar. Eu sei a Lilly é linda e tal mas é claro que você também é!
Grande coisa ser veela. A Lilly não é parte veela e todo mundo fica olhando pra ela abobado. Eu queria ter aqueles olhos lilás dela.
Os seus são lindos... E para de se comparar com a Lilly, vocês são diferentes, não são iguais. Lógico que todo mundo olha pra Lilly, ela da é filha diretora..
Ela é popular...
E você não? Me poupe Diana, me diz uma pessoa que não te conheça? Uma que não te queira bem? Não tem.
'Brigada, pelos dos olhos.
De nada, mas pare de pensar besteiras, viu? Você é linda e vai arrasar. Beijo!
Beijo
Tec
Desde o segundo ano, eles sempre tinham conseguido conversar por telepatia. Os dois conseguiam invadir mentes, um dom muito raro mesmo entre os bruxos. No entanto, quando tentavam vasculhar a mente um do outro, tudo que acontecia era que conseguiam conversar por telepatia. Bruno e Lilly sempre se irritavam com isso, mas às vezes era totalmente involuntário, e eles não costumavam fazer isso quando estavam frente a frente.
As 7 horas, lá estava ela com Dite, Mimi, Susane e Ricardo na casa da Alexia. A maioria das pessoas já tinha chego. Gui estava lá, conversando com Helena quando Dite e Mimi pularam em cima dele. Sentado no canto da sala estava Yan. Todo arrumadinho, o cabelo cuidadosamente arrepiado, como ele gostava tanto.
 
Yan quase não reconheceu Diana quando ela chegou. Estava usando um vestido longo prateado. Tinha um grande decote nas costas que deixava amostra a tatuagem que ela tinha feito na altura do quadril, com o símbolo de gêmeos. O cabelo mais liso do que nunca tinha crescido até o meio das costas.
Se ela quer ser notada, ele pensou, certamente vai conseguir, está mais linda que nunca. Ela vestida assim o lembrava alguém que ele tinha visto. Então se lembrou, era a carta da Lua do tarot bruxo da sua mãe. Ficou tentando lembrar o que tinha escrito no livro que acompanhava o baralho.
Começou a vasculhar a mente da mãe para achar. Até que conseguiu:
"A carta da lua representa em nós o desejo e o poder de atração. Uma pessoa regida pela carta da lua é extremamente atraente, atingindo a ambos os sexos."
Yan achou o suficiente e ignorou o resto, passando a pensar em Diana e algo pra beber. Até que ela se aproximou com duas cervejas amanteigadas. Deu uma para Yan e abriu a outra.
- Tim Tim!
- Tim Tim!
Alguns minutos depois, Helena gritou "silêncio" e todos se calaram. Lilly entrou vendada no salão. Bruno retirou a venda dos olhos dela e todos gritaram "surpresa"! Ela começou a abraçar e beijar todo mundo, extremamente feliz. Até que chegou em Di e Yan.
Lilly abriu a boca olhando pra Lilly. O vestido dela era lilás da cor de seus olhos. As duas se abraçaram forte.
- Putz Lilly, você cresceu!
- Você também Di.
- Parece que foi ontem...
- Também que foi sempre..
- Você vai sempre ser minha melhor amiga.
- Você também Di. Amo você.
- Também amo você Lilly.
Bruno e Yan resolveram se intrometer.
- Nós também de amamos Lilly.
- E a você também Di.
- Aqui todo mundo se ama!
E rodaram em um redemoinho de abraços.
 
P.s: Peço licença a Kê Malfoy para usar também a comunicação telepática, e obrigado pela idéia.

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