Diana estava semi acordada. Não queria
levantar. Tinha tido um sonho bom, um sonho
com um garoto desconhecido, ruivo
conversando com ela. Então os dois se
abraçavam e ela acordou.
Se espreguiçou e rolou na cama desfeita.
A luz que escapava a cortina mostrava que
já era dia. Mas ela não queria ter que
levantar. Ainda se negava a abrir os olhos
quando abriram a porta. Ela virou para ver
quem era.
Era uma de suas irmãzinhas gêmeas. Eram
idênticas , só a cor dos olhos a
diferente. Tinham 4 anos e adoravam acordar
Diana sempre que ela estava em casa. Exigiam
total atenção da irmã mais velha, o que
Susane e Ricardo nunca contestavam. Eles
aproveitavam ao máximo o tempo que elas se
concentravam em Diana.
A menininha pulou em cima da cama e
engatinhou até ela. Diana não queria
acordar, mas que jeito?
- Acorda, Di, acorda!
- Quem é?
- Afrodite, Di, acorda!
Ela abriu os olhos contrariada. A
irmãzinha estava sentada do lado dela, a
olhando fixamente com seus grandes olhos
cinzentos. Os longos cabelos loiro-prateados
faziam que ela parecesse a mãe de Ricardo
que Diana vira em uma foto. Mas foi
arrancada do pensamento sobre a mãe de
Ricardo por Michelle, a outra gêmea, que
também pulou em sua cama. Diferente de
Afrodite, Michelle tinha os mesmos olhos
azuis de Susane. Juntando com os cabelos,
que também eram iguais aos da mãe, ela era
o retrato perfeito de Susane nova. Então
Michelle falou:
- Di, Di, Didi, chegou uma carta pra
você!
- Aonde está Michelle?
- Vou pegar.
E saiu correndo pela casa. Diana se
levantou, abriu as cortinas e a janela.
Afrodite agora dançava ao som da música do
aparelho digital. Tinha dois dias que ela
tinha aprendido como ligar e passara a
faze-lo todas as manhãs. Então uma coruja
entrou pela janela com dois pergaminhos. Ela
reconheceu como sendo a coruja de Bruno, que
Carol o dera quando saíra do colégio.
- Aqui, Di!
Michelle tinha voltado com a carta que
chegara. era de Yan. Ela sabia, pois ele
sempre escrevia em tinta vermelha. Abriu a
carta curiosa.
Oi Di!
Como você está?
Aqui tudo bem, Erick está aprontando aos
montes pra variar.
Erick era o irmãozinho de Yan, da idade
das gêmeas.
Lilly
está na casa do Bruno, mas eu acho que
você já sabe disso. Vamos fazer a festa
surpresa dela amanhã, aqui em casa em vez
de na casa dele. Helena já está aqui. Até
o Gui, que já não aparece a quase três
anos vem.
Alexia
e Gui tinham terminado. Ela tinha passado
uma boa temporada com ele no Egito, mas
voltou. Ele sempre mandava presentes para o
filho, Yan, Afrodite, que era sua afilhada,
Michelle Diana e Lilly. Pro Bruno também,
mas só às vezes.
.Vai
sr a maior festança. Estou muito animado,
geral do colégio vem, até a Vanessa Prince,
você sabe que eu tô de olho nela a um
tempão
Ela
sorriu. Tinha mais de um ano que Yan tinha
uma paixonite pela garota. Vanessa namorava
um menino que era do 7o ano, e no fim do
ano, ele deu o fora nela porque "não
podia mais ter namoricos, já era um
homem". Todas as garotas do ano tiveram
que a consolar durante a festa de despedida.
Parece
que agora, finalmente, o Bruno aquietou o
facho. Já vai fazer 4 meses com a Lilly!
Talvez seja por isso que eu tô encalhado a
quase 5 meses.
Diana
deu uma risadinha. Meus amigos são os mais
complicados possível, pensou ela.
Antes de namorar o Bruno, Lilly tinha
ficado algum tempo com Yan. Nesse
período, Bruno estava muito ocupado
ficando com todas as meninas da classe. Ou
quase todas, ele não tinha ficado com
Diana, nem Lilly até então.
Bruno costumava usar seus encantos de
ascendência veela. Era engraçado, sempre
que ele dava em cima de uma garota, todas
as demais ficavam completamente caídas
por ele. Talvez por isso Yan tivesse um
certo tipo de complexo de inferioridade,
afinal, ele não tinha parentes veelas e
as meninas não ficavam caídas por ele
todas aos mesmo tempo.
Que coisa idiota, pensou a menina. Yan
é muito mais bonito que o Bruno, ele
ainda por cima é mais simpático. Bruno
é muito esquentadinho, irritante e
perfeccionista. É sempre mais divertido
estar com Yan.
Na verdade, mesmo sem ser meio veela,
ele sempre chamava muita atenção. Talvez
por não querer ver ou por ser muito
tapado ele não reparasse, mas duas a cada
três garotas que passavam davam uma
segunda olhada. Especialmente as mais
velhas.
Agora ela, ela sim deveria ficar
insegura. Sua melhor amiga, Lilly Black
era tudo de bom. Como ela desejava ter
aqueles grandes lilás, ou aquele cabelo
mel levemente ondulado... Continuou a ler
a carta.
Bom
ainda tenho muito a fazer, então vou
parando aqui. Te vejo amanhã, na festa,
espero.
Beijos
Yan
Ps: Mande "oi" para Afrodite e
Michelle, sim?
Agora as duas estavam dançando
enlouquecidas em cima da cama.
- Yan disse oi meninas.
- Diga oi pra ele por mim!- falou Michelle
- Por mim também!- falou Afrodite
- Vamos descendo daí, isso é minha cama,
vamos eu tenho que arrumar.
- Faz mágica pra gente, Di.
-Não posso Mimi.
- Ah, por favor!
- Não, Dite!
A duas resolveram apelar:
- A diz que sim, vai!- Falaram em coro.
- Está bem.
Então Diana arrumou a cama com um
feitiço.
- Agora, eu vou fazer o dever. Brinquem
lá no quarto de vocês.
As duas saíram meio desapontadas. Diana
resolveu responder o Yan antes de ler as
outras cartas. Uma, ela sabia que era da
escola. A outra, provavelmente era de Lilly
e Bruno.
Rio,
25 de julho
Yan,
Aqui
está tudo bem. as meninas dão trabalho,
mas sempre fazem o que eu peço. Agora temos
um elfo doméstico, o Lenny. Mamãe está
trabalhando na editora com Ricardo.
Estou
com um pouco de tédio e saudades do
palácio.Tem tido noticias de Fernanda?
Quero dizer, Helena deve ter falado algo.
Ela vem na festa?
A
Lilly e o Bruno foram feitos um pro outro,
não tem discussão. Aliás, Mimi a Dite
disseram olá de volta. A festa vai ser
realmente demais. Não vejo a hora.
Tenho
que cuidar das meninas então vou ficando
por aqui. Além disso, tenho que ,e arrumar
pra festa pra ver se alguém me nota, o que
acho meio difícil de acontecer, mas enfim,
vamos tentar.
beijinhos
Diana
Ps1:
Mande beijos para sua mãe e Helena.
Ps2:
Será que você podia vir pra cá depois da
festa?
Levou
a carta para filé que saiu na mesma hora.
Ela voltou pro quarto e pegou o envelope
escrito na letra caprichada que reconheceu
como a de Lilly.
Diana;
Como estão as coisas ai? E Mimi e Dite,
como estão? E tia Sue, como vai?
Aqui está tudo bem. Carol vai dar aula de
inglês na Academia Brasileira de Magia,
apartir de setembro. já fizemos todos os
deveres, afinal, você sabe como Bruno é
com essas coisas.
Vocês vem aqui amanhã a noite, não vem?
Estou morrendo de saudades!
Bom, até amanhã.
Mil Beijos
Lilly
Diana
viu um outro pedaço de pergaminho
aparentemente escrito com pressa.
Di;
compre um presente legal para Lilly, e por
favor, não se atrase ou vai perder o inicio
de festa.
Beijos
Bruno
Diana riu.Então foi brincar com as
meninas.
Yan estava almoçando quando recebeu a
carta de Diana. Deu uma risadinha quando
acabou de ler. ora, ela era parte veela,
como podia pensar que alguém possivelmente
não a notasse?
Ele fechou os olhos com força e a imagem
de Diana veio na sua cabeça. Lá estava
ela, aqueles cabelos loiro-platinados, os
olhos cinza esverdeados, a boca pequena, o
nariz empinado. Estava com as vestes da
escola, que desenhavam bem o corpo dela.
Ela fechou os olhos e apertou-os bem
forte. Primeiro viu is olhos castanhos.
Depois o rosto e o cabelo cuidadosamente
arrepiado com gel. O corpo vestido com o
uniforme. Pensou nele com muita força até
que...
Tec
Oi Di!
Oi Yan
Tava pensando em mim porque?
Recebeu minha carta?
Acabei de ler.
Ah tá.
Você é muito boba sabia?
Porque?
Você é meio veela garota, todo mundo
olha pra você três vezes antes de passar.
Eu sei a Lilly é linda e tal mas é claro
que você também é!
Grande coisa ser veela. A Lilly não é
parte veela e todo mundo fica olhando pra
ela abobado. Eu queria ter aqueles olhos
lilás dela.
Os seus são lindos... E para de se
comparar com a Lilly, vocês são
diferentes, não são iguais. Lógico que
todo mundo olha pra Lilly, ela da é filha
diretora..
Ela é popular...
E você não? Me poupe Diana, me diz uma
pessoa que não te conheça? Uma que não te
queira bem? Não tem.
'Brigada, pelos dos olhos
.
De nada, mas pare de pensar besteiras,
viu? Você é linda e vai arrasar. Beijo!
Beijo
Tec
Desde o segundo ano, eles sempre tinham
conseguido conversar por telepatia. Os dois
conseguiam invadir mentes, um dom muito raro
mesmo entre os bruxos. No entanto, quando
tentavam vasculhar a mente um do outro, tudo
que acontecia era que conseguiam conversar
por telepatia. Bruno e Lilly sempre se
irritavam com isso, mas às vezes era
totalmente involuntário, e eles não
costumavam fazer isso quando estavam frente
a frente.
As 7 horas, lá estava ela com Dite, Mimi,
Susane e Ricardo na casa da Alexia. A
maioria das pessoas já tinha chego. Gui
estava lá, conversando com Helena quando
Dite e Mimi pularam em cima dele. Sentado no
canto da sala estava Yan. Todo arrumadinho,
o cabelo cuidadosamente arrepiado, como ele
gostava tanto.
Yan quase não reconheceu Diana quando ela
chegou. Estava usando um vestido longo
prateado. Tinha um grande decote nas costas
que deixava amostra a tatuagem que ela tinha
feito na altura do quadril, com o símbolo
de gêmeos. O cabelo mais liso do que nunca
tinha crescido até o meio das costas.
Se ela quer ser notada, ele pensou,
certamente vai conseguir, está mais linda
que nunca. Ela vestida assim o lembrava
alguém que ele tinha visto. Então se
lembrou, era a carta da Lua do tarot bruxo
da sua mãe. Ficou tentando lembrar o que
tinha escrito no livro que acompanhava o
baralho.
Começou a vasculhar a mente da mãe para
achar. Até que conseguiu:
"A carta da lua representa em nós o
desejo e o poder de atração. Uma pessoa
regida pela carta da lua é extremamente
atraente, atingindo a ambos os sexos."
Yan achou o suficiente e ignorou o resto,
passando a pensar em Diana e algo pra beber.
Até que ela se aproximou com duas cervejas
amanteigadas. Deu uma para Yan e abriu a
outra.
- Tim Tim!
- Tim Tim!
Alguns minutos depois, Helena gritou
"silêncio" e todos se calaram.
Lilly entrou vendada no salão. Bruno
retirou a venda dos olhos dela e todos
gritaram "surpresa"! Ela começou
a abraçar e beijar todo mundo, extremamente
feliz. Até que chegou em Di e Yan.
Lilly abriu a boca olhando pra Lilly. O
vestido dela era lilás da cor de seus
olhos. As duas se abraçaram forte.
- Putz Lilly, você cresceu!
- Você também Di.
- Parece que foi ontem...
- Também que foi sempre..
- Você vai sempre ser minha melhor amiga.
- Você também Di. Amo você.
- Também amo você Lilly.
Bruno e Yan resolveram se intrometer.
- Nós também de amamos Lilly.
- E a você também Di.
- Aqui todo mundo se ama!
E rodaram em um redemoinho de abraços.
P.s: Peço licença a Kê Malfoy para usar
também a comunicação telepática, e
obrigado pela idéia.