- A primeira prova é esse domingo! Eu não
tenho idéia do que seja, como vou me
preparar?
- Eu vou falar com a minha mãe! Não, não,
não é justo!
Então Lilly saiu correndo, ao mesmo tempo
que as competidoras de Academia Brasileira de
Magia entravam pasmas como Yan. Elas sentaram
entre eles.
- Absurdo- falou Bruna- Completamente
absurdo!
- Loucura, como vamos estudar?
Então elas olharam todos, parados, as
observando.
- Vocês são do 5o ano, não?- Falou
Raquel.
- Somos, porque?- respondeu Diana.
- Ah... Vocês podiam me chamar um monitor?
– Ela continuou.
- Eu sou monitor, qual é o
problema?-Perguntou Bruno.
As duas observaram o crachá que dizia
"Bruno L. Cézar- Segundo Monitor".
Depois cochicharam alguma coisa e enfim Raquel
voltou a falar:
- Anh.. Aonde vamos dormir, será que o
segundo monitor, sabe?
Havia um tom de inconfundível e irritante
ironia na voz dela. Mas Bruno manteve a calma.
- Ah, sim. Tem um dormitório pra quatro
pessoas no fim do corredor, a escada a
esquerda. Fiquem lá, por enquanto. Mas acho
que vocês serão transferidas para o
dormitório do sexto ano amanhã.
- Então amanhã eu falo com o primeiro
monitor.
- É monitora, Patrícia Valle,
monitora-chefe de todo o colégio.
- Anh, certo, até amanhã.
E subiram a escada cochichando
- Argh, que nojo de meninas.-falou Diana
- Ah, Di, fica calma.- começou Yan- Não
dê atenção...
Lilly entrou de novo, com uma cara
desanimada.
- Não adiantou nada falar com ela. Ela
disse que é um teste de improvisação e
coragem.
Ela fez uma careta
- Então, Yan, vamos dormir. Amanhã você e
eu vamos treinar.
- Treinar o que?
- Tudo que conseguirmos- respondeu Lilly se
levantando e indo para o dormitório.
Yan olhou pra ela com cara de confuso.
Então suspirou e levantou.
- Acho que vou dormir. Até amanhã.
Bruno e Diana continuaram conversando no
salão comunal, enquanto Melaine Estis dormia
tranqüilamente na moldura. O salão estava
iluminado só por archotes.
Então Bruno falou alguma graça e Diana riu
com vontade, sacudindo a cabeleira
loira-platinada. Quando olhou de novo para
Bruno se deu conta de quão perto estava. Os
narizes quase se tocavam. Os olhos se
encontraram e ele murmurou:
- Você quer?- Ela praticamente podia sentir
as palavras ao invés de ouvi-las.
- Pode ser.- respondeu Diana abaixando os
olhos.
- Isso foi um sim?
Mas Diana não respondeu, apenas olhou nos
olhos intensamente, mas sem coragem de invadir
seus pensamentos. Ele chegou mais perto e pôs
a mão nos cabelos da nuca dela. Ela
estremeceu e fechou os olhos. Então ele a
beijou. A beijou com calma e delicadeza.
Por um instante ela ainda pensou "o que
eu estou fazendo?", mas ele a abraçou e
ela parou de pensar no resto do mundo. Bruno
cheirava a chiclete de tutti-fruti e perfume
masculino.
Ouviram um "pop" e se soltaram,
temendo que fosse alguém. Mas tudo que tinha
acontecido foi uma rosa muito vermelha tinha
nascido em Diana. Ele a tirou delicadamente da
mão dela. "Ai", "Doeu?",
"Um pouco". Ele fez um feitiço e o
sangue estancou. Ele beijou a palma das mãos
dela e o coração de Diana disparou de uma
tal forma, que ela achou que ele conseguia
ouvir.
- Acho que provoquei uma emissão mágica
involuntária...
- Não se preocupe, não vai mais acontecer.
- E se eu te beijar?
- Não me teste Bruno.
Ela estava de pé, olhando pra ele sentado
no sofá. Em um movimento rápido ele
levantou, a abraçou pela cintura e a beijou,
a beijou com desejo e vontade até que dezenas
de "pop's" explodiram pelo salão.
Mas eles não se soltaram até que um
"pop" veio acompanhado de um
"Aí!".
Todas as janelas estavam emolduradas por
rosas vermelhas e o quadro de Melaine Estis
também. Aliás, uma rosa tinha crescido na
mão dela. Ela olhou pros dois e começou:
"A essa hora da manhã"...
"Eu esperava que você fosse mais
ajuizado Cézar"... "Se agarrando de
madrugada, fazendo barulhos e feitiços"
- Não estávamos fazendo barulhos e
feitiços- resmungou Diana.
- Então o que eram esses pop's e essas
rosas? – ela murmurou algo como
"emissão espontânea"- Emissão
espontânea, é? Pois tratem de se controlar!
E porque ainda não tiraram esse feitiço?
- Finite Incantatem.- Falou Bruno.
Então os dois subiram o primeiro lance de
escada e quando chegaram ao patamar aonde ela
se dividia, ele a puxou e a beijou.
- Boa noite, Night. Tenha bons sonhos.
- Boa noite...
Então ela subiu a direita e ele a esquerda.
Deitada na cama aquela noite, Diana sabia
que tinha muito no que pensar. Afinal, o fato
dela ter beijado Bruno não significava que
amanhã estaria tudo bem. Ou que eles fossem
ficar "saindo". Ou que continuariam
se falando. Na verdade, a única coisa que
significava era que ela tinha beijado o Bruno.
Agora, tudo podia acontecer.
Diana acordou na manhã seguinte ainda
pensando no que acontecera. "Boa Noite
Night" a frase ecoava na sua cabeça. Ele
nunca a chamara pelo sobrenome. E fora desse
jeito que ele tinha se despedido de tantas
outra que foram só brincadeira.
Quando chegou ao salão principal, Bruno
conversava com as duas competidoras que
estavam na Estis. Ele visivelmente jogava
charme e as duas eram só risinhos. Luiza que
era a terceira monitora parou e cumprimentou
Bruno antes de se sentar do lado de Diana.
- Jogando charme para as visitantes... O
Bruno não tem jeito mesmo... Argh, são
nojentas!- Ela fez uma careta- E nem são
bonitas...
Ela sabia que Luiza tinha ainda uma quedinha
por Bruno. Só sorriu, sem responder.
- Argh, argh, argh! Ele podia arranjar algo
melhor!
- Ah! Ele nem é tão bonito assim!
- Aqueles olhos! Aquela boca! Ele não é
lindo, mas melhorou muito desde o primeiro
ano. Tem charme sim, olha pra ele com olhos de
mulher!
Diana olhou bem pra Bruno. Os olhos verdes
que ela conhecia tão bem, o cabelo mais
arrumadinho desde o ano anterior. Estava mais
alto e mais magro. Talvez mais bonito também.
Era aquilo, tinha algo no Bruno que ela não
tinha visto, mas que as outras viram. Como um
charme, um jeito especial que com ela não
funcionava. Será que era o charme veela, que
ela por também ser parte veela não sucumbia
como as outras? Mas era uma coisa a mais,
especial que chamava a atenção de qualquer
uma que parasse para observar podia
perceber... E ela tinha visto na noite
anterior pela primeira vez...
Lilly entrou no salão e se jogou na cadeira
ao lado de Diana.
- Cadê o Yan?
- Treinando feitiços lá fora.
- Achei que fosse treinar com ele.
- Eu treinei... Mas eu queria ver uma coisa
aqui dentro.
Diana acabou com o mingau e olhou pra Lilly.
Mas ela estava muito ocupada olhando um garoto
na mesa da Floris, competidor também.
- Lilly... "Uma coisa" é esse
menino?
- Hum-hum. Me fale mais sobre ele, Di.
Ela fez algum esforço e entrou na mente do
garoto.
- O nome dele é Rafael Arazen, tem 16 quase
17 anos, quer ir pra Beauxbatons, é muito bom
em poções... Está te olhando, não está?
Lilly que estava virada pra Diana virou e
olhou rapidamente para ele.
- Está.
- Ele te acha bonita. Novidade, todos acham.
Ele está pensando em... Como conversar com
você. Eu sugeriria que você fosse pro campo
aonde o Yan está. Ele também vai treinar
lá.
- 'Brigada, Di, eu vou lá. Beijo.
- Tenho que falar com você depois. Beijo.
Lilly saiu correndo pro campo. Diana foi
fazer seus deveres.
Domingo chegou cedo demais pra Yan que
queria mais tempo pra se preparar. A prova
seria as 2hs da tarde e ele passou o dia todo
sobre grande pressão. Diana ficou tentando
ajuda-lo o tempo todo, querendo fazer ele
relaxar.
Na hora do almoço, farto de todos ficarem
olhando pra ele, Yan saiu pro jardim. Diana
foi atrás com a comida flutuando atrás dela.
Se sentou na grama ao lado dele e a comida
desceu graciosamente entre os dois.
- Coma. Você precisa.
- Não quero.
- Eu sei que está nervoso, mas não comer
só vai piorar. Coma pelo menos um pouco.
Yan fez uma careta e comeu a comida do
prato. Depois bebeu o suco em um gole só.
- Você sempre consegue me convencer.
- Porque é sempre o melhor pra você.
Ele abraçou Diana como sempre fazia depois
que brigavam.
- Você é uma ótima amiga, sabia?
Diana sorriu. Prof. Taulle desceu as escada
e correu até eles.
- Yan, os competidores estão reunidos. Vim
te buscar. Srta Night, por favor, faça
companhia a srta Black. Ela está muito
ansiosa.
Diana subiu até a torre da Estis
- Delicias gasosas
Diana ignorou a veela dançante e entrou no
salão comunal. Só Lilly estava lá. Nem
Melaine Estis estava em sua moldura,
provavelmente em alguma visita. Quando Diana
entrou, os tão conhecidos olhos lilás a
procuraram aflitos.
- Porque você está tão nervosa, Lilly?
- Yan! E Rafael! Eu não sei pra quem
torcer!
- Só isso? Ora, não torça pra nenhum, ou
torça pros dois!
- Rafael veio conversar comigo ontem. Nós
conversamos bastante. E ele falou comigo
depois do café!Pediu pra eu torcer pra ele!
Aliás, ontem você disse que queria falar
comigo, o que era?
- Anh... Promete que não fica chateada?
- Não. Para de enrolar e fala logo!
- Eu fiquei com o Bruno.
- Que?! Quer dizer, quando?
- Anteontem. Lá no salão comunal. Nada
demais.
- Nada demais! Sair com o Bruno nunca é
"nada demais"! Eu quero saber tudo,
todos os detalhes!
Então Diana e Lilly ficaram rindo e
conversando sobre os acontecimentos daquela
noite até que deram quinze para as duas e
elas ainda estavam lá em cima. Desceram até
o Hall e saíram pela porta de trás, que dava
para o campo de quadribol. A cortina d'água
não tocava o solo, mas as molharia elas se
não fizessem o feitiço.
- Paratis!- falaram juntas.
A escola toda já estava sentada nas
arquibancadas. Vinicius Dantes, da turma delas
faria a irradiação, como em todos os jogos
de quadribol. Os juizes eram os três
diretores, mais o ministro da educação
mágica, Eduardo Mendonça, e o ministro de
políticas exteriores mágicas, Hélcio Reis.
Elas sentaram do lado de Luiza e Bruno. Eles
tinham escrito uma faixa com os dizeres
"Yan à frente!" que Diana achou
meio idiota. Ela pensou no amigo bem forte,
imaginado ele. Com alguma sorte conseguiria.
Tec
Como você está?
Mais ou menos. Meio nervoso.
Já sabe o que vai ser?
Não. Vou parar, vou passar por um feitiço
que corta comunicação.
Boa sorte!
'Brigado
!
Tec
-
Como ele está?- perguntou Lilly.
-
Nervoso.
-
Então está normal.
Vinicius
começou a falar, sua voz magicamente
ampliada. "É hoje a primeira tarefa da
competição que vai decidir. Quais são os
cinco estudantes que vão para o intercâmbio!
Lembrando que o primeiro lugar ganha uma bolsa
de 1000 galeões semestrais! A ordem para
está prova são.. Bruna Fonseca, Rafael
Arazen, Raquel Moura, Joana Luz, Yan Veras e
Gustavo Alvim... Esperando a autorização da
banca... Bruna Fonseca, pode vir!"
Lá
de cima viram os cabelos flamejantes de Bruna
sobre as vestes azuis escuras. Um fedor tomou
conta do local e três trasgos de 3 metros de
altura (o menor) entraram no campo em
direção a Bruna. Aparentemente, ela deveria
enfrenta-los e levar a banca os três bastões
que eles tinham nas mãos.
-
Mas é só estupora-los!- gritou Lilly.
Foi
o que Bruna pensou. Todos ouviram ela gritar
"Estupefaça", mas o feitiço não
funcionou. Pensando rápido, ele transfigurou
um monte de terra em um pequeno dragão. Não
foi realmente inteligente, o dragão torrou os
trasgos com o fogo e desapareceu (ela quase
desmaiou com o esforço). Ela levou os
bastões aos juizes impressionados, mas perdeu
pontos por ter posto todos em perigo. Arazen
transfigurou os trasgos em gatos, estuporou-os
e levou os bastões. Raquel Moura usou um
feitiço convocatório, pegou os bastões e
depois chamou a vassoura para deixa-los
tontos. Ela fez eles baterem a cabeça uns nos
outros, o que não era muito difícil uma vez
que eram muito burros.
Joana
usou um feitiço simples para levitar os
bastões e atingiu todos eles de uma só vez,
com uma bastonada só. Mas Yan estava em uma
tenda na beira do campo junto com Alvim. Eles
ouviam os comentários de Vinícius, e as
notas dos participantes. A tensão crescia a
cada instante.
"Próximo
competidor, Yan Veras, pode vir!". No
instante que saiu da tenda, um fedor invadiu
suas narina... "Trasgos!" ele
pensou. Não sabia o que fazer.
Diana,
Lilly, Luiza e Bruno se contorciam de
nervosismo na arquibancada. Yan conseguiu
ouvir a voz de Diana baixinho,
Boa
Sorte, você consegue!. Diana...
Que menina. Os trasgos se aproximavam.
"É isso!" ele pensou. "Diana,
veelas". Ele diminuiu as balizas a
transfigurou-as em seis gigantescas veelas
dançantes. Os trasgos aparvalhados, largaram
os bastões, sentaram e começaram a babar.
Yan correu até a mesa aonde estava sentada a
banca e entregou os bastões.
Toda a arquibancada explodiu em palmas.
Ele ouviu a voz de Vinicius: "As notas
dos juizes... Sra Brenner... 9,5... Sr
Brandão... 7... Helena, quero dizer, Srta
Dumbledore... 10! Sr Mendonça... 8... Sr
Reis... 8 também!". Prof Taulle passou
o braço pelo ombro de Yan e o levou para a
tenda de atendimento médico.
- Aqui Fernanda, uma poção
revitalizadora deve bastar...
"Gustavo Alvim, é sua vez!".
Fernanda deu a Yan um copo cheio com a
poção que ele bebeu fazendo careta.
- Não adianta fazer cara feia. Agora
deite.
- Não quero, Fernanda. Tô bem.
- Se você não deitar, vou te trancar na
enfermaria e você não vai a festa dos
domingos.
Yan deitou e logo depois ouviu um monte de
gente entrando. Após alguns segundos,
Fernanda abriu a cortina que separava ele do
resto da cabana.
- Pode sair, Yan, vamos precisar da cama.
Ele se levantou e deitaram Gustavo Alvim
na cama.
- O que aconteceu?
- Se estuporou sem querer. Agora vá,
menino. Tem um monte de gente esperando por
você.
Diana, Lilly e Bruno aguardavam
histéricos do lado de fora. Assim que Yan
saiu, eles pularam em cima dele, em um
redemoinho de abraços.
- Vamos!- Chamou Diana- Já são quase 4
horas. Ás 5 a festa dos domingos começa. E
hoje, temos que comemorar! Você e Arazen
estão em primeiro lugar!