Harry Potter e o Conto dos Três Cajados - Capitulo 10 - As três tarefas
de Otto
Capítulo 10 – As três tarefas de Otto
CRAFT! Harry, Hermione e Rony caíram em cima de uma roseira. Harry
levantou devagar, suas ficaram todas rasgadas pelos espinhos das rosas, do
seu lado Rony amaldiçoava meio mundo, Hermione já estava de pé na
grama. Tinham pegado uma chave do portal indicada por Dumbledore depois
que saíram de Azkaban, Sirius e o diretor seguiram para o Ministério
para recuperar um dos cajados.
― Porque a chave do portal nos traria bem em cima de uma roseira?
– perguntou Harry arrumando seu cabelo e remendando os rasgos com a
varinha
― Talvez essa planta nasceu depois...E ninguém se importa de vim
para cá para corta-la – ponderou Hermione, ajudando Rony a levantar.
Depois que os três estavam de pé e com as roupas arrumadas olharam
pela primeira vez em volta. Era um jardim típico inglês,
"Provavelmente do século 16 e 17" notou Hermione. Sebes de
plantas, labirintos, estátuas de anjos e muitas, muitas flores,
infelizmente mais da metade morrendo. O castelo em si era gigantesco, não
tão grande como Hogwarts, mas de um tamanho considerável em comprimento,
menos medieval e rústico, colunas simples de concreto apoiavam uma
varanda e embaixo dela havia uma grande porta de ferro, mesmo com tanta
imponência a construção estava em decadência, como o resto do jardim.
Os três caminharam até a porta, havia um grande rosto de leão em prata,
na sua boca semi-aberta estava um botão cinza escuro, Harry apertou
levemente, era uma campainha. Uma música fúnebre começou a tocar,
depois de alguns minutos a porta de ferro se abriu, devagar o trio entrou
no castelo, o hall que entraram estava escuro, quase não se podia ver
nada, as janelas estavam cobertas por cumpridas cortinas pretas, logo que
puseram os pés no hall, uma porta do outro lado do lugar se abriu, o som
ecoou por todo hall. Da porta saiu um velhinho magricela, com uma barba
mais longa que a de Dumbledore se apoiando numa bengala de madeira, ele
atravessou o hall (o som da bengala ecoava pelo lugar) lentamente e só
parou quando estava cara a cara com Harry, se ele não fosse tão baixinho
estaria com a ponta do nariz batendo na ponta do nariz de Harry:
― Hermione Granger, prazer -respondeu observando curiosa enquanto
o velhinho andava para a esquerda e direita resmungando.
― Rony Weasley.
― Sou Harry Potter.
Ele parou na frente de Hermione novamente. Suspirou e bateu com a
bengala no pé dos três.
― AI! – reclamou Rony – Você é maluco ou coisa parecida?
O velhinho levantou sua sobrancelha branca e grossa e bateu com a
bengala no joelho de Rony que deu um "Ai" novamente.
― O que querem aqui? – resmungo o velhinho – E quem mandou
vocês?
― Alvo Dumbledore nos contou que você morava aqui...Precisamos da
sua ajuda – respondeu Harry.
― Dumbledore? – o mau humor do seu rosto enrugado sumiu – Ah!
Porque não disseram logo!Sou Albert Otto Rhys,mas podem me chamar de
Otto.Venham, venham, vamos para a sala de leitura!
Em pulinhos ele se dirigiu para a porta de onde tinha entrado. O trio
seguiu logo atrás, Rony ainda resmungando. Quando entraram na sala de
leitura, tiveram que fechar os olhos por alguns segundos para se acostumar
com luminosidade, ao contrário do hall, a sala estava com as janelas
abertas que iam até o chão e davam vista para o jardim, no centro
estavam cadeiras com almofadas azuis, nos lados estavam estantes com
livros. Otto se sentou em uma das cadeiras, e o trio vez o mesmo:
― Então...O que trazem vocês aqui? Não tenho muitos convidados
e muito menos, jovens guris, como vocês...
― Estamos com grandes problemas...
Harry começou a contar em resumo o que tinha acontecido desde que
saíram de Hogwarts, Otto não pareceu muito surpreso. Quando Harry chegou
na parte em que Dumbledore havia pedido para os três encontrarem os
outros dois cajados, Otto novamente fechou a cara...
―....É por isso que precisamos do cajado que você está
guardando, se o senhor puder nos ajudar....- terminou Harry.
― Humpf....Não posso dar o meu cajado para vocês, assim tão
rápido...Tenho cuidado do negócio há quase 20 anos e não vou me
desfazer dele só porque um bando de moleques resolveram libertar o
bichinho de Voldemort. – resmungou Otto
― Como assim “resolveram”? O bicho saiu por ele mesmo! –
respondeu irritado Rony.
― Sr.Rhys, nós realmente precisamos do cajado, muita gente está
em perigo...- insistiu Hermione.
― Humpf – Otto bateu com a bengala no chão – Vocês vão
acabar soltando o bicho que está lá dentro! Aí eu quero ver!
― O senhor não entende, você mesmo está me perigo, à qualquer
momento o Venator vai entrar pela aquela porta e roubar o cajado. –
ponderou Harry.
― Vocês precisam provar que vão ter capacidade para tomar conta
do cajado....
― Faremos qualquer coisa – disse Hermione.
Os olhos de Otto brilharam:
― Qualquer coisa? – sorriu ele.
― Sim. – assentiu Hermione.
― Certo então....Venham comigo. Vão provar sua capacidade
terminando uma tarefa para mim...
Ele se levantou, e seguiu para uma porta do lado de uma das estantes,
Harry, Hermione e Rony o seguiram. A sala que entraram era um pouco maior
que a de leitura, não tinha muitos móveis, para falar a verdade só
tinha dois, uma mesa redonda de tamanho médio e madeira clara e em um
canto da sala estava uma cadeira imponente sem almofadas e um entalhe de
leão no encosto.
― Estão vendo aquela pena em cima da mesa? – apontou Otto.
Hermione a viu, estava no centro da mesa redonda. – Vocês precisam
conseguir que ela fique perto de mim, vocês tem trinta minutos...- Otto
sorriu e se sentou na cadeira entalhada, estalou os dedos e uma ampulheta
gigante caiu do seu lado – Podem começar – a areia da ampulheta
começou a cair.
Rony deu uma risada de deboche:
― Esse velho é mais louco do que eu pensava – comentou para
Harry e Hermione – Mais que prova ridícula para dar...
Hermione resolveu não responder e seguiu para perto da pena:
― Bem, temos só trinta minutos, é melhor acabar logo com isso.
"Acabar logo com isso" não pareceu a frase muito certa para a
situação. Hermione tentou levitar a pena com um simples feitiço
"Wingardum Levinosa" para perto de Otto mas a pena nem se mexeu.
Rony tentou pegar a pena com as próprias mãos, mas ela parecia presa na
mesa. Harry tentou com "accio" mas sem resultado. Após várias
tentativas eles resolveram pensar em um plano melhor:
― Já se passaram vinte minutos e ainda nem levantamos um
centímetro essa maldita pena! – reclamou Rony
― Ela deve ter sido enfeitiçada para ficar presa à mesa, se
movermos a mesa talvez...- sugeriu Harry, mas Rony o interrompeu
― Eu já tentei fazer isso, está mais grudada no chão que o
Grabbe e Goyle no Malfoy!
― Quem sabe o próprio Otto não está impedindo com algum tipo de
maldição ou azaração? – conclui Hermione ignorando o comentário de
Rony.
― Então vamos usar contra-feitiços. – sugeriu Harry
― Boa idéia.
Em pouco tempo eles descobriram que não fazia nenhuma diferencia,
tentaram feitiços contra a maldição do peso, do chumbo, da gravidade,
do escudo entre várias outras, nenhuma adiantou.
― Um minuto – anunciou feliz Otto – Se não conseguirem terão
que ir embora com as mãos vazias, hehehe...
― Ora seu velho caduco! Temos um Venator solto por aí, e eu fico
com a culpa do que ele fazer! – gritou Rony partindo para cima do
velhinho. Assustado Otto recuou com a cadeira.
O rosto de Hermione se iluminou, tinha entendido a resposta, e era tão
ridícula!
― É isso! Venham aqui! – chamou ela.
Os dois se aproximaram:
― Ele pediu para a pena ficar perto dele, mas não pediu para ela ir
até ele. Se a montanha não vem até Maomé, Maomé vai até a
montanha!
― Que? – perguntou Rony – Quem é Maomé?
― Ah, esqueça. Precisamos levar Otto até a pena!
Foi o que eles fizeram, de surpresa Rony e Harry levantaram a cadeira
onde Otto estava sentado e colocaram na frente da pena. O sorriso do
velhinho sumiu.
― Humpf...tudo bem vocês conseguiram. – desistiu ele
― Ótimo! Agora dê o cajado! – disse animado Rony.
― Ah, mas não funciona assim – sorriu Otto, levantando da
cadeira e desaparecendo com a ampulheta – Vocês são três, três são
os Venators e três são os cajados, para igualar os números são três
tarefas!
― O que?! – gritaram os três.
― Vocês disseram que faziam qualquer coisa...Mas se não querem o
cajado, eu mesmo acompanho vocês até a saída - riu Otto.
― Está certo...Qual é a próxima tarefa? – suspirou Harry.
― Me acompanhem.
Eles seguiram de volta ao hall e saíram para o jardim, passaram pelo
jardim até um lago enorme e escuro. Pequenas bolhas explodiam de tempos
em tempos dando a impressão que havia alguma coisa lá embaixo...:
― No fundo desse lago está uma pérola negra, além de outras
coisas....Sua tarefa é nadar até o fundo, recuperar a pérola e trazer
para mim. Nenhum feitiço vai funcionar nela, e só vai sair do lugar
quando alguém com essas luvas – ele mostrou um par de luvas pretas com
estrelas roxas – tocar nela. Os três podem tentar, quinze minutos para
cada um. Quem vai primeiro?
Os três se entreolharam e depois para o lago. Quem teve a primeira
iniciativa foi Rony, respirando fundo ele vestiu as luvas e fez um
feitiço bolha de ar (Ebulis Arium) e entrou dentro do lago. Em
alguns minutos ele já tinha sumido de vista. O que se passou lá embaixo
Hermione nunca ficou sabendo, mas Rony reapareceu na margem com cortes no
rosto e calça rasgada. Hermione e Harry correram em sua direção, ele
estava não estava com uma cara nada boa:
― Você não avisou que aquelas coisas estavam no lago! – falou
furioso para Otto
― Você não perguntou...- respondeu com um ar inocente.
― Seu velho %#$@... - Hermione interrompeu Rony antes que ele
terminasse a frase.
― Próximo! - anunciou Otto rindo.
― Eu vou – falou determinado Harry.
****
Assim que seu corpo entrou totalmente na água, Harry sentiu suas pernas
esfriarem, estava usando o mesmo feitiço que Rony, já que não tinha
gillyweed, sua cabeça estava dentro de uma enorme bolha de ar, podia
respirar como se estivesse na superfície, mas sua visão ficou um pouco
nebulosa, com sua varinha na mão direita ele nadou para baixo o mais
rápido que pode. Não demorou muito e já podia ver a areia do fundo,
Harry não deixava de olhar para os lados, Rony tinha contado que várias
criaturas com forma "macacos com escamas ao invés de pelos" o
tinham cercado e por pouco não cortavam sua cabeça para fora, conhecendo
Rony ele devia estar exagerando, mas de qualquer forma era bom se manter
alerta.
Finalmente Harry avistou a pérola, mesmo sendo negra brilhava de vez
enquanto. Harry acelerou, estava tocando nela quando sentiu uma mão
gelada segurar sua perna, rapidamente ele se virou: era a tal criatura.
Tinhas olhos pequenos e pretos sem pupilas, era verde limbo e tinha
escamas oleosas, suas mãos eram cumpridas, dedos finos apenas com pele e
osso, não tinha boca ou nariz, provavelmente respirava por guelras,
parecia mais um sapo gigante com formas humanas . Harry tentou se soltar,
sem sucesso:
― Purgatus!
– Harry gritou, de sua varinha saíram bolhas avermelhadas, que atingiram
o sapo sem efeito – EffugiumPerna – tentou novamente,
dessa vez o efeito esperado deu certo, sua perna estava livre, o sapo teve
que recuar.
Aproveitando o momento de susto, Harry pegou a pérola e com um impulso
nadou com para cima. Mal tinha começado a subir quando vários sapos
gigantes o cercaram, um som parecido com o que se ouve de grilos invadiu
os ouvidos de Harry, vinha do bando que o cercava, mal conseguindo segurar
a varinha ele não pode se defender do ataque de um dos sapos,
surpreendentemente a criatura tinha alongado suas unhas que além de
pretas , estavam agora cumpridas e pontudas. Uma unhada explodiu a bolha
de ar, Harry segurou a respiração, isso não era nada bom, além de se
livrar dos sapos ele tinha que nadar até a superfície e rápido. O
barulho agudo começou a diminuir, Harry se recuperou e lançou feitiços
para todos os lados, as criaturas recuaram, e Harry nadou rápido para
cima, mas mais uma vez os sapos o seguraram, ele não ia conseguir segurar
mais a respiração quando uma idéia veio em sua mente, durante seu
treinamento contra as forças de Voldemort um das lições mais
importantes que havia aprendido era que se um feitiço não tem efeito no
inimigo era necessário usar os elementos do campo de batalha contra ele,
essa regra funcionava perfeitamente para inimigos menos inteligentes como
esses sapos. O único elemento que podia ser usado ali era a areia, sem
pensar mais ele abriu a boca e antes que a água invadisse seus pulmões
gritou:
― Turbulatos Oruim!!
– de sua varinha saiu um jato que levantou a areia abaixo dele formando um
tornado, os sapos fugiram, alguns até foram pegos para dentro. Harry
aproveitou, não agüentando mais, subiu até a superfície, dessa vez com
sucesso.
Quando sentiu o vento no rosto começou a tossir toda água que engoliu
na confusão, nadou até a margem com dificuldade, onde Rony e Hermione o
ajudaram a levantar. Depois que se recuperou e tranqüilizou os dois
amigos , Harry entregou a pérola e as luvas para Otto, que tinha ficado
bravo novamente e só murmurou um "Me sigam".