Harry Potter e o Conto dos Três Cajados - Capitulo 9 - O conto dos três cajados
Capítulo 9 – O conto dos três cajados
 
    Harry, abriu os olhos lentamente...Ele, Sirius e Hermione tinham acabado de aparatar para o endereço que Moody tinha escrito:
― Isso não é nada bom,Harry, você não tem licença – disse Hermione preocupada.
― Mas o que eu posso fazer? Não existem chaves do portal para esse lugar e o Nôitibus não passa por aqui...Depois eu resolvo isso, certo?
― É, eu acho que você está certo, nossa prioridade não é seguir as regras...- suspirou a garota.
― É por aqui. – interrompeu Sirius, indo em direção ao uma cabana.
Por que Dumbledore tinha escolhido aquele lugar para morar, Harry não tinha idéia. O chão de terra tinha pedrinhas por todo lado, o vento frio não parava de soprar, o som do mar podia ser ouvindo ao longe batendo em rochas, não havia sequer uma planta ou árvore, o céu estava cinzento e nuvens de chuva ameaçavam o lugar. Talvez eles não tivessem vindo num bom dia...."Bobagem, Harry Potter, nada vai acontecer, afinal Dumbledore está morando aqui, isso significa segurança, certo?" Harry engoliu seco com esse pensamento, odiava quando essa sensação aparecia. Sirius e Hermione já estavam muito na frente, e andando com passo rápido:
― Vamos logo, Harry – chamou Sirius – Parece que vai chover!
Depois de alguns passos eles chegaram na frente da cabana de Dumbledore, era de madeira, tinha várias gaiolas com pequenos pássaros, que Harry nunca tinha visto antes, um era todo negro, mas suas penas brilhavam quando ele se mexia, outro era muito pequeno e rosado, piava loucamente e lembrava um pouco Pichi, a corujinha agitada de Rony...Rony...Como será que ele estava em Azkaban? Harry sempre teve temor do lugar, isso por causa de seus antigos guardas os dementadores, sempre que chegavam perto dele Harry perdia os sentidos e ouvia sua mãe e pai nos últimos momentos de vida...Felizmente os dementadores tinham sido expulsos de Azkaban, mas o que tinham feito com todas as criaturas Harry não ficou sabendo....A porta da cabana se abriu, mas ninguém saiu dela. Sirius, Hermione entraram, demorou alguns segundos para Harry os seguir, ainda fascinado pelos pássaros...Ao entrar Harry sentiu um ar muito abafado, olhou para os lados, era como a casa de Moody, um lugar totalmente diferente do exterior,lembrava a sala antiga do diretor, Fawkes estava empoleirado do lado da lareira acesa, no centro da sala havia uma mesa de madeira clara e cinco cadeiras em volta, nas paredes quadros de paisagens e pássaros, todos se mexiam como se os quadros fossem na verdade uma janela para um outro mundo.Sirius ia chamar por Dumbledore mas esse saiu de uma porta calmamente segurando uma xícara:
― Precisamos da sua ajuda...- começou Sirius
― Os Venators Gens apareceram de novo – completou Harry rapidamente.
― Eu já suspeitava....- disse calmamente Dumbledore enquanto colocava a xícara em cima da mesa do centro ― Desde que deixei Hogwarts.
― O que são realmente essas criaturas? – perguntou assustada Hermione.
Um olhar de tristeza apareceu no rosto envelhecido do ex-diretor.
― São almas perdidas, sem mente própria, antes controlados por Lord Voldemort....Mas agora estão sendo controlados por quem? – a pergunta era dirigida a ele mesmo e nem um dos três tinha como responder também.
― Professor...Rony disse que era Draco Malfoy quem agora controla os Venators. – lembrou Harry num súbito.
― E onde se encontra o jovem Weasley?
― Em Azkaban...- falou baixo Hermione.
*****
Rony só abriu os olhos quando sentiu o gelado do chão da cela, estava com o cabelo desarrumado e as vestes amassadas, não tinha a mínima idéia de como tinha parado lá, mas aquilo com certeza era Azkaban, tudo era gelado, a cela não tinha janelas exceto por uma pequena abertura onde passava o vento gelado vindo do oceano, o som das ondas podia ser considerado agradável se não fosse pelo lugar em que ele se encontrava. Ainda estava amarrado por cordas e quase não conseguiu se levantar, finalmente após várias trentativas frustradas ele encostou em uma parede fria....A porta pesada de ferro se abriu e dela entrou um homem alto com uma varinha na mão, com ela ele sumiu com as cordas e nos punhos de Rony surgiram logo em seguida algemas. Sem falar nada ele foi embora batendo com força a porta, Rony pode ouvir os sons de uma chave trancando a....Com mais possibilidade de se mexer, Rony se sentou ainda com as costas geladas na parede. De tempos em tempos Rony ouvia passos e o som de chaves chacoalhando, sem tirar os murmúrios sem fim do seu "vizinho" de cela, Rony não queria nem imaginar o que ele dizia ou quem era. Seria assim que ele terminaria? Preso em Azkaban? "Que grande %$#&@" pensou batendo com força na parede com sua nuca. Ficou assim por um longo tempo, tentando lembrar de como tinha se metido nessa situação, e amaldiçoando algumas pessoas no caminho.
Depois de muito andar para dos quatro lados da cela, Rony finalmente ouviu mais do que uma pessoa no corredor da prisão. Eram vozes familiares! Será?
A porta mais uma vez se abriu:
― Rony? - era Hermione! – Você está bem?!
Ela entrou correndo e abraçou forte ele.
― Hum..acho que não é a melhor hora para abraços, Mione – ele disse encabulado, mesmo assim ela não o soltou.
― Você...você é um grande...maluco, sabe? – Ela então o soltou e olhou bem nos olhos dele....
Harry pigarreou alto propositalmente enquanto entrava na cela, e Hermione pareceu cair em si e se afastou de volta para perto da entrada:
― Rony, você está bem, não? – perguntou Harry com os olhos passando pelo cabelo desarrumado e vestes rasgadas do amigo.
― Se você considera estar preso em Azkaban é estar bem, estou. – respondeu Rony num tom sarcástico – Não se preocupe, estou bem, na medida do possível – acrescentou ao ver o olhar de Hermione. – Vocês vão me tirar daqui, não é?
― Talvez. Mas vai ser difícil. – era Sirius que tinha entrado agora, cara tremendamente pálida, mas com passos firmes – Moddy está cuidando de falar com os agentes encarregados, mas não viemos aqui só para isso....
Dumbledore então entrou, estava mais velho, bem mais velho tinha uma cara mais enrugada, e Rony levou uma surpresa ao ver que o ex-diretor se apoiava em uma bengala para andar.Rony ouviu um guarda falar para Sirius alguma coisa e depois trancou de novo a porta:
― Sr.Weasley, poderia contar o que aconteceu com detalhes, hoje de manhã?
Rony obedeceu, e lentamente contou tudo que tinha visto, no prédio do ministério, contou também sobre o que tinha acontecido no teste de aparatar. Ninguém falou nada em quanto ele contava, o que deixava a atmosfera ainda mais gelada, pelo menos para ele. Ao terminar de contar Dumbledore respirou fundo:
― Não há dúvidas, o Venator voltou.
― Mas como eles foram embora no passado? ― perguntou Harry esperanço por uma solução do diretor.
― Quando Voldemort subiu ao poder pela primeira vez, não ousou atacar Hogwarts, muitos dizem que era minha presença lá que o impedia, mas poucos sabem que o castelo é fortemente protegido pelos poderes dos quatro fundadores, que ainda protegem a escola, e Voldemort sabia que não tinha poderes suficientes para ultrapassar as barreiras impostas por eles.Por isso, no auge de sua dominação ele criou três monstros de sua própria essência, cada um deles tinha uma parte de Voldemort em si, mas como a magia não pode criar vivos ou traze-los de volta, essas criaturas não tinham alma e vontade própria, não passavam de sombras de Voldemort.
― Mas como podem ser tão poderosos, então? – perguntou Sirius.
― A resposta nunca foi encontrada. – suspirou Dumbledore - Apesar de muitos esforços ninguém descobriu como os Venators foram realmente criados. Enquanto isso eles continuavam a atacar bruxos e trouxas, e não havia como se defender pois só se descobria que era um Venator tarde mais, além de que nenhuma magia os atingia.Isso se repetiu por três anos e eles estavam cada vez mais perto de Hogwarts, parecia que nada ia deter-los, foi então que nos reunimos, eu, Otto Rhys e seu irmão Horus, para descobrir um meio.
Como eles não tinham corpos, a única solução foi aprisionar-los dentro de algum objeto e leva-lo para um lugar seguro, para fazer isso, descobrimos depois, era necessário lançar três patronos ao mesmo tempo em um Venator, o enfraquecendo e dando tempo para três pessoas dizerem o encantamento para aprisiona-lo, o problema era que as três criaturas nunca se separavam. Só que não sabíamos que naquela mesma hora, em um Venator crescia a ambição de Voldemort, o desejo de conquistar e matar, essa criatura começou então um plano para exterminar seu próprio criador, Lord Voldemort não demorou a perceber o que ele pretendia, e por Pedro Pettigrew soube de nossas descobertas, aproveitando ele mandou apenas o Venator traidor para nós, que o aprisionamos em um cajado.
― Por que um cajad...? – interrompeu Rony, mas Hermione fez sinal para ele se calar, mesmo assim Dumbledore respondeu.
― O cajado foi escolha de Otto.Ah, é verdade, vocês não os conhecem....Albert Otto Rhys fazia parte do Departamento de Mistérios na época, ele e seu irmão Horus eram um dos únicos que sabiam sobre a existência dos Venators Gens, (como chamaram as criaturas, apesar de Voldemort os chamá-los de Silinrul Seele) e encarregados pelo ministro de os destruir.Os dois acreditavam que os cajados possuíam forte atração por mágica, e poderiam prender com mais facilidade as criaturas, e era verdade. Conseguimos prender sem dificuldade o Venator.
― Como capturaram os outros dois? – perguntou Harry.
― Com muita dificuldade, naquela vez estávamos por sorte, em cinco pessoas, fomos atacados pelos outros dois quando Horus e Otto se preparavam para guardar o cajado, dois agentes do ministério nos acompanhavam por ordem o ministro, de repente os Venators atacaram, enquanto os dois agentes mantinham um ocupado com patronos, nós três aprisionamos o outro, infelizmente, um dos agentes acabou falecendo antes que pudéssemos prender o último. Depois decidimos que cada um ficaria com um cajado, para garantir que os três Venator nunca voltassem a atacar de novo. Dois ou três anos depois, Voldemort desapareceu pela primeira vez e acabamos sendo menos cuidadosos quanto a custodia dos cajados.
― Por que Voldemort não tentou recuperar os Venators quando voltou? – perguntou Rony.
― Acredito que ele finalmente percebeu o perigo que os Venators representavam para ele.
― Então por que alguém liberou eles? Por que Malfoy faria isso? – perguntou Hermione.
― Desespero.Perdeu o pai, a mãe não sai da casa, imagino que ele não tenha mais dinheiro também, deve ser por isso, quer conseguir dinheiro a todo custo – respondeu Sirius sério, depois colocou a mão no queixo – Talvez ele nem queira dinheiro mais...Vingança.
― Mas como ele saberia sobre os Venators? Nem tinha nascido quando eles existiam...
― O pai com certeza contava com orgulho das criações de Voldemort.
― Então só precisamos encontrar o esconderijo de Malfoy e atacar o Venator com três patronos para depois tranca-lo de volta no cajado! – interrompeu Harry
― Mas primeiro vocês precisam evitar uma tragédia maior. – discordou Dumbledore – O Venator não vai cometer o mesmo erro, ele vai procurar apoio das outras duas criaturas. Vocês precisam encontrar os outros dois cajados para evitar que ele liberte os outros.
― Mas ele irá atrás de nós de qualquer jeito! – murmurou assustada Hermione.
― Esse é o objetivo, Mione – falou Rony com um ar "viu? Eu não sou tão burro assim" – Pegaremos eles de jeito assim que eles chegarem para pegar os cajados, Malfoy e seu bichinho! – sorriu imaginando a cara lambida de Malfoy ao ser preso.
― Não vá se animando, você ainda está oficialmente preso – lembrou Hermione – Nós cuidamos de prender Malfoy
Rony olhou para ela indignado:
― Como?! Eu não vou ficar aqui parado em Azkaban enquanto vocês prendem o Malfoy! – respondeu bravo Rony – Onde está sua compaixão Hermione, não quer seu amigo aqui, não é? Não é Harry? Sirius? Vocês não vão me deixar aqui, vão?
― É claro que não vamos deixar você aqui! – gaguejou Hermione procurando apoio de Harry e Sirius – Mas se você sair sem autorização estará infringindo uma lei....eu sei...nós sabemos o quanto esse lugar é horrível, mas não temos provas de que o Venator está solto e até que existe....Ah...e... – ela tinha parado de falar, estava agora oficialmente gaguejando e com as bochechas vermelhas...
Rony olhava para ela ainda indignado.Dumbledore assistia a cena com curiosidade, Sirius balançava a cabeça, e Harry sorria:
― O que Hermione quer dizer, é que pode demorar um pouco até que você saía daqui...Por que não vamos fazer isso ilegalmente...Só podemos torcer que Moddy consiga alguma autorização ou coisa parecida. – completou Sirius.
― Ah. – murmurou Rony.A conversa estava terminada.
Depois de alguns minutos de silêncio (exceto por alguns murmúrios do vizinho de cela), Harry falou:
― Não podemos ficar aqui parados. Vamos atrás do próximo cajado!
― Vamos precisar do primeiro cajado se quisermos prender o Venator que está solto. Se não me engano o cajado ainda estava no local do teste de aparatar – ponderou Hermione
― No Ministério? Duvido que o urubu do Dérick irá deixar vocês chegarem perto dele ― interveio Rony mal-humorado.
― Hum...O que nós precisamos é alguém querendo fazer uma visita ao sr.Dérick então...- sorriu Dumbledore com um pequeno brilho em seus olhos. Todos entenderam seu plano.
― Então é isso! Eu e Dumbledore faremos uma visita a esse Dérick, enquanto vocês encontram os outros dois cajados! – disse animado Sirius.
Mais passos puderam ser ouvidos vindos dos corredores, três pernas e uma inconfundível batida de madeira no chão de pedra.A porta da cela se abriu novamente, dessa vez quem entrou foi Alastor Moody e um bruxo baixinho com cara assustada:
― Então? – Rony perguntou ansioso – Estou livre?
Alastor passou seu olho mágico por todos do lugar e parou no rosto de Rony:
― Está devendo uma ao Moody, hein, sr.Weasley! Diga ao seu pai que pague a divida tomando chá comigo um dia desses, combinado? – e um sorriso se formou na cara deformada do ex-auror.
― Isso! – Rony gritou animado – Pode deixar, Moody meu pai irá com prazer tomar chá com o senhor!
Enquanto Rony agradecia mais uma vez Moody, o bruxo baixinho tirou suas algemas e foi embora.
― Quem era? – perguntou Hermione para Moody observando o bruxo indo embora.
― Carcereiro da ala sete, veio a mando de meu amigo Thomas Cruly – respondeu Moody, depois se virou para Rony – Teve sorte, garoto, que os dementadores foram trocados por ex-aurores. Bem, meu trabalho aqui está terminado, vou voltar ao meu sossego, sei que tem a situação sob controle, mas lembrem-se VIGILÃNICA CONSTANTE! – seu grito ecoou por toda cela e ele foi embora.
― Bem, devemos ir também, não podemos perder mais tempo! – disse Sirius se preparando para ir. Os outros também foram para a porta
― Espera, tem uma coisa que eu ainda queria saber...- falou lentamente Rony parando. – O que é essa coisa? – perguntou finalmente mostrando a marca na mão.
Dumbledore chegou perto e aguçou os olhos:
― Mas será que...não...
― O que foi? – perguntou aflita Hermione
― Você tocou no cajado, não é? – perguntou sério Dumbledore para Rony, que assentiu – É possível que eu esteja errado, mas você deve ter segurando o cajado em um momento que uma grande quantidade de magia estava correndo pelo cajado quando você o segurou parte desse poder penetrou em sua pele deixando assim uma marca.
― Será que sai? – perguntou desanimado Rony olhando com nojo para a marca.
Dumbledore sorriu:
― Quem sabe quando prendermos o Venator de volta...
Eu espero – murmurou Rony acompanhando os outros para fora da cela. "Pelo menos eu saí desse lugar...Ah quando eu por as minhas mãos no Malfoy ele vai desejar nunca ter nascido"

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