Harry Potter e o Dragão Mercenário - Capítulo 5 - O segredo de Christ
Capítulo 5 - O segredo de Christ
 
Depois do almoço no dia seguinte, os dois ,disfarçadamente saíram em direção a campina perto da floresta , não queriam correr o risco de Snape perceber ou que alguém os visse sair para segui-los, pois Christ não queria nenhuma platéia para rir dele.
A campina estava coberta com uma reluzente camada de neve que se estendia por toda a sua extensão e só acabava numa ribanceira que formava uma rampa onde os alunos costumavam escorregar, mas hoje estava vazia ,ao fundo se via a floresta proibida com seu misterioso silencio e seus segredos.
- Será que existe lugar mais perigoso que essa floresta? - perguntou Christ contemplando as magnificas arvores ao longe.
- Claro que sim - respondeu Harry seriamente. Os olhos do menino se arregalaram.
- Onde?
- A sala de aula do seu tio, oras. - disse rindo.
- O tio Snape não é tão cruel ,quanto vocês pensam.
-Ah sim, claro que não ,ele é tão divertido quanto um tratamento de canal. - disse ironicamente - nada pessoal ,pronto, é o lugar perfeito, aqui você pode praticar e não terá ninguém que rirá se cair - disse entregando a vassoura na mão de Christ - pode tentar...
O garoto um tanto desconfiado pegou, a vassoura e montou, o vento soprava levemente o cachecol fazendo-o balançar.
- Agora segure firme e dê um pequeno impulso.
Christ deu um pulo e não aconteceu nada deu mais outro e mais outro parecia um coelho pulando deixando grandes buracos na neve e nem sinal de vôo, Harry intrigado coçou a cabeça pegou novamente a vassoura a examinou:
- Não tem nada de errado com a vassoura.
- Então quer dizer que o problema sou eu ? - perguntou com um tom irritado - se todos conseguem por que que eu não?
- Tente mais uma vez - disse devolvendo a vassoura , que Christ pegou e montou de forma decisiva , tinha que conseguir. Então uma idéia um tanto ousada para não dizer louca tomou sua mente.
- Preciso de um impulso maior - e correu em direção a ribanceira , quem sabe pulando de lá a vassoura não planasse , pensou erroneamente , quando Harry percebeu o que ele pretendia fazer, correu para impedi-lo mas era tarde demais , pois no momento que Christ chegara a ponta do imenso declive, ele pulou ...e caiu ribanceira abaixo rolando com vassoura e tudo indo parar somente no sopé do morro.
Harry desesperado desceu como pode , quase que caia também, agora arrependido de todas as forma de tentar ensinar o sobrinho do prof. Snape a voar, sobrinho que ele mantinha sob as asas quase o tempo todo , e agora graças a ele talvez tivesse até quebrado o pescoço, não se surpreenderia se o dantesco professor não surgisse lá de repente, como se tivesse brotado do solo e visse o que aconteceu , já imaginava Snape com os injetados de raiva avançando para estrangula-lo, finalmente chegou onde Christ estava ainda caído , respirou aliviado quando viu o garoto se mexer tentando se levantar ,mas logo em seguida seus olhos se arregalaram a quase sair das orbitas quando Christ se sentou na neve.
-Cris...Christ ... seus... ca ca cabelos - conseguiu finalmente gaguejar apontando para a cabeça de Christ , porque seu gorro caíra no tombo e agora deixava a mostra uma densa cabeleira negra levemente cacheadas na pontas - você é uma menina?!!!
Christ surpresa coloca a mão na cabeça e percebe que está sem seu inseparável gorro, seu rosto é tomado por uma expressão de desespero e logo em seguida se põem a chorar desabaladamente.
- Oh não! Estraguei tudo...nem isso consigo fazer direito! - dizia a altos soluços as mãos cobrindo o rosto - meu tio vai me matar ,isso se Ramon não me pegar primeiro... que droga! - e começou a socar a neve, Harry ainda um tanto chocado com surpresa tentou se aproximar com jeito.
- Calma , não precisa ficar assim ,está tudo bem ...
- Tudo bem? - gemeu indignada - está tudo pior que deveria ser , não fui capaz de me manter
disfarçada agora todo mundo vai saber e terei que me esconder em outro lugar esquisito - uma nova onda de pânico tomou conta do rosto da menina - talvez pior que este! - e desatou a chorar novamente.
Harry se sentou ao lado dela, sentiu uma pena imensa ,não sabia o que acontecia mas parecia ser sério :
- Escute Christ ...é o seu nome ainda não é?
- É Christ de Christine - soluçou - não de Christopher o como era para todo mundo pensar...
- Mas não vejo todo mundo aqui - disse ele olhando ao redor , fazendo-a perceber que no meio daquela imensidão cândida só havia os dois ali - só eu , e quem te disse que eu iria contar para os outros? Se isso for um consolo...
Christ parou de chorar de repente para atônita escutar que Harry dizia e com um fiozinho de voz perguntou.
- Verdade ? Você promete?
O garoto consentiu com a cabeça, mas ainda estava curioso:
- Por que ,Christ, por que tudo isso? O disfarce de garoto...por que Snape fez você fazer isso..qual a razão?
- Precisava me esconder. Foi a única maneira que Snape encontrou para despistar o dragão e ganharmos tempo...- fungou deprimida olhando para o chão, as lagrimas ainda escorrendo pelo rosto indo pingar na neve.
- O dragão? Então é de você que ele está atrás?
Christ confirmou balançando a cabeça, pois estava tão nervosa e tremula que não conseguia emitir nenhum som.
- Bem que desconfiava , mas acho que entendi - prosseguiu Harry - ele te disfarçou de menino, porque o dragão iria procurar uma menina... e você estaria segura escondendo-se entre os garotos.
- Isso, e me colocou na Grifinória , porque a Sonserina...
- Seria o primeiro lugar que o dragão procuraria. - concluiu Harry, agora tudo estava se esclarecendo - Como seu tio é diretor da Sonserina iria ficar muito na cara se você fosse
colocada lá.
- É , mas tem um detalhe, Snape não é meu tio de verdade.
- Não é de me admirar, mas ... os cabelos ,por que não os cortou seria melhor que esconde-los.
- Não quis, gosto do meus cabelos assim por isso preferi esconde-lo com o boné ,o gorro ,chapéu qualquer coisa ,menos corta-los.
- Mas sendo uma bruxa você poderia faze-los crescer de novo.
- Não poderia - disse balançando a cabeça para baixo com medo de encarar Harry - nunca poderia... não tenho poder para isso.
Harry não entendeu de inicio ,mas levou a mão a boca espantado quando compreendeu melhor, perguntou lenta e cuidadosamente.
- Você ,não é bruxa?
Ela meneou a cabeça negativamente e seus olhos ainda vermelhos tornaram-se a ficar marejados e como se desejasse fazer isso a muito tempo começou a desabafar.
- Não , não sou um menino ,não sou bruxa nem sequer sou sobrinha verdadeira de Snape , a única coisa que sei , é que sou uma grande mentira...
- Mas deve ter um motivo para isso tudo , pois trouxas não são permitidos em Hogwarts ,mas o que você fez ao dragão para ele te caçar assim?
- Não fiz nada ao dragão , ele segue ordens quem o enviou, um feiticeiro chamado Ramon , ele me procura para se vingar do meu pai, como ele não pode entrar em Hogwarts então , manda seu fiel bichinho para fazer o serviço sujo.
- Mas o que seu pai fez? E Snape que tem haver com isso?
Christ olhou em volta desconfiada ,não havia ninguém a raios de distancia , e começou a falar enquanto enrolava os cabelos em coqui para oculta-los novamente sob o gorro.
- Meu pai e Snape eram muito amigos desde a infância, quase como irmãos, mais tarde papai virou policial , um dos melhores da Scotland Yard, ele sabia que Snape era um bruxo mas sempre manteve segredo .Uma vez há muitos anos ,antes de eu nascer, Snape precisou da ajuda de papai ,pois um bruxo perigoso chamado Ramon havia se escondido entre as pessoas comuns, que vocês costumam chamar de trouxas. Com a ajuda de meu pai conseguiram localizar o esconderijo ,mas não foi fácil rende-lo se não fosse a intervenção de papai Snape teria sido morto por Ramon e ele escapado novamente.
- O que ele fez? - perguntou Harry.
- Com o seu revolver ele desarmou Ramon de sua varinha, e Snape jogou uma esfera brilhante na direção dele mas errou , Ramon ia aproveitar a oportunidade para fugir pela janela , então antes que alcançasse saída papai pegou a esfera e acertou , mais tarde Snape me contou que essas esferas tem o poder de sugar bruxos e aprisiona-los dentro delas , e antes de ser completamente sugado Ramon prometeu que se vingaria , se não fosse dele então de alguém próximo. Essa foi toda a história que Snape me contou, ele ainda afirmou que
a fúria de Ramon é maior pois não suporta a humilhação de ter sido capturado por um trouxa.
Harry estava perplexo com a história, nunca imaginou o que Snape fazia antes de ser professor , mas havia ainda uma questão
- Então você é o alguém próximo que ele quer , mas e seu pai?
Christ ,fitou a neve tristemente.
- Ele morreu , no cumprimento do dever, eu ainda era pequena., então tio Snape sempre como pode nos ajudava a mim e a mamãe , por isso que eu o considero como um tio. Até que a pouco tempo ele soube que Ramon fugiu e o quanto isso era grave, então pediu para mamãe que eu viesse ficar um tempo na escola onde ele lecionava por medidas de segurança ,mamãe achava que Ramon era um criminoso comum eu também, só que ela não sabia que espécie de escola era e eu fui apenas saber quando cheguei aqui, não imagina como
fiquei chocada - Christ deu uma risadinha nervosa e num suspiro que indicava frustração prosseguiu - como papai havia prestado um serviço a comunidade dos bruxos o tal de ministro da Magia permitiu que eu ficasse em Hogwarts até tudo se resolver, mas teria que ficar disfarçada para não chamar a atenção de ninguém e principalmente de Ramon. E ai eu estrago tudo tentando voar e ..- começou a chorar novamente.
- Não se culpe , agora entendo porque ficava tão apavorada nas aulas , até eu ficaria se me jogassem de repente no meio de um monte de feiticeiros , e tem mais você não voou porque não é bruxa só nos temos esse dom ,Snape devia ter avisado isso.
- Ele pensou que nem sairia do quarto, principalmente porque o dragão anda rondando a escola um nítido sinal que Ramon suspeite que eu esteja por aqui, mas ficar quieta num canto não é minha verdadeira natureza , sempre vivi solta livre para ir onde quisesse. - disse fungando limpado os olhos com a manga da blusa , Harry ofereceu-lhe um lenço e ela aceitou.
- Falando em Snape ele já deve estar sentindo a sua falta , vamos voltar - disse olhando para o céu que começava a avermelhar-se por traz da floresta proibida ,e colocando a mão no ombro da garota tranqüilizou-a - pode ficar tranqüila , que se depender de mim seu segredo ficará seguro.
Ela sorriu e tomaram o caminho para a escola, quando chegaram perceberam que algo não estava bem ,porque havia um reboliço na entrada do salão principal , todos os alunos da Grifinória estavam lá , Hermione os viu quando entraram e foi correndo com uma expressão apreensiva no rosto:

                                                                                                            


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