Harry Potter e o Toque de Prometeu - Capítulo 12 - Ratos!
Capítulo 12 - Ratos!
Harry, Rony e Hermione tentavam disfarçar para não chamar
atenção de ninguém. Harry tinha a capa de invisibilidade oculta
dentro do peito. Estavam sentados no salão comunal de Grifinória,
imaginando o que iam fazer para sair dali sem serem vistos. Todos os
alunos haviam sido terminantemente proibidos de sair de suas casas, e
isso os deixava presos no salão, longe das duas passagens que
poderiam levá-los para fora de Hogwarts. O sol se punha lentamente
atrás das montanhas em volta. Então, Hermione começou a pôr o
plano em ação. Levantou-se da poltrona onde estivera e
discretamente, pôs um feitiço na caneca de chocolate quente que
Neville tomava (perdão, Neville, pensou, ainda bem que você
concordou) Imediatamente o líquido dentro da caneca explodiu e
Neville ficou coberto de chocolate quente, que Hermione esfriara o
suficiente para apenas molhá-lo
Imediatamente a Professora Minerva apareceu dizendo:
- Mas o que? Longbottom, como você consegue destruir tanto as
coisas? Vamos, eu vou levá-lo para Madame Pomfrey para que ela veja
se você se machucou. - Mais que depressa, Harry que já havia se
vestido com a capa de invisibilidade quando todos estavam assustados
com Neville, saiu atrás dos dois, passando junto com eles pelo buraco
do retrato. Minutos depois, viu a professora Minerva voltar para sua
sala. Harry ficou esperando então que Neville voltasse. Cerca de dez
minutos depois Neville passou por ele, que agradeceu sussurrando e
abriu o buraco do retrato. Hermione e Rony saíram bem a tempo de
Harry cobri-los com a capa e evitar que a Mulher gorda visse que eles
haviam saído.
- E agora? - Perguntou Rony- Qual passagem usamos.
- A do salgueiro lutador é a mais indicada - disse Harry - a outra
pode ter algum professor ou o Filch por perto. Obrigada por ter usado
seu charme em Neville para fazê-lo aceitar, Hermione...
- Vamos rápido, Harry.
Saíram do castelo pé ante pé sob a capa de invisibilidade como
já haviam feito outras vezes antes (deja vù, pensou Harry de novo)
Passaram por trás de Hagrid, que guardava o castelo pelo lado de fora
e se aproximaram lentamente do salgueiro lutador, antes procurando um
galho comprido o suficiente para tocar o nó que paralisava o
salgueiro. Ao encontrarem, Rony tirou um braço de dentro da capa e
esticou o galho até tocar no nó. O salgueiro parou e os três
entraram rapidamente pela passagem. Ao livrarem-se da capa, desataram
a correr pela passagem que saía na casa dos gritos.
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Sirius olhou desconfiado para os espelhos dentro da sala, que era
circular. A porta atrás de si fechou-se com um estrondo, tornando-se
também um espelho. Entre os objetos mágicos mais perigosos que
conhecia estavam os espelhos mágicos, capazes de mexer com as
vontades, os medos e as frustrações, capazes de enlouquecer, de
confundir. Ele olhou a sala e constatou que haviam espelhos não só
nas paredes como no teto e no chão. Quem fizera aquela sala tinha a
intenção de fazer qualquer feitiço usado dentro da sala voltar-se
contra quem o conjurara. "Pense, Sirius" ele pensou... e viu
que ali simplesmente não conseguia raciocinar. Olhou para um dos
espelhos e surpreendeu seu próprio olhar. Mas não era ele agora.
Viu-se aos dezesseis anos dançando num baile em Hogwarts, com
Sheeba. Virou-se rapidamente e se viu em outro espelho, no fundo de
uma cela em Azkaban, os olhos insanos encarando-o. Fechou rapidamente
os olhos (pense, Sirius). Abriu-os de novo e reviu o dia que
surpreendera Wormtail em um beco. Fechou-os de novo rapidamente
(Pense! Pense! PENSE, DROGA!) Então, antes que seu raciocínio
fugisse, transformou-se em cão. Abriu os olhos e viu que todos os
espelhos refletiam a mesma coisa: um cão. Só então conseguiu ler
uma inscrição que rodeava toda a sala: "CADA ESPELHO É UMA
PORTA, CADA PORTA É UM ESPELHO. A PORTA CERTA É SUA PIOR
ESCOLHA". Tinha que voltar à forma humana.
Sirius ergueu os olhos lentamente para cada espelho. Cada um deles
tinha uma cena de que se recordava... uma cena da infância, quando
recebia a carta de Hogwarts, uma cena da adolescência, com Sheeba, e
cenas posteriores. Olhou para a cena em que surpreendia Pedro
Pettigrew. Talvez aquela fosse sua pior escolha, afinal foi a que o
levou a Azkaban... então prestou atenção no espelho anterior, que
mostrava-o uma tarde muito bonita, antes da morte de Lílian e Thiago.
Ele estava sentado diante dos dois, o pequeno Harry estava sentado nos
seus joelhos, brincando com os botões de sua jaqueta... sua cabeça
se iluminou e ele correu para este espelho: aquela cena era do dia em
que convencera Lílian e Thiago a deixar Pedro Pettigrew ser seu fiel
do segredo.
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-Muito bem, Hermione, o que a gente faz agora, já que você tem um
plano - Rony perguntou, estavam dentro da casa dos gritos, em
Hogsmeade.
Hermione tirou a chave da casa de Sheeba da mochila e pediu que
dessem as mãos. Girou-a e em um instante estavam dentro da casa de
Sheeba.
- Intrusos! - era a voz de Smiley, o elfo doméstico que vinha
correndo na direção deles, a fúria nos olhos azuis gigantescos.
- Smiley! Sou eu, Harry!
- Harry? Harry Potter? Ah, sim perdões perdões senhor, Smiley é
um elfo mau - Harry já conhecia muito bem este tipo de imprecação,
Dobby, o elfo doméstico que era seu amigo fazia-as o tempo todo.
- Muito bem, o que os senhores quer? - Harry e Rony olharam para
Hermione, afinal, o plano era dela.
- Smiley - disse Hermione - Precisamos que você nos mostre onde
fica a garagem.
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Sirius entrou pela porta em um corredor escuro de paredes úmidas,
como os corredores de Azkaban. Do teto pendiam grandes fios de musgo
negro, todo ele cheirava a mofo. Mal dava para enxergar um passo a sua
frente.
-
Lumos! - As paredes iluminadas mostravam centenas de
insetos andando juntos, baratas, traças, lacraias. Sirius avançava com
os olhos fixos à sua frente. O corredor era reto, e não dava para ver
nada a sua frente. De repente o chão cedeu debaixo de seus pés, e ele
deslizou por alguns minutos, até que caiu numa câmara circular com
paredes de pedra. A câmara era alta como um silo de moinho, e ele viu
que as paredes eram cheias de buracos exatamente iguais aos de onde ele
caíra. A câmara parecia totalmente deserta, mas ele sentia o cheiro de
Wormtail, sentia o seu cheiro azedo de rato. Uma névoa fria e
estranhamente escura cobria o chão.
Um guincho alto e agudo ecoou pela câmara. Sirius sentiu que o
chão tremia. Imediatamente de cada buraco na parede começaram a cair
dezenas, centenas, milhares de ratos gordos e negros, alguns do
tamanho do antebraço de um homem adulto. Rapidamente, eles começaram
a correr na direção de Sirius, que apontou a varinha para o chão e
gritou:
-Aeros! - Imediatamente ele levitou cerca de três
metros, perscrutando em volta para saber de onde viera o guincho de
Wormtail, o que era inútil, pois agora ouviam-se guinchos por todos
os lados.
- Expelliarmos! Disse uma voz nas sombras. A varinha
de Sirius voou de sua mão e ele despencou do ar, ainda balançou
cerca de um segundo, porque vestia a veste mágica de Sheeba e então
caiu no chão, de costas. Antes que pudesse fazer qualquer coisa,
centenas de ratos o cobriram. Ele ainda viu um homem saindo de uma
capa de invisibilidade num canto da câmara. Então, tudo tornou-se
escuro.