Harry Potter e o Toque de Prometeu - Capítulo 16 - Na Fenda dos
Gárgulas
Capítulo 16 - Na Fenda dos Gárgulas
-Harry, Harry! - Um sussurro despertou sua mente aos
poucos... era a voz de Sirius, tirando-o e um sonho... um
sonho com Lord Voldemort. os dois caíam rodopiando nas
trevas e ele gritava a plenos pulmões. Não sentia dor em
sua cicatriz, ele não estava por perto, ainda não. Harry
sentia seu corpo ser comprimido, como se estivesse entre
almofadas que se mexiam. Abriu os olhos e estava de frente
para Sirius, mas seu corpo estava preso às almofadas, ou o
que quer que fosse que o circulava.
- São ratos - Sirius disse - estamos num poço cheio de
ratos .
Harry olhou à sua volta. Ele não sabia exatamente onde
estava, mas com certeza era um lugar arrepiante. Viu
Hermione, depois Rony, ambos inconscientes. À sua frente,
de costas para Sirius, bem no meio do poço viu a parte de
trás da cabeça de Sheeba, ela parecia inconsciente
também, e, ao lado de Sirius, viu o rosto duro e desperto
de Severo Snape. estavam todos dentro de um poço cheio até
a boca com ratos.
- Harry, eu preciso saber de uma coisa... você está se
sentindo fraco?
- Não. me sinto normal. Talvez um pouco tonto, mas
normal.
- Você está usando a roupa que Sheeba lhe deu?
- Estou.
-Ótimo, escute o que eu vou te dizer...
- Ora, ora, ora... Uma reunião de família... A voz aguda
e guinchosa de Wormtail enchia a imensa caverna. Ele se
aproximou do poço e disse:
- Realmente, fui muito mais produtivo que imaginava...
Quem diria que o velho Wormtail ia pegar de uma vez só dois
inimigos e um traidor... Hoje é meu dia de glória...
- Pena que ele não vá durar muito- Sirius o olhava com
olhar desafiador - Então, seus ratos continuam não
funcionando, veja, nada acontece comigo, nem com Harry, nem
com Snape... parece que seu mestre não vai gostar disso...
- É mas, temos aqui três pessoas começando a morrer...
a pequena Granger... uma inteligência que se perde.
- Não se perde nada! - Das sombras ao fundo da caverna
ouviu-se uma voz feminina. um vulto vestido de azul
aproximou-se.... Sibila Trelawney, com sua cara fina e
chupada e seus olhos de libélula. - Olá Potter. Você é
convidado da minha iniciação. Aliás convidado de honra.
- Ela não é linda? - A voz estridente de Wormtail
entremeou-se de risos. Ele se aproximou de Sibila e os dois
beijaram-se na boca. Harry nunca sentira tanto nojo em sua
vida.
- Vocês realmente se merecem. São feitos um para o
outro.
- Hoje acaba sua era, Harry Potter - Sibila disse
entredentes - Finalmente minhas profecias vão se tornar
verdade... o garoto de ouro de Dumbledore vai se tornar...
passado.
- E quem te garante isso, Sibila... Você não é Sheeba,
que eu saiba até hoje só acertou uma ou duas profecias...
- Quem te disse isso Potter? - Sibila gritou histérica -
por acaso foi a perfeitinha da sua madrinha? A que não
erra?
- Ela nunca errou. Você nunca acertou, apenas deu sorte.
- Sorte? Eu te digo quem deu sorte. Eu sempre fui uma
aluna aplicada, eficiente. Quando entrei para escola tinha
esperança de prever o futuro, era fascinada pelas artes...
Minha mãe era uma grande vidente, tinha o toque de
Cassandra... Qual não foi minha decepção quando eu
descobri que nascera sem nada? sem um pouquinho de visão...
Quando fui para Hogwarts, soube que estudaria com uma menina
extraordinária. Eu fiquei ansiosa para conhecê-la... mas
ela não era nada extraordinária. Ela arrogante,
distante... me desprezava. Eu a odiei desde o primeiro
momento que a vi, e minha raiva só aumentou com o tempo...
ela era uma vidente conceituada, e eu... bem, riam de mim
às minhas costas. Então eu me especializei em feitiços de
confusão... Se eu não podia prever nada, ninguém mais
poderia.
- Mas ela desapareceu... evanesceu, sumiu. Eu agradeci ao
Lord das Trevas: suas artimanhas afastaram de mim o
inimigo... Eu me candidatei à cadeira de professora de
adivinhação em Hogwarts, que ela recusara. Dumbledore
aceitou por causa de meus conhecimentos, mas nunca me deu
valor, fui me isolando naquela torre, até que... há dois
anos descobri que finalmente havia feito uma previsão
correta. Eu soube. Eu sabia que eles estavam vivos. decidi
deixar de ser a grande incompetente e me tornar uma Death
Eather, fui pessoalmente ao Lord das Trevas... escolhi uma
aluna que me procurara para uma consulta e com uma poção
polissuco muito potente e um fluido de delírio, troquei de
lugar com ela, simulei um mal súbito e ela foi levada em
meu lugar para o St Mungos, ... eu ficaria até o dia da
minha iniciação, então, simularia minha morte e a dela...
seria fácil, Eu me tornaria uma falsa morta assim como meu
querido Pedro...e você Potter, seria considerado facilmente
culpado da morte dela, nós armaríamos tudo, nosso plano
era perfeito. Depois, eu e Pedro soltaríamos os ratos em
Londres, e seríamos os maiores assassinos de trouxas entre
os Death Eaters.
-Então ela reapareceu...Sheeba. Eu sabia que meus
feitiços de confusão corriam perigo, fugi da escola, mas
fui seguida pelo maldito Snape... eu e Pedro imaginamos que
tudo ia dar errado, mas você, seu padrinho e seus
amiguinhos vieram aqui para nos ajudar...enfiaram-se na boca
do lobo, seus imbecis. Agora, vão morrer... - Neste
momento, Wormtail invocou
- Ó Lord das Trevas! Quem te invoca é teu servo mais
fiel! Venha, Venha para mim, Lord Voldemort, à beira do
precipício da fenda dos Gárgulas eu te invoco como há mil
anos os antigos lordes convocavam o próprio mal.
A palavra "precipício", provocou um deja vù em
Harry... precipício... o que tinha demais num precipício?
neste momento, uma dor aguda e quente, como se lhe partissem
a face em dois tomou conta de sua cicatriz... Pouco acima
dele, no lado oposto, Voldemort aparatou. Harry já o vira
há quase um ano, mas lembrava-se perfeitamente da sua
aparência... a mesma cara de cobra, os olhos oblíquos como
olhos de gato, vermelhos e injetados. Suas mãos grandes e
brancas. Ele aproximou-se do poço e começou a rir, sua
risada subindo à medida que ele ia vendo quem estava dentro
do fosso.
-Wormtail... eu nunca esperaria algo assim de alguém tão
pusilânime e incompetente... Você me surpreendeu, O
próprio Harry Potter... meu inimigo, e fora da proteção
de Dumbledore, Snape o traidor, Sirius, o herói... E ela...
a pitonisa, a última.... todos reunidos para o
sacrifício... Sua noiva merece o que vou lhe dar...
Voldemort aproximou-se de Sibila e pegando seu braço
esquerdo, Cravou-lhe as unhas na carne. A mulher gritou
insanamente... O sangue escorreu pelo seu braço formando
uma marca... uma caveira com uma cobra saindo da boca... a
marca das trevas, identidade de todo Death Eather. Ele
começou a rir alto, a mesma gargalhada que até o ano
anterior, Harry só conhecera em seus pesadelos. A dor em
sua cicatriz era insuportável. Voldemort se aproximou da
beira do poço.
-Black... eu sempre achei que fosse te trazer para o meu
lado... sempre rebelde, achava que acabaria te fazendo
deslizar... mas você resistiu, não foi, resistiu ao meu
chamado... foi por causa dela ou de seus amigos nobres?
Creio que nem você sabe dizer... se os ratos de Wormtail
não acabarem contigo, eu mesmo o atirarei no precipício,
mas antes, vou te dar uma visão... a morte do ser amado.
Não de uma vez, aos poucos, com sofrimento. Eu sei
que ela está aí há mais tempo que os outros... talvez nem
dure tanto... Crucio! - Harry podia ver o corpo de
Sheeba contorcer-se atrás de Sirius
Harry lamentou que Sheeba tivesse lhe dado aquela roupa...
se pelo menos os ratos o enfraquecessem, assim ele poderia
morrer antes de ver todos que amava serem destruídos...
então, ele lembrou o que a palavra precipício lhe
lembrava... resolveu arriscar e gritou a plenos pulmões:
- Que grande covarde é o mestre das trevas!
- Está me desafiando, Potter? - Voldemort parou de
torturar Sheeba e olhou para Harry.- Daqui posso te matar
sem precisar tocá-lo.
- Exatamente. Isso é fácil, não? Sem proteção, sem
Dumbledore... e ainda assim, está 2x0 para mim... mesmo que
você me mate agora, eu já te derrotei duas vezes...
começo a acreditar que mesmo que você me mate, eu ganho.
- Mas eu vou te matar, de forma lenta e dolorosa...
- E covarde, não é mesmo? Indefeso, dentro de um fosso
com ratos, você nem foi capaz de me pegar, Voldemort...
precisou deste aí, que quando foi pego por Sirius não
tinha sequer coragem de dizer seu nome... Solte-me, vamos
duelar. - Voldemort começou a gargalhar
- Então, você insiste em morrer exatamente como seu pai,
não é mesmo? Eu vou fazer sua vontade. Wormtail, solte-o.
- Harry procurou ignorar o olhar de Sirius e Snape, um olhar
idêntico que dizia: "Ficou maluco???" Harry foi
suspenso no ar por Wormtail, e caiu bem de frente para
Voldemort... Parecia que fora ontem que isso acontecera pela
última vez (deja vù de novo, pensou Harry). A cicatriz
continuava a doer.
- Mas não pense que você vai duelar com sua varinha,
não. Eu sou inteligente o suficiente para saber que nossas
varinhas não podem lutar uma contra a outra... Dê a ele
outra varinha, Wormtail, qualquer varinha que não a dele.
Se Harry calculara certo, não precisaria de varinha...
atrás de Voldemort, pouco depois do fosso, uma fenda se
abria... ele estava certo, era a fenda dos gárgulas que
estudara exatamente aquela semana na aula do Professor Bins.
Voldemort estava de costas para ela, se fosse rápido
suficiente, conseguiria o que queria sem precisar de sua
varinha, ou de qualquer espécie de magica. Apenas de seus
reflexos, que afinal de contas, eram bons...
- Muito bem... Você começa, Voldemort...
Voldemort ergueu a varinha (...o que você vê?), Harry
atirou a varinha que estava em sua mão dentro do fosso dos
ratos (...apenas você e o lord das trevas...) e
correu na direção de Voldemort (...lutando?) e
saltou, atirando todo seu peso sobre o corpo dele. (...não,
caindo) O Lord das Trevas perdeu o equilíbrio e ambos
rolaram para dentro do precipício.