Harry Potter e o Toque de Prometeu - Capítulo 17 - Gerárd Gamagliel
Capítulo 17 - Gerárd Gamagliel
Snape conseguiu erguer um braço no ar e pegou a
varinha que Harry atirara, antes que Sibila e Wormtail
pudessem dizer "Ah", ele gritou:
- EXPELIARMUS!
- as varinhas dos dois voaram
para a mão dele, que entregou uma a Sirius quase sem
pensar.
- Átonos! - Sirius apontou para Wormtail e
Sibila, que caíram desacordados
- Aeros!
Ambos levitaram do poço com ratos e
rapidamente tiraram os outros de dentro e lá. Snape
correu para perto de Wormtail e Sibila caídos e conjurou
cordas tão fortes, com tanta raiva, que os dois ficaram
enrolados como múmias. Ele e Sirius faziam tudo sem se
falar,apenas agindo, um não tomando conhecimento da
presença do outro. Snape olhou para Rony e Hermione
desacordados e encostando a varinha no peito de cada um
disse:
-Enervate!
- Escutou a voz de Sirius atrás dele
dizendo a mesma coisa com Sheeba e correu para um canto da
caverna onde estavam as coisas que Wormtail retirara de
suas vestes. Voltou correndo com um vidro contendo uma
substância vermelha que parecia sangue. Colocou uma gota
nos lábios de Hermione, e ela olhou-o sem dizer nada. o
mesmo aconteceu com Rony. Ergueu-se para ver Sirius
abraçado ao corpo inerte de Sheeba, à beira do fosso.
Ele a apertava com força e murmurava:
-Não morra, Sheeba, não me deixe. - Snape abaixou-se
ao lado dela e pegou seu pulso e pela primeira vez
encarou Sirius, que o encarou de volta sério, segurando
as lágrimas nos olhos. Sentiu que embaixo da pele de
Sheeba ainda havia uma pulsação fraca, quase
imperceptível e disse:
- Ela ainda está viva, Black. Você sabe o que fazer.
- Sirius encarou-o mais uma vez por um segundo, então
apontou a varinha para o próprio coração e disse:
- Vita Primessencia! - reprimiu um grito de
dor, enquanto sentia que seu coração parava por
segundos de bater. Um calor saiu de seu peito e chegou a
superfície sob a forma de uma tênue luz rosada, que
pulsava no ritmo de um coração. Sirius equilibrou a
luz na ponta da varinha, então com muito cuidado
depositou-a sobre os lábios de Sheeba, e aproximou seu
rosto do dela. Seus lábios tocaram os dela, que estavam
frios. Ele sentia o calor da luz que tirara de seu
próprio coração sobre eles. Sem hesitar por um
segundo, soprou a luz para dentro dos lábios de Sheeba.
Uma luz suave percorreu o corpo de Sheeba, que tremeu
por um segundo. Snape, que tinha o pulso dela retido sob
seus dedos, sentiu que a pulsação voltava e encarou
Sirius novamente. Balançou a cabeça mudo, em
assentimento, e não pôde deixar de sorrir. Depois de
um segundo de hesitação, Sirius sorriu-lhe de volta.
Ela ia sobreviver.
- Sirius... - Sheeba abriu os olhos e sorriu -
Harry...?
- Shhhh. Não fale nada... Você ainda está muito
fraca.
- Ponha uma gota disso nos lábios dela. - Snape disse
e levantou-se, saindo de perto dos dois
- Vá buscar, Sirius... Vá buscar Harry. - Sirius
lembrou-se de uma promessa que fizera e chamou:
-Snape, faça-me um favor, por favor. Fique com ela.
- Aonde você vai?
- Vou buscar Harry.
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Harry tinha caído pela fenda agarrado à Voldemort,
que o olhava surpreso. o bruxo sustentava a varinha na
mão bem segura. Harry achou que ele fosse matá-lo, mas
Voldemort riu alto e disse:
- Ainda bancando o herói, Potter? Achou que fosse me
matar na queda? Achou que fôssemos morrer juntos?
Harry não disse nada, sua cicatriz subitamente parou
de doer. Voldemort desaparatara em pleno ar e ele
continuava caindo... Fora muito mais fácil que ele
imaginara... achava que iam cair juntos e morrer, nunca
soubera que se podia desaparatar com os pés fora do
chão....na verdade, lembrara-se da queda da vassoura,
quando a vestimenta que Sheeba lhe dera impedira que se
machucasse... mas agora, enquanto caía, avaliava as
probabilidades:
E se a veste tivesse perdido os poderes como o Olho de
Tigre que Hermione usava?
E se ela só funcionasse para pequenas quedas? Segundo
o professor Bins, a queda da fenda dos gárgulas era de
dois mil metros... será que alguém já saltara de um
Bungee Jump com dois mil metros?
E se isso tudo estivesse errado e ele não parasse
nunca mais de cair???
O diabo era que a queda não terminava nunca, e a
ansiedade era muito pior que a queda em si, caía no
escuro, muito rápido para enxergar qualquer coisa nas
paredes... repentinamente, sem aviso, seu corpo foi
erguido no ar, balançou, subiu, desceu, subiu, desceu
de novo e quando ele já estava ficando tonto, despencou
suavemente no chão. Que começou a afundar.
"Não acredito que sobrevivi a essa queda para
morrer atolado numa poça de areia movediça... quem
sabe se daqui a dez mil anos não me encontram
fossilizado?" Tentava manter a sanidade enquanto
sentia seu corpo afundando no chão de areia movediça.
Uma luz o iluminou e uma mão forte e grossa de pedra o
puxou pelas vestes. A coisa que o erguera o puxou para o
alto e o encarou de frente. Harry pode ver a cara feia
de um gárgula de bom tamanho, que o olhava sorrindo.
O gárgula puxou-o para cima de uma pedra onde ele
estava e perguntou-lhe:
- Podeis andar?
- Posso. estou bem, quer dizer, coberto de lama, mas
bem.
- Já caíram muitos aqui dentro, mas sois o primeiro
a sobreviver...
- É uma queda e tanto...
- Sois bruxo?
- Harry hesitou um segundo... a última notícia que
tivera sobre a relação de bruxos com gárgulas não
era muito animadora, e, levando-se em conta o tamanho do
gárgula, se ele achasse que eram inimigos, Harry
estaria em considerável desvantagem.
- Na verdade eu ainda sou estudante, em Hogwarts.
- Hogwarts! Conheceis Godric Griffndor, então?
- Não posso conhecer... ele morreu há mais de mil
anos...
- Gerárd esqueçe que vós viveis menos que nós...
não me apresentei, mil perdões - O gárgula ergueu-se
o mais que um gárgula podia erguer-se, pois andava
abaixado de joelhos dobrados - Meu nome é Gerárd
Gamagliel, Gárgula da sétima casa de Gamagliel, do
Clã dos Galdino, Gampstone, Grunjer e Grunhenwald -
Disse e abaixou-se numa reverência. - E vós ? - ergeu
os pequenos olhinhos de pedra para Harry.
-Harry Potter - disse estendendo a mão - muito
prazer. - O gárgula apertou a mão de Harry e
perguntou:
-Quereis desembaraçar-te do produto da terra que vos
cobre?
- Como? Ah! A lama... seria bom
-Segui então este que vos fala.
Foram anadando ao longo do desfiladeiro que a fenda
formava. Era muito escuro realmente, mas Gerárd tinha
uma tocha de fogo sagrado nas mãos, conforme explicou a
Harry, aquele fogo era muito antigo e não se apagava
nunca, o que era uma bênção levando-se em
consideração que ali não havia luz alguma...Pareciam
estar no fundo de um abismo à noite, com um céu negro
e sem estrelas bem acima. Chegaram a uma mina d'água
onde Harry se lavou, a água era quente... lembrou-se
que estavam tão dentro da terra que só podia realmente
ser muito quente. Depois de limpo, perguntou a Gerárd:
- Como eu saio daqui?
- Sair?
- É, sair.
- Vós tendes asas?
- Não.
- Vassoura?
- Não.
- És oriental e possuis tapete voador?
- Também não.
- Então não sais, Gerárd sente muito, mas ficarás
preso aqui como Gerárd
Só então Harry lembrou-se que Gárgulas podiam voar.
- Você não pode voar? - O gárgula fez uma cara
triste.
- Na verdade não. Não com estas asas. - Virou-se de
costas para Harry mostrando um par de asas. Uma dela
estava quebrada pela metade. Sentiu muita pena de
Gerárd, que parecia não saber há quanto tempo estava
ali.
- Gerárd pode fazer a vós uma pergunta sem ofensa?
- Claro.
- A Guerra. Perdemos, não perdemos?
- Perderam. E feio.
- Gerárd imaginava. Gerárd caiu aqui na época da
guerra... depois passou mais de 200 anos chamando...
Quando ver que ninguém respondia, achou que Guerra
havia sido perdida. Perdemos muitos?
- Não é pessoal, não é mesmo?
- Não, Gerárd dá a palavra.
- Morreram todos, só sobrou você... - Gerárd deu um
grande suspiro.
- Gerárd saber que ia terminar assim. Gerárd só
queria confirmar. - Gerárd começou a se lamentar,
falando mal de seus parentes gárgulas mortos há mil
anos, contando complicadas e chatíssimas histórias de
briga de famílias entre Grenshills, Grunds,
Gladstones... Harry ouvia, imaginou que devia ser chato
ficar mil anos sem ter o que conversar. Harry julgou ver
lá em cima algo como uma estrela cadente passar, mas
achou que fosse imaginação sua. Alguns minutos depois
Harry viu a luz de novo, e achou que ela estava descendo
rapidamente em direção ao fundo da fenda. Ficou
prestando atenção e de repente percebeu o que era a
luz. Seu coração deu pulos dentro do peito. Ouvia um
som inconfundível junto com a aproximação da luz.
Gerárd percebeu também e ficou quieto, ouvindo. então
disse:
- Gerárd pensa que alguém vêm resgatar Harry
Potter. - Em questão de minutos, uma silhueta grande
foi avolumando-se e Harry viu pousar bem na sua frente,
gigante, barulhenta e agradavemente amigável a
motocicleta de Sirius Black.