O Regresso - Capítulo  10 - As revelações de Draco
Capítulo 10  - As revelações de Draco.
 
Novamente o Morag ficou sem dar as caras durante um longo tempo, Harry recebeu uma visita de Jorge, não pode visitá-lo antes por causa do sobrecarregamento no trabalho, os desaparecimentos de trouxas continuavam, e ele não tinha nenhuma pista, agora criança eram as vitimas.
Enquanto isso Draco continuava rondando a escola, ficava conversando com Snape, mas não deixava de soltar comentários maldosos , sobre o professor que pôde vencer o terrível Voldemort, mas não era capaz de pegar um bicho qualquer. Provavelmente tudo por causa dos ciúmes que ele sentia por Gina.
Numa tarde no final de primavera onde o sol morno entrava pela janela através das cortinas , alguém bate na porta da sala de Harry, os alunos já haviam saído , quem seria? Mary? Infelizmente não era. Era Draco Malfoy.
- Será que posso entrar? - perguntou ele já abrindo a porta antes que Harry o impedisse.
Draco entrou na sala, a presença dele irritava Harry , não ia mais suportar escutar , comentários maldosos, o idiota estava tendo dor de corno , sem o ser.
- Pensou que fosse Gina ,Potter? - provocou Draco percebendo o olhar revoltado de Harry.
- Escuta aqui Malfoy - disse Harry alterando o tom da voz - se acha que está havendo algo comigo e Gina , se enganou , mas posso garantir que você é o pior marido que uma mulher poderia desejar na vida !
- Um marido ruim? É isso que você acha que eu sou? - retrucou Draco sarcástico - Gina não poderia ter tido pessoa melhor na vida, dei a ela tudo que precisava, ela estava na miséria e olha o que ela tem agora. Veja só o exemplo da nossa antiga Srta. Granger, se casou com o pobretão do Weasley , e agora tem que se virar com uma penca de filhos e tomar conta de uma casa com aquele barrigão a ponto de explodir...
- pelo menos eles são felizes e amam todos os seus filhos, muito pelo contrario de uma certa pessoa que conheço , que tem um filho esplêndido e nem reconhece...
- Então devia se conhecer melhor , Potter - rosnou Draco - quem você chama de pai insensível quando tenho um aqui, diante de mim.
Desta vez Harry se irritou , e sem que Draco esperasse , avançou contra ele pegando-o pelo o colarinho e prensando-o contra a parede com toda força que encontrou, fazendo os quadros pendurados balançarem.
- Não fale asneiras Malfoy, sempre cuidei bem da minha filha , você nem se importa com o garoto Luck, não liga a mínima para o próprio filho!- esbravejou chacoalhando Draco cuspindo saliva na cara dele.
- Me importo com o garoto sim - disse Draco secamente, tentando respirar com dificuldade já que as mão de Harry apertando seu colarinho o sufocavam - mas ele... não é meu filho!
- Como? - perguntou ele sem entender - do que está falando?
- Como os outros , você também é cego Potter, nunca reparou que o garoto não se parece em nada comigo tanto na aparência como no caráter?
- Mas ele é filho de Gina também...
- Meu ...sangue... é mais forte ,- dizia ele tentando se desvencilhar , mas Harry ganhara músculos enquanto estava na Gergana e o prendia firmemente - meus filhos ...nunca seriam da... Grifinória.
- Então quem é o pai verdadeiro do garoto?
Draco deu um sorriso sinistro entre os cabelos desalinhados que caiam sobre o rosto vermelho.
- Nunca reparou no garoto? - questionou ele, e encarando Harry com fúria ele reúne toda força que tem e profere fazendo cada palavra soar arrastada como um verme lento . - ELE...É... SEU...FILHO!!!!
Aquilo sortiu o efeito de uma bordoada em Harry ,deu dois passos para trás largando Malfoy que deixou-se escorregar contra a parede até ficar sentado no chão.
Não!Não podia ser , não fazia sentido...
- Faz dezesseis anos que você partiu,- continuou Draco se levantando com dificuldade e começando a circular Harry como uma fera a espera de uma brecha para atacar - mas antes, acho que teve uma pequena aventura com Gina, não é verdade? A abandonou logo depois, pobre menina , como ficou desesperada quando soube que estava esperando um filho, um filho daquele que a desprezou, que a abandonou, que sumiu para longe e para nunca mais voltar...- agora dizia com uma voz estridente de acusação.
Harry estava paralisado com tudo aquilo que ouvia, nunca soube daquela história ,não sabia de nada. Não encontrava nada para dizer.
- Fui eu que a encontrei chorando nos corredores de Gringotes, onde trabalhávamos. - prosseguia Malfoy , não dando brecha para Harry falar - A coitadinha estava tão fora de si que acabou confessando tudo. Condoído com tal situação fiz uma proposta para ela, assumiria a criança , me casaria com ela, em troca da lealdade dela.
- por que você faria uma coisa dessas?
- Primeiramente , humilhar aquela família dela ,mostrar que fiquei com a garotinha deles , apesar que ela era a única coisa que prestava no meio daquela corja! Depois alguma coisa dizia que você voltaria um dia e eu mostraria que fiquei com Gina e dei tudo que você jamais daria a ela . E finalmente, - dessa vez as feições dele mudaram brandamente - porque sempre tive atração por Gina , a amava em silencio , mas sabia que ela nunca me amaria, e ali estava a minha oportunidade de te-la para sempre comigo, não podia desperdiça-la.
Harry estava em estado de choque ,não sabia se ficava alegre , afinal ele descobriu que tem um filho, furioso - como Gina nunca contou para ele porque escondeu isso , ou triste - pobre garoto , o abandonei sem saber que ele existia...
- E agora Potter , quem é o pai irresponsável ?!!! - questionava Draco inquisidoramente - tive que abrigar um filho bastardo, do meu pior inimigo... mas fiz por Gina , por amor, talvez agora que você já saiba , ela vai me deixar de vez...
- Não vai - disse Harry de repente decididamente - não vou contar a ela que me falou isso , quero ouvir ela me dizer...
- Vai demorar, Potter, ela é orgulhosa, não se daria ao luxo tem muita coisa em jogo...
- E porque veio me falar disso agora?
- Achei que precisava saber..., uma prova de que eu amo Gina e não sou tão mau marido como pensa, que eu não estou prendendo ela por causa de um segredinho, mas não vou dizer nada ao garoto - falou Malfoy com intenções de sair, - está em suas mãos, se quiser contar a ele... vou-me embora , voltar para minha esposa, já que terminei de o que vim fazer aqui.
Saiu fechando a porta com um estrondo. Harry ainda pasmo com as palavra de Draco ficou parado no meio da sala. Será que acreditava no que aquele filhote de trasgo virulento disse? Ele Pai de Luck? Lembrou-se no que Gina lhe dissera no natal, que uma parte dele ficou com ela , então era isso!
- Droga - rosnou ele batendo a mão com força na mesa , chegando a machucar - porque isso teve que acontecer justo , agora.
Estava mais confuso do que nunca, e agora, como falaria isso para Mary, Sirius , os Weasley? No momento era melhor não dizer nada, já tinham problemas demais , mas no fundo uma pontinha de felicidade crescia dentro do seu coração , ele tinha um filho, e era um garoto exemplar , o qual ele se orgulhava que fosse filho dele.
*****
Sirius percebeu que o afilhado estava muito pensativo aquela noite , não havia tocado na torta de limão que Rosmerta havia lhe dado antes de deitar , Black encheu um copo com suco de abóbora e se sentou ao lado dele.
- Vai comer isso? - perguntou o padrinho para fazer Harry voltar a realidade .
- Hã ? Ah , sim , quero dizer não...sim, sim vou comer.
- O que aconteceu Harry , o que está te incomodando? - indagou Sirius preocupado.
- Nada... quero dizer....- Harry resolveu inventar algo , queria um conselho mas não queria revelar o que descobriu - um amigo meu, sabe, ele me contou que está com alguns problemas...
- O Rony?
- Não , outro amigo , você não conhece...
- Sei...- disse Sirius em tom de que estava desconfiando que o afilhado não estava sendo sincero.
- Então esse amigo está com um problema - Harry lutava para esconder o nervosismo da voz .
- você já me disse isso.- disse Sirius calmamente tentando faze-lo ficar a vontade e contar logo o que tanto o afligia.- que tipo de problema é esse?
- É que , envolve uma coisa que ele não sabia ainda... e descobriu faz pouco tempo ...sabe... um filho...
Sirius no mesmo instante cuspiu o suco de abóbora que tinha na boca , e exasperado quase engasgando perguntou a Harry.
- Pelas barbas de Merlim, Harry ! Não diga que já emprenhou a filha de Snape?!!!
- Não! - negou ele com firmeza e espantado a um só tempo - mas... como... como sabia que eu estava falando de mim.
- Você não me engana Harry , essa historia de "amigo meu" já é velha - riu Sirius mas logo depois ficando sério - mas que papo é esse de filho?
Harry contou tudo que Draco lhe falara, Sirius escutava tudo de forma atônita, quando acabou de ouvir , passou a mão pela a barba levemente grisalha, tinha um semblante muito sério.
- Não sei o que fazer Sirius, como me redimir...
- Já conversou com Gina?
- Não , ela não sabe que já sei ...
- Então não conte , deixe ela contar quando achar adequado.
- Mas e o garoto? Me sinto com uma grande parcela de culpa , queria recompensa-lo mas sem ele perceber , não quero contar para ele , agora não - Harry nunca se sentira tão confuso assim - contarei quando for o momento certo. Sabe , ele fez quinze anos ha alguns dias atras... quem sabe um presente...
- Lembra-se do que eu deu a você no terceiro ano?
- uma Firebolt. Quer dizer que tenho que dar uma vassoura de presente a ele ? Boa idéia! Mas.... não! Se eu der uma vassoura , o Draco vai querer dar uma melhor só pra se mostrar, mesmo não tendo tanta afeição pelo menino...
- Não é disso que estou falando , mas se fizer a coisa certa vai entender , vou dormir , foi muita coisa para minha velha cabeça essa noite.- Disse Sirius num esforço para se levantar do sofá. - boa noite.
- boa noite - respondeu Harry ficando sozinho na sala pensando no que daria ao garoto, então uma idéia iluminou sua mente deixou escapar um sorriso de seus lábios e disse para escuridão - é isso! Como não havia pensado nisso antes!??
E muito feliz foi para seu quarto , não para dormir mas para procurar algumas coisas, que a muito tempo não via.
 
*****************
Naquela manhã antes de iniciar sua aula passou na sala de Hermione, ela já começara a aula, explicava uma nova técnica de transfiguração.
- o feitiço de transmutação, - explicava ela em tom alto, segurando a varinha apontando para uma cereja - tem o poder de aperfeiçoar as coisas já transformadas...
E apontando a varinha na cereja ela se transforma em uma maçã, a classe solta exclamações de surpresa , Harry percebeu que Luck estava no fundo da sala.
- como podem ver,- continuava Hermione , andando vagarosamente por causa do peso da barriga , estava quase no final da sua gestação - uma coisa pode ficar maior , mais forte, Transmuttacio - proferiu ela e a maçã virou uma enorme abóbora - isso também pode ser feito em seres humanos já transfigurados ...- ela notou Harry na porta mas não parou de explicar - mas apenas se estiverem unidos , pelos laços do sangue ou... do amor matrimonial...
- Como assim ? - perguntou Luck.
A professora olhou de forma bondosa para o garoto.
- o Transmuttacio funciona em uma pessoa , só se for aplicado de pai para filho, irmãos , avós ou marido e mulher.
A explicação tinha acabado, Hermione sorriu satisfeita para Harry e finalmente perguntou.
- Então professor o que deseja?
- Eu...queria saber se o Sr .Luck ...- dizer agora aquele sobrenome era tão difícil , pois não fazia mais sentido - Malfoy pudesse passar depois da aulas na minha sala.
O menino meio sem jeito concordou.
- Está bem , professor.
Harry esperava ansiosamente por trás de sua mesa, a pena de águia entre seus dedos batia impacientemente no pergaminho, seu coração bateu mais aceleradamente quando a porta da sua sala se abriu e Luck entrou.
- Queria falar comigo professor Potter? - perguntou o menino.
Harry fitou o garoto , sem perceber o que estava fazendo notou que ele se parecia realmente um pouco com ele , as feições, os cabelos eram um pouco rebeldes iguais quando ele era mais jovem, apesar dos traços de Gina serem mais predominantes. Percebendo que o garoto começava a ficar constrangido com ele lá sem dizer nada , Harry pigarreou antes de começar a falar.
- Ah , sim Luck... sente-se por favor - convidou ele - é , soube que seu aniversário foi a algumas semanas...- começou a dizer.
- é mas não houve comemorações...- retrucou o menino desanimado.
- uma pena - lamentou Harry - mas quinze anos é uma idade muito importante, e não acho justo deixa-la passar em vão...- agora Harry remexia numa caixa e tirou dois pacotes dela e estendeu para o garoto. - gostaria que ficasse com isso...
Luck olhou hesitante para os pacotes, um presente de seu professor? Harry insistiu e ele pegou.
- Obrigado , senhor Potter - disse ele começando a abrir o primeiro pacote . Harry o observava com interesse , e antes que ele terminasse de abrir o pacote recomendou.
- Só peço uma coisa , Luck, que isso seja um segredo , não conte a ninguém sobre eles , exceto para seus tios , Fred Jorge, Rony e Mione.
Luck não entendeu até que viu o que tinha no pacote , no primeiro havia um pergaminho, e no outro uma capa muito diferente que parecia feita de água.
- Nossa , Prof. Potter , mas isso... - ele estava quase sem palavras para expressar o que estava vendo - isso é uma capa de invisbilidade!
- Isso mesmo - sorriu Harry - só os seus tios sabiam dela , por isso não conte nem a sua mãe...
- Mas deve ter custado muito caro...
- Não, - interrompeu Harry - isso foi uma herança , eu não preciso mais, já aprendi ficar invisivel sem precisar dela... só peço que aceite.
O garoto admirava a capa sem saber o que falar, então voltou sua atenção ao mapa.
- Esse é o Mapa do Maroto .- explicou Harry para o filho - foi um presente de seus tios Fred e Jorge, acho justo devolve-lo a você agora. Vou explicar como funciona.
E assim passaram aquela tarde , Harry explicou como ganhou o mapa , contou o que passou com sua capa e muitas outras coisas que ele fizera quando era adolescente. Mas no final recomendou.
- Use com sabedoria e juízo, hein?
- Claro senhor Potter. - afirmou ele depois ficando calado por uns instantes , como se quisesse dizer mais alguma coisa. - Muito obrigado, não só pelos presentes...mas pelo voto de confiança que depositou em mim...
Harry sentiu os olhos lacrimejarem, então era isso que Sirius queria dizer, um presente que nenhum dinheiro compra, confiança.
- Não tem de que. - disse ele com a voz tremula apertando a mão do menino, como queria abraça-lo agora e dizer... FILHO. Mas se conteve , voltou a sentar-se e falou - melhor você indo, acho que Mione precisa de você na sala comunal.
- Certo , e mais uma vez , muito obrigado , é os melhores presentes que ganhei na vida, tchau!
Saiu pela porta carregando consigo os pacotes como se fossem feitos de cristal , fechando-a logo em seguida, Harry ficou sozinho novamente na sala , então ele se permitiu , deixar não uma mas varias lagrimas rolarem em seu rosto.
- Até mais meu filho...- murmurou ele.

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