Novamente o Morag ficou sem dar as caras durante um longo
tempo, Harry recebeu uma visita de Jorge, não pode visitá-lo
antes por causa do sobrecarregamento no trabalho, os
desaparecimentos de trouxas continuavam, e ele não tinha
nenhuma pista, agora criança eram as vitimas.
Enquanto isso Draco continuava rondando a escola, ficava
conversando com Snape, mas não deixava de soltar comentários
maldosos , sobre o professor que pôde vencer o terrível
Voldemort, mas não era capaz de pegar um bicho qualquer.
Provavelmente tudo por causa dos ciúmes que ele sentia por
Gina.
Numa tarde no final de primavera onde o sol morno entrava pela
janela através das cortinas , alguém bate na porta da sala de
Harry, os alunos já haviam saído , quem seria? Mary?
Infelizmente não era. Era Draco Malfoy.
- Será que posso entrar? - perguntou ele já abrindo a porta
antes que Harry o impedisse.
Draco entrou na sala, a presença dele irritava Harry , não
ia mais suportar escutar , comentários maldosos, o idiota
estava tendo dor de corno , sem o ser.
- Pensou que fosse Gina ,Potter? - provocou Draco percebendo o
olhar revoltado de Harry.
- Escuta aqui Malfoy - disse Harry alterando o tom da voz - se
acha que está havendo algo comigo e Gina , se enganou , mas
posso garantir que você é o pior marido que uma mulher poderia
desejar na vida !
- Um marido ruim? É isso que você acha que eu sou? -
retrucou Draco sarcástico - Gina não poderia ter tido pessoa
melhor na vida, dei a ela tudo que precisava, ela estava na miséria
e olha o que ela tem agora. Veja só o exemplo da nossa antiga
Srta. Granger, se casou com o pobretão do Weasley , e agora tem
que se virar com uma penca de filhos e tomar conta de uma casa
com aquele barrigão a ponto de explodir...
- pelo menos eles são felizes e amam todos os seus filhos,
muito pelo contrario de uma certa pessoa que conheço , que tem
um filho esplêndido e nem reconhece...
- Então devia se conhecer melhor , Potter - rosnou Draco -
quem você chama de pai insensível quando tenho um aqui, diante
de mim.
Desta vez Harry se irritou , e sem que Draco esperasse , avançou
contra ele pegando-o pelo o colarinho e prensando-o contra a
parede com toda força que encontrou, fazendo os quadros
pendurados balançarem.
- Não fale asneiras Malfoy, sempre cuidei bem da minha filha
, você nem se importa com o garoto Luck, não liga a mínima
para o próprio filho!- esbravejou chacoalhando Draco cuspindo
saliva na cara dele.
- Me importo com o garoto sim - disse Draco secamente,
tentando respirar com dificuldade já que as mão de Harry
apertando seu colarinho o sufocavam - mas ele... não é meu
filho!
- Como? - perguntou ele sem entender - do que está falando?
- Como os outros , você também é cego Potter, nunca reparou
que o garoto não se parece em nada comigo tanto na aparência
como no caráter?
- Mas ele é filho de Gina também...
- Meu ...sangue... é mais forte ,- dizia ele tentando se
desvencilhar , mas Harry ganhara músculos enquanto estava na
Gergana e o prendia firmemente - meus filhos ...nunca seriam
da... Grifinória.
- Então quem é o pai verdadeiro do garoto?
Draco deu um sorriso sinistro entre os cabelos desalinhados
que caiam sobre o rosto vermelho.
- Nunca reparou no garoto? - questionou ele, e encarando Harry
com fúria ele reúne toda força que tem e profere fazendo cada
palavra soar arrastada como um verme lento . - ELE...É...
SEU...FILHO!!!!
Aquilo sortiu o efeito de uma bordoada em Harry ,deu dois
passos para trás largando Malfoy que deixou-se escorregar
contra a parede até ficar sentado no chão.
Não!Não podia ser , não fazia sentido...
- Faz dezesseis anos que você partiu,- continuou Draco se
levantando com dificuldade e começando a circular Harry como
uma fera a espera de uma brecha para atacar - mas antes, acho
que teve uma pequena aventura com Gina, não é verdade? A
abandonou logo depois, pobre menina , como ficou desesperada
quando soube que estava esperando um filho, um filho daquele que
a desprezou, que a abandonou, que sumiu para longe e para nunca
mais voltar...- agora dizia com uma voz estridente de acusação.
Harry estava paralisado com tudo aquilo que ouvia, nunca soube
daquela história ,não sabia de nada. Não encontrava nada para
dizer.
- Fui eu que a encontrei chorando nos corredores de Gringotes,
onde trabalhávamos. - prosseguia Malfoy , não dando brecha
para Harry falar - A coitadinha estava tão fora de si que
acabou confessando tudo. Condoído com tal situação fiz uma
proposta para ela, assumiria a criança , me casaria com ela, em
troca da lealdade dela.
- por que você faria uma coisa dessas?
- Primeiramente , humilhar aquela família dela ,mostrar que
fiquei com a garotinha deles , apesar que ela era a única coisa
que prestava no meio daquela corja! Depois alguma coisa dizia
que você voltaria um dia e eu mostraria que fiquei com Gina e
dei tudo que você jamais daria a ela . E finalmente, - dessa
vez as feições dele mudaram brandamente - porque sempre tive
atração por Gina , a amava em silencio , mas sabia que ela
nunca me amaria, e ali estava a minha oportunidade de te-la para
sempre comigo, não podia desperdiça-la.
Harry estava em estado de choque ,não sabia se ficava alegre
, afinal ele descobriu que tem um filho, furioso - como Gina
nunca contou para ele porque escondeu isso , ou triste - pobre
garoto , o abandonei sem saber que ele existia...
- E agora Potter , quem é o pai irresponsável ?!!! -
questionava Draco inquisidoramente - tive que abrigar um filho
bastardo, do meu pior inimigo... mas fiz por Gina , por amor,
talvez agora que você já saiba , ela vai me deixar de vez...
- Não vai - disse Harry de repente decididamente - não vou
contar a ela que me falou isso , quero ouvir ela me dizer...
- Vai demorar, Potter, ela é orgulhosa, não se daria ao luxo
tem muita coisa em jogo...
- E porque veio me falar disso agora?
- Achei que precisava saber..., uma prova de que eu amo Gina e
não sou tão mau marido como pensa, que eu não estou prendendo
ela por causa de um segredinho, mas não vou dizer nada ao
garoto - falou Malfoy com intenções de sair, - está em suas mãos,
se quiser contar a ele... vou-me embora , voltar para minha
esposa, já que terminei de o que vim fazer aqui.
Saiu fechando a porta com um estrondo. Harry ainda pasmo com
as palavra de Draco ficou parado no meio da sala. Será que
acreditava no que aquele filhote de trasgo virulento disse? Ele
Pai de Luck? Lembrou-se no que Gina lhe dissera no natal, que
uma parte dele ficou com ela , então era isso!
- Droga - rosnou ele batendo a mão com força na mesa ,
chegando a machucar - porque isso teve que acontecer justo ,
agora.
Estava mais confuso do que nunca, e agora, como falaria isso
para Mary, Sirius , os Weasley? No momento era melhor não dizer
nada, já tinham problemas demais , mas no fundo uma pontinha de
felicidade crescia dentro do seu coração , ele tinha um filho,
e era um garoto exemplar , o qual ele se orgulhava que fosse
filho dele.
*****
Sirius percebeu que o afilhado estava muito pensativo aquela
noite , não havia tocado na torta de limão que Rosmerta havia
lhe dado antes de deitar , Black encheu um copo com suco de abóbora
e se sentou ao lado dele.
- Vai comer isso? - perguntou o padrinho para fazer Harry
voltar a realidade .
- O que aconteceu Harry , o que está te incomodando? -
indagou Sirius preocupado.
- Nada... quero dizer....- Harry resolveu inventar algo ,
queria um conselho mas não queria revelar o que descobriu - um
amigo meu, sabe, ele me contou que está com alguns problemas...
- O Rony?
- Não , outro amigo , você não conhece...
- Sei...- disse Sirius em tom de que estava desconfiando que o
afilhado não estava sendo sincero.
- Então esse amigo está com um problema - Harry lutava para
esconder o nervosismo da voz .
- você já me disse isso.- disse Sirius calmamente tentando
faze-lo ficar a vontade e contar logo o que tanto o afligia.-
que tipo de problema é esse?
- É que , envolve uma coisa que ele não sabia ainda... e
descobriu faz pouco tempo ...sabe... um filho...
Sirius no mesmo instante cuspiu o suco de abóbora que tinha
na boca , e exasperado quase engasgando perguntou a Harry.
- Pelas barbas de Merlim, Harry ! Não diga que já emprenhou
a filha de Snape?!!!
- Não! - negou ele com firmeza e espantado a um só tempo -
mas... como... como sabia que eu estava falando de mim.
- Você não me engana Harry , essa historia de "amigo
meu" já é velha - riu Sirius mas logo depois ficando sério
- mas que papo é esse de filho?
Harry contou tudo que Draco lhe falara, Sirius escutava tudo
de forma atônita, quando acabou de ouvir , passou a mão pela a
barba levemente grisalha, tinha um semblante muito sério.
- Não sei o que fazer Sirius, como me redimir...
- Já conversou com Gina?
- Não , ela não sabe que já sei ...
- Então não conte , deixe ela contar quando achar adequado.
- Mas e o garoto? Me sinto com uma grande parcela de culpa ,
queria recompensa-lo mas sem ele perceber , não quero contar
para ele , agora não - Harry nunca se sentira tão confuso
assim - contarei quando for o momento certo. Sabe , ele fez
quinze anos ha alguns dias atras... quem sabe um presente...
- Lembra-se do que eu deu a você no terceiro ano?
- uma Firebolt. Quer dizer que tenho que dar uma vassoura de
presente a ele ? Boa idéia! Mas.... não! Se eu der uma
vassoura , o Draco vai querer dar uma melhor só pra se mostrar,
mesmo não tendo tanta afeição pelo menino...
- Não é disso que estou falando , mas se fizer a coisa certa
vai entender , vou dormir , foi muita coisa para minha velha
cabeça essa noite.- Disse Sirius num esforço para se levantar
do sofá. - boa noite.
- boa noite - respondeu Harry ficando sozinho na sala pensando
no que daria ao garoto, então uma idéia iluminou sua mente
deixou escapar um sorriso de seus lábios e disse para escuridão
- é isso! Como não havia pensado nisso antes!??
E muito feliz foi para seu quarto , não para dormir mas para
procurar algumas coisas, que a muito tempo não via.
*****************
Naquela manhã antes de iniciar sua aula passou na sala de
Hermione, ela já começara a aula, explicava uma nova técnica
de transfiguração.
- o feitiço de transmutação, - explicava ela em tom alto,
segurando a varinha apontando para uma cereja - tem o poder de
aperfeiçoar as coisas já transformadas...
E apontando a varinha na cereja ela se transforma em uma maçã,
a classe solta exclamações de surpresa , Harry percebeu que
Luck estava no fundo da sala.
- como podem ver,- continuava Hermione , andando vagarosamente
por causa do peso da barriga , estava quase no final da sua
gestação - uma coisa pode ficar maior , mais forte, Transmuttacio
- proferiu ela e a maçã virou uma enorme abóbora - isso também
pode ser feito em seres humanos já transfigurados ...- ela
notou Harry na porta mas não parou de explicar - mas apenas se
estiverem unidos , pelos laços do sangue ou... do amor
matrimonial...
- Como assim ? - perguntou Luck.
A professora olhou de forma bondosa para o garoto.
- o Transmuttacio funciona em uma pessoa , só se for aplicado
de pai para filho, irmãos , avós ou marido e mulher.
A explicação tinha acabado, Hermione sorriu satisfeita para
Harry e finalmente perguntou.
- Então professor o que deseja?
- Eu...queria saber se o Sr .Luck ...- dizer agora aquele
sobrenome era tão difícil , pois não fazia mais sentido -
Malfoy pudesse passar depois da aulas na minha sala.
O menino meio sem jeito concordou.
- Está bem , professor.
Harry esperava ansiosamente por trás de sua mesa, a pena de
águia entre seus dedos batia impacientemente no pergaminho, seu
coração bateu mais aceleradamente quando a porta da sua sala
se abriu e Luck entrou.
- Queria falar comigo professor Potter? - perguntou o menino.
Harry fitou o garoto , sem perceber o que estava fazendo notou
que ele se parecia realmente um pouco com ele , as feições, os
cabelos eram um pouco rebeldes iguais quando ele era mais jovem,
apesar dos traços de Gina serem mais predominantes. Percebendo
que o garoto começava a ficar constrangido com ele lá sem
dizer nada , Harry pigarreou antes de começar a falar.
- Ah , sim Luck... sente-se por favor - convidou ele - é ,
soube que seu aniversário foi a algumas semanas...- começou a
dizer.
- é mas não houve comemorações...- retrucou o menino
desanimado.
- uma pena - lamentou Harry - mas quinze anos é uma idade
muito importante, e não acho justo deixa-la passar em vão...-
agora Harry remexia numa caixa e tirou dois pacotes dela e
estendeu para o garoto. - gostaria que ficasse com isso...
Luck olhou hesitante para os pacotes, um presente de seu
professor? Harry insistiu e ele pegou.
- Obrigado , senhor Potter - disse ele começando a abrir o
primeiro pacote . Harry o observava com interesse , e antes que
ele terminasse de abrir o pacote recomendou.
- Só peço uma coisa , Luck, que isso seja um segredo , não
conte a ninguém sobre eles , exceto para seus tios , Fred
Jorge, Rony e Mione.
Luck não entendeu até que viu o que tinha no pacote , no
primeiro havia um pergaminho, e no outro uma capa muito
diferente que parecia feita de água.
- Nossa , Prof. Potter , mas isso... - ele estava quase sem
palavras para expressar o que estava vendo - isso é uma capa de
invisbilidade!
- Isso mesmo - sorriu Harry - só os seus tios sabiam dela ,
por isso não conte nem a sua mãe...
- Mas deve ter custado muito caro...
- Não, - interrompeu Harry - isso foi uma herança , eu não
preciso mais, já aprendi ficar invisivel sem precisar dela... só
peço que aceite.
O garoto admirava a capa sem saber o que falar, então voltou
sua atenção ao mapa.
- Esse é o Mapa do Maroto .- explicou Harry para o filho -
foi um presente de seus tios Fred e Jorge, acho justo devolve-lo
a você agora. Vou explicar como funciona.
E assim passaram aquela tarde , Harry explicou como ganhou o
mapa , contou o que passou com sua capa e muitas outras coisas
que ele fizera quando era adolescente. Mas no final recomendou.
- Use com sabedoria e juízo, hein?
- Claro senhor Potter. - afirmou ele depois ficando calado por
uns instantes , como se quisesse dizer mais alguma coisa. -
Muito obrigado, não só pelos presentes...mas pelo voto de
confiança que depositou em mim...
Harry sentiu os olhos lacrimejarem, então era isso que Sirius
queria dizer, um presente que nenhum dinheiro compra, confiança.
- Não tem de que. - disse ele com a voz tremula apertando a mão
do menino, como queria abraça-lo agora e dizer... FILHO. Mas se
conteve , voltou a sentar-se e falou - melhor você indo, acho
que Mione precisa de você na sala comunal.
- Certo , e mais uma vez , muito obrigado , é os melhores
presentes que ganhei na vida, tchau!
Saiu pela porta carregando consigo os pacotes como se fossem
feitos de cristal , fechando-a logo em seguida, Harry ficou
sozinho novamente na sala , então ele se permitiu , deixar não
uma mas varias lagrimas rolarem em seu rosto.