Os meses transcorreram sem nenhum problema, o Morag não
apareceu mais, mas isso não fez Harry esquece-lo, mas ele se
ocupava com outras coisas, Lilly aprendera a andar e corria por
todo canto enchendo a casa de Black com os sons dos seus
passarinhos, já havia feito seu primeiro aniversário e
colecionava um pequeno repertório de palavras, aprendeu a falar Sirius
primeiro que papai( o que de inicio deixou Harry
ligeiramente frustrado). Sua amizade com Mary se estreitara cada
vez mais, agora costumava passar algumas tardes com ela a
pesquisar livros atrás de mais evidencias sobre a besta fera.
Rony sempre preocupado com Hermione, que já exibia uma
barriguinha saliente, não parava de dar recomendações a ela,
parecia com mais com uma mãe do que com um marido.
O natal estava chegando, numa fria tarde de dezembro Harry se
encontrou com Luck no corredor perto do salão da Grifinória.
- Olá Luck, como está sua mãe?
O garoto o olhou simpaticamente , mas no fundo parecia triste,
respondeu educadamente antes de entrar na sala.
- Do mesmo jeito de sempre. - deu um suspiro desanimado, Harry
não conseguia entender como aquele garoto podia ser filho de
Malfoy, não tinha nada haver com Draco, tanto na aparência como
nas atitudes. Kelly Malfoy sim , ela era a cara e a fuça do pai,
principalmente no seu jeito desdenhoso de ser.
- Mande lembranças.- disse Harry.
- Mandarei sim, tchau senhor Potter. - e sumiu por de trás do
quadro.
Qual seria o mesmo jeito de sempre? Viu-se perguntando, depois
daquele dia na casa de Percy as outras vezes que vira Gina ela
estava sempre ao lado de um desconfiado Malfoy, mas seu olhar
continuava triste como o de Luck.
Em poucos dias as ferias de natal chegaria , prometeu a Sofia
que a levaria para casa dos pais, e de quebra iria visitar os seus
tios, não que tivesse morrendo de saudade, mas por curiosidade.
Depois de ter deixado Sofia com Duda, mais gordo do que nunca e
revisto seu tios , que pareceram tão espantados , quantos os
outros em rever o sobrinho depois de tanto tempo, Harry voltava
para o Caldeirão Furado, onde estava hospedado.
Caminhava tranqüilamente pelas ruas , onde a maioria das
pessoas andavam apressadas comprando presentes, agora as rua eram
livres para os pedestres exceto as pistas de pouso dos aeromóveis,
que pousavam e decolavam.
Estava muito frio, o céu estava cinzento e carregado de neve
ainda por cair, Harry metido num sobretudo escuro, o cachecol em
volta do rosto e o chapéu puxado sobre os olhos descia a rua
distraidamente observando os veículos voarem por Londres, a
tecnologia trouxa havia evoluído muito naqueles anos, por isso
que a Tecnomancia estava se tornando um domínio importante ,
devia ser incluída no currículo da escola, Harry pensou
seriamente em conversar com McGonagall sobre isso.
O céu estava congestionado, Harry riu quando pensou como estava
difícil de voar com uma vassoura agora que esses modernos
veículos começaram a circular tomando todo espaço aéreo, as
ruas eram reservada apenas para os pedestres e aeromóveis
estacionados. Mas ele se esquecera que os carros de policia trouxa
também circulavam nas ruas principalmente quando perseguiam algum
infrator.
Foi exatamente isso que aconteceu , foi tão rápido que Harry
quase foi atropelado por uma aeromoto que voava um pouco acima do
nível do solo, assustado ainda conseguido se desviar do veiculo ,
e de uma primeira viatura que o perseguia, mas outras viatura
vinha em sua direção e não daria tempo, de desviar ,
imediatamente pegou sua varinha e apontou para o veiculo.
- Desvie. - bradou , sorte que aquela alameda naquele momento
estava vazia , pois ninguém acreditaria no ocorreu, a viatura deu
uma dupla pirueta no ar mas pousou em segurança, essas era uma
das habilidades de Harry , fazer as máquinas fazerem coisas
impossíveis.
O único problema agora era o condutor do veiculo, Harry teria
que apagar sua memória, agora com a varinha escondida no bolso ,
observou a porta da viatura se abrir e um surpreso policial sair
dele não acreditando no que acabara de ocorrer. O homem usava o
uniforme da policia londrina ,com direito a o acochado colete a
prova de balas e laser, trazia na cintura uma pistola de raios
paralisante, que tinham um efeito semelhante ao feitiço
estuporante, o rosto do policial estava oculto pelo capacete com
visor infravermelho.
- Mas que diabo aconteceu..?.- perguntava o policial se
aproximando de Harry.
Harry já estava tirando a varinha do bolso , era um feitiço
simples que não deixava seqüelas, mas se deteve quando o homem
tirou o capacete, tinha os cabelos curtos estilo militar, eram
ruivos e em sua lapela um crachá escrito Capitão J. Weasley.
Harry arregalou os olhos para ele , estava tão surpreso quanto o
policial.
- Jorge? Jorge Weasley?- perguntou, para o homem , este parou ,
espremeu os olhos desconfiados para Harry.
- Você me conhece?
- Jorge , sou eu, Harry.
- Harry? - repetiu ele e repentinamente como se algo atingisse
sua mente ele sorriu e e quase gritou - Harry Potter, mas não
pode ser , pensei que tivesse ...
- Morrido? - concluiu Harry - é todo mundo que me vê acha isso
mas como pode ver estou bem vivo , apesar de você quase me matar
atropelado...
- Me desculpe , mas estávamos perseguindo , um ladrão de jóias,
mas já foi capturado, - disse olhando para um aparelho semelhante
a um mini computador, depois olhou jovialmente para Harry - então
, o que tem de novidades, deve ter muita coisa para falar quase
não te reconheci.
- E nem eu , esse seu cabelo está diferente , comparado com
Fred...
Nesse momento , o sorriso de Jorge se encrespou um pouco, Harry
lembrou-se que ele deixou de querer ser bruxo , mas logo em
seguida relembrou da promessa feita a Hermione. Achou que Jorge
não gostaria de falar da família agora , mas pelo contrario ele
perguntou.
-Eles estão todos bem?
- Sim. - confirmou Harry observando cuidadosamente as feições
de Jorge antes de falar - eles tem saudades de você.
Jorge deu um sorriso enviesado, consultou o relógio seguiu em
direção ao carro .
- Venha Harry , vamos para um lugar melhor vai começar a nevar
, conheço uma boa cafeteria.
Minutos depois , os dois estavam sentados a uma mesa de uma
aconchegante cafeteria , dava para ver a rua do lado de fora
através de uma grande janela. Rajadas macias de neve batiam
contra a vidraça. Fazia um barulho sussurrante, incomodo.
A garçonete deixou duas xícaras de café quentes na mesa,
Harry tomou um gole olhando para fora, limpou a boca com o
guardanapo e disse a Jorge sem se virar.
- Hermione vai ter mais um filho.
- Sério? Aquele Rony - tinha impressão que Jorge ia soltar uma
gargalhada - não tem jeito, parece que quer ser como o papai,
encher a casa de filhos .Esse é o quarto, não é?
- Não, é o quinto - corrigiu Harry pousando a xícara na mesa
e se servindo de umas torradas.
- Puxa quer dizer que ele teve outro enquanto estive...
- Ausente , longe? - concluiu Harry encarando Jorge. - Mione me
contou Jorge, seus irmãos não se importa com o que houve antes,
eles querem te ver , saber como está...
- Diga que estou bem , e minha irmãzinha, Gina como está? É
com que mais me preocupo , não sei como teve coragem de se casar
com Malfoy, foi tão de repente, em menos de um mês ...
- Um mês? - interrompeu Harry apesar de nunca ter perguntado
exatamente quando ela se casou.
- Isso mesmo, disse que gostava dele faz tempo , mas temia
nossas represálias, só disse isso quando resolveu casar com
aquele.. aquele...- Jorge fechou os punhos com raiva e bateu na
mesa fazendo as xícaras estremecerem, chamado a atenção dos
outros fregueses - burgesinho metido a besta! Não sei o que ela
viu nele, pensamos até que estava sob efeito de algum feitiço,
pobre Gina tão frágil , seu primeiro filho foi prematuro, nasceu
antes do tempo, mas se recuperou logo, como ele está?
- Um aluno incrível, ele é monitor.
Jorge sorriu com aquela noticia.
- Sempre tem que ter um na família...
- Porque não vai visitá-los? - insistiu.
- Sinto muito , Harry , mas não posso voltar - respondeu ele
com a voz desanimada - seria muita humilhação...
- Eu disse que eles te perdoaram , não pode me esconder que
sente saudades, deixe esse orgulho para trás, volte.
- Eu já disse que não posso , porque agora tenho um emprego
aqui...e tem outro motivo , veja - respondeu mais entristecido
ainda, apontou para fora da janela em direção ao prédio do
outro lado da rua.
Harry olhou e viu um bando de crianças saírem do prédio,
Jorge tinha toda atenção voltada para um garoto de cabelos
castanhos avermelhado aparentando uns cinco anos que corria e
abraçava uma mulher loira e magrinha.
- Aquele é o meu pequeno , Felipe. - disse com a voz embargada
- toda a tarde quando posso venho aqui para vê-lo sair da aula de
pintura, um garotinho talentoso, e só posso vê-lo daqui...
- Por que ela não deixa , existe as leis trouxas...
- Eu sei , mas ela ameaçou de contar aos trouxas sobre nos,
não que eles iriam acreditar nela , mas meu filho seria exposto
ao ridículo.
- Mas isso vai mudar , lembre-se quando ele tiver maior , vai
ser chamado a Hogwarts, isso ela não vai impedir.
- É o único consolo...mas por enquanto não posso voltar,
tenho que estar ao lado do meu garoto , mesmo que esteja tão
distante...- o aparelho que Jorge usava começou a emitir um som ,
Weasley o pegou pediu um tempo a Harry para atender - capitão
Weasley na escuta, prossiga.
- Mais um desaparecimento - dizia uma voz digitalizada
pelo aparelho. - tente dar andamento , já é o quarto , sem
pista ainda. desligando.
- Ok , estou a caminho - disse Jorge fechando o aparelhinho num
estalo, olhou sério para Harry, deu um longo suspiro.- preciso
ir, Harry , estou encabeçando uma investigação sobre o
desaparecimento de varias pessoas, muito estranho , somem do nada,
parece magia...
- Que estranho, suspeita de alguma coisa?
- Não - disse se levantando e pegando o capacete , apertou a
mão de Harry com força - foi bom revê-lo amigo, mande
lembranças a todos e diga que tempo saudades , e diga ao Rony
para ter juízo e poupar um pouco a Mione.
- Seria bom se você fosse pessoalmente dizer isso - disse
Harry.
Jorge não disse mais nada vestiu o capacete e saiu em direção
a porta , Harry pode ver ele entrando no aeromovel , olhou mais
uma vez para Harry e saiu voando em direção ao céu cinzento de
Londres.
Ele também precisava voltar, deixara Lilly com os Black, e
queria passar o fim de ano com a filha.
As comemorações foram bem alegres, Lilly ganhou vários
presentes , no final do dia ela descobriu que as caixas eram mais
divertidas que os brinquedos, Harry foi visitar os Weasleys,
estavam todos na Toca , que parecia um pouco mais apertada com
aquela gente toda , os filhos e os netos de Arthur e Molly.
Harry queria dizer que encontrara Jorge ,mas não foi preciso,
quando ele chegou Jorge já estava lá.
- Decidi reconsiderar seu pedido , Harry. - disse Jorge
sorrindo.- talvez eu não volte agora ,mas visitar minha família
é possível.
Gina também estava lá , dessa vez Draco não estava em sua
companhia, o olhar de Harry cruzou com o dela, ela sorriu parecia
um pouco mais animada.
- Feliz Natal , Harry - disse quando chegou até ele, e
beijou-lhe a face.
Ele sorriu sem jeito, quando foi a ultima vez que ela o beijara?
Foi ainda na escola , quando se formou e ela se declarou para ele,
aquilo devia ter sido muito difícil para Gina , guardar um amor
sufocado no coração durante tantos anos.
Ele sabia que ela o amava desde o segundo ano em Hogwarts, ele
até que tentou por um curto período de tempo aceitar o amor de
Gina , mas logo viu que o que sentia por ela era um amor fraterno,
nada mais e que nunca iria dar certo.
Aquilo arrasou o coração de Gina no dia em que rompeu com ela
levou um tapa tão grande no rosto que a marca demorou a sair.
Mas era a verdade, foi melhor assim, e agora estava lá com
essas lembranças reativada por causa de um beijo.
- Feliz Natal, Gina. - disse retribuindo o beijo e nada mais,
num canto de olho pode ver o jovem Luck Malfoy a observa-los. Isso
não era bom talvez o garoto fosse contar ao pai , sobre o formal
beijo, ou talvez não.Pareçe que Malfoy não dava tanta atenção
a Luck, nas vezes que apareceu na escola só foi para ver a
menina, será que era só porque ele era da Grifinória?
- Podemos conversar lá fora? - pediu Gina repentinamente.
Ele hesitou , sabia o que estava por vir , mas achou que era
melhor colocar uma pedra em cima disso tudo.Dizer para ela não
acalentar falsas esperanças.
Apesar do frio , a lua aparecia no céu , brilhante dando a neve
um prateado muito bonito. Gina caminhava a sua frente parou e
olhou para o céu e sem se virar comentou.
- É um belo luar... lembra-se foi numa noite assim que você me
deu o primeiro beijo, só a lua como testemunha...
- É..- limitou-se Harry a dizer , agora ele desejava
ardentemente voltar para dentro da Toca.Sabia o que estava por
vir, escutar Gina se queixar do fora que ele deu nela.
Ainda de costa ela também relembrou.
- Foi numa noite assim também que você me abandonou...
Não disse? Harry meio irritado respondeu.
- Ora Gina, não vamos desenterrar isso agora...éramos apenas
garotos , crescemos, agora você é uma mulher...
- Você me fez mulher! Ou já se esqueceu?. - retrucou ela com
raiva, virando-se rapidamente para ele, a magoa e a fúria estavam
projetados em seus olhos. Harry achou que ela não tocaria naquele
assunto, que ele considerava tão delicado, mas ela estava levando
tudo a tona novamente.
Era verdade, Gina no seu desespero de que Harry a deixasse , se
entregou a ele, mas eram jovens e inconseqüentes, deixou-se levar
por ela, se rendeu aos seus encantos sedutores.
Mas depois disso descobriu realmente , que, infelizmente, não
era o que ele realmente queria , não daria certo ,uma semana
depois ele a deixou definitivamente, iria em poucos dias entrar
para o Gergana não adiantava engana-la, pois ele iria partir, por
um tempo indefinido, não valia a pena levar em frente.
Os dois nunca contaram a ninguém sobre esse breve
relacionamento frustrado, mas o que ele não entendeu era como ela
se casou tão de repente com Draco.
- Escuta Gina, se você não gosta do Draco, então porque se
casou tão rápido com ele?
- Por raiva , de você, de mim ,- respondeu irritada mas sem
firmeza - queria te magoar se casando com seu pior inimigo, mas o
tiro acabou saindo pela culatra. Queria te castigar, castigar a
mim...por não termos ficado juntos...
- Gina ...me desculpe mas não ia dar em nada...não iríamos
ser felizes...- disse desapontado.
- Tudo bem Harry - fungou ela desapontada, lutando para não se
desmanchar em lágrimas , mais ainda - não é culpa sua se você
não me ama, eu que não soube como encontrar o caminho para
chegar ao seu coração, e agora ele deve estar mais interditado
do que nunca...
Luck apareceu na porta, Lilly estava com ele , a menina se
afeiçoou muito a ele, por um milésimo de segundo Harry achou que
eles até se pareciam um pouco.
- Mamãe , o vovô está te chamando...
- Já vou querido - respondeu Gina limpando os olhos , não
queria que ninguém visse que ela chorou.
Ele olhou condoído para ela , nunca queria vê-la naquele
estado , ele a queria bem , mas como a uma irmã. Uma irmã que
nunca teve.
Gina levantou os olhos para Harry e murmurou.
- Pelo menos uma parte de você ficou comigo...
E saiu em direção a casa, Harry não entendeu direito o que
ela quis dizer com isso, imaginou que ela ainda guardava parte do
amor dele, ou coisa assim.Deu de ombros e voltou para a casa para
se reunir aos outros.
********
Passado as comemorações de fim de ano , Harry se encontrou com
Mary no salão principal, ela ajeitava carinhosamente a capa de
seu filho Harnold, com a varinha reparava um rasgo bem grande.
- Da próxima vez , cuidado com aquelas plantas. Bem que Lana
não devia deixar aquelas coisas crescerem tanto.
- Está bem , mãe, terei cuidado da próxima vez, até logo . -
disse ele dando um beijo nela e saindo correndo em direção a sua
casa ,a Sonserina. Harry viu o menino se afastar e imaginou se por
acaso Mary tivesse estudado em Hogwarts ela fosse da Sonserina.
- Harry. - chamou Mary, dessa vez ela usava as vestes comuns dos
professores, seu cabelo preso numa trança, estava muito bonita. -
aceitaria jantar essa noite, lá em casa?
- Jantar? - perguntou ele , já fora convidado para almoçar
enquanto investigavam o Morag, mas jantar era diferente.
- Então? - perguntou ela ansiosa pela resposta.- vai ser uma
coisa simples...
- Tudo bem . - aceitou ele .
Mary sorriu satisfeita.
- Espero você as oito, até mais - e saiu pelo mesmo caminho
que seu filho fizera a pouco, com a trança balançando , junto
com sua capa.
A noite avisou a Sirius para onde iria, Black levantou os olhos
do jornal que lia e olhou Harry divertidamente.
- É bom , vê-lo saindo um pouco, para se divertir...pode ir
sossegado que olharemos Lilly para você.
Se divertir? Seria apenas um jantar nada mais , pegou sua
vassoura e partiu.