A cabana estava iluminada , Harry bateu na porta e esperou
pouco , uma voz de lá de dentro , pediu.
- Pode entrar está aberta.
Harry entrou na cabana um fogo aconchegante crepitava na
lareira, na mesa travessas fumegavam exalando um cheiro
apetitoso, uma garrafa de vinho acompanhava os pratos.
- Nossa - admirou-se ele - não imaginava que a coisa seria
tão formal assim , deveria estar vestido para a ocasião.
- Não seja tolo.- brincou ela ,seus cabelos estavam soltos o
brilho do fogo emprestava a eles uma beleza ainda maior.- Só
caprichei um pouquinho , você devia é ter visto o almoço de
natal.
Para Harry, a idéia de almoçar junto com Severo Snape não
era o que ele imaginava como um belo almoço de natal.
- Então vamos sentar , preciso contar o que descobri.
A conversa se prolongou até o meio da noite, entre um copo e
outro de vinho , ele começou a se sentir sonolento, Mary ia
completar novamente o cálice dele , mas ele a impediu colocando
a mão na boca do cálice.
- Chega Mary, senão eu vou acabar voando na direção
contraria e ir bater num aeromovel trouxa.
- Tem razão - concordou ela, depois acrescentando
zombeteiramente.- nunca voe na sua vassoura depois de beber, e
nunca beba antes de voar.
Os dois riram divertidamente, ele a olhou para de uma maneira
que nunca tinha olhado, ela continuava sorrindo, sem pensar
direito acariciou os cabelos e o rosto dela, Mary fechou os
olhos, parecia gostar do toque dele em seus cabelos e em seu
rosto.
Harry abraçou Mary com força , beijando-a com furor, mas
logo em seguida como se algo atingisse sua mente ele a largou,
recuando assustado.
Constrangido , sentou-se na cama cabisbaixo, balançando a
cabeça.
- Me desculpe , Mary - murmurou ele.
- Desculpar-se pelo o que ? - perguntou ela, desapontada,
sentando-se ao seu lado.
- Sabe o que é , acho que ainda é muito cedo... não estou
preparado para começar uma nova relação...entende ?
- Entendo ...- concordou Mary com uma pontinha de
frustração, percebendo nitidamente que Harry estava se
referindo a Ingrid, até quando ele viveria atormentado pela
morte da esposa?. - você deve te-la amado muito..sente muito a
falta dela.
Ele concordou calado ,balançando a cabeça.
- Você não fala muito sobre ela , as vezes se abrir para
alguém ajuda a aliviar
Harry a encarou surpreso.
- Tem razão - concordou olhando no fundo dos negros olhos
dela - quando Ingrid morreu , fiquei tão desorientado que nada
mais importava , queria morrer também, mas meus amigos lembrou
que ainda tinha Lilly e que ela precisava de mim , - fez uma
pausa olhava agora para o chão , parecia um menininho
desamparado , suspirou e recomeçou a falar - Acho que ela
ficaria magoada se eu descuidasse da nossa filha, pois a ultima
coisa que ela me disse era para que eu cuidasse de Lilly
enquanto tivesse fora.
- Ela deveria ser uma pessoa muito séria e responsável.
Harry a encarou, mas agora tinha um sorriso se formando em seu
rosto.
- Pra falar a verdade , Ingrid era a moça mais louca e
divertida do Gergana, vivia sorrindo e era muito extrovertida,
foi isso que me fez me apaixonar por ela.
Ficaram calados por um tempo , se olhando , então
inesperadamente ele se levantou.
- Preciso ir , Mary , obrigado pelo jantar e mais uma
desculpe, não vai acontecer de novo.
- Que pena, hã quero dizer, tudo bem até amanhã .-
despediu-se beijando o rosto dele.
- Até . - e saiu.
Aquela noite Harry não dormiu , estava tão confuso , será
que ele realmente gostava de Mary ou tudo que aconteceu foi por
causa de uma dose excessiva de vinho ? Revirou-se na cama a
noite toda , só foi dormir quando o dia estava amanhecendo,
justo quando tinha que ir a escola.
Na sala de aula ele estava tão sonolento que os alunos
brincavam dizendo que ele estava com feitiço do morto vivo,
Rony o encontrou na hora do almoço.
- Nossa cara! você está horrível - comentou ele .
- Eu digo o mesmo de você .
- É mas eu tenho um motivo .
- Falando nisso como está Mione?
- Bem melhor , finalmente os enjôos pararam, mas Mike está
tendo uma crise de ciúmes prematura.- suspirou Rony , Harry riu
apesar de estar extremamente cansado.
- Estive essa noite com a Srta. Snape.
- Ainda pesquisando o bicho?
- Não foi mais um convite para jantar...
- Um jantar hein? Apenas um jantar?
- Ora rony, onde está querendo chegar?
- Um jantar apenas não dura uma noite toda , já que não
dormiu bem - disse ele dando uma piscadela maliciosa.
- Rony, poderia até ter acontecido algo, mas não ouve nada,
se é isso que está insinuando.
- O que? - disse ele indignado - teve a oportunidade de ter
uma noite maravilhosa com Mary e desperdiçou?
- Rony! Pensei que tivesse um pouco mais de consideração com
Mione.
- E tenho , mas você está livre e desimpedido.
- Mas não quero ter nada com ninguém - respondeu ele
vigorosamente - ainda sinto a falta de Ingrid.
- Ah, entendo, mas você não pode ficar sozinho para sempre,
Lilly também precisa de alguém que fizesse um papel de mãe...
-Lilly não precisa de uma mãe! - cortou ele aborrecido.-
estamos nos virando muito bem.
- Eu sei - concordou Rony - mas você está muito solitário,
e ainda é jovem.. .
- É melhor pararmos por aqui Rony. - disse ele se levantando
negando-se a prolongar as conversa, a falta de sono alterara um
pouco seu humor , mudado de assunto diz ao amigo - diga a Mione
que desejo melhoras a ela, até mais .
Saiu pelo saguão , iria ver se o prof. Grant tinha alguma
poção para ele ficar mais desperto, claro que se Snape fosse
ainda o professor de poções essa idéia nem passaria pela
cabeça dele.
Harry achou que nunca seria capaz de amar outra pessoa ,a não
ser Ingrid, a falta dela ainda era uma ferida aberta que estava
demorando para cicatrizar , qualquer toque fazia doer
intensamente, mas por outro lado Rony tinha uma certa razão ,
Lilly precisava de alguém , ele mesmo precisava de alguém , as
vezes ficava observando o modo como Mary tratava a todos ,
principalmente a Lilly, era tão gentil. Mas não! Ainda era
cedo, ou era um medo de amar de novo?
Mais uma noite chegou e ele continuava a não conseguir dormir
, parecia que tinha espinhos na cama, levantou-se e foi até
janela , abriu-a deixando o vento gélido o atingir. Mas nada
aplacava o fogo que sentia dentro do seu peito , ele tinha que
vê-la , mesmo que fosse preciso aparatar, e foi o que fez.
Era plena madrugada quando ele aparatou na frente da cabana de
Mary , por um momento se sentiu ridículo estar no meio da noite
de pijama na porta dela, mas mesmo assim bateu.
Demorou um pouco para atender , a porta se abriu e Mary muito
sonolenta embrulhada num penuar rosa foi atender.
- Pensei que não gostasse de aparatar.- disse ela esfregando
os olhos para espantar o sono.
- Ainda não gosto, mas não conseguia dormir...
- Mas eu consegui dormir e você me acordou - retrucou ela
bocejando se afastou um pouco da porta para dar passagem a ele
passar - entre, senão pegará um resfriado.
Ele entrou lutando para se controlar , quando ela fechou a
porta atras de si, ele não agüentou mais , puxou Mary ao
encontro dele, fitando-a carinhosamente.
- Harry? mas o que ...- antes que dissesse mais alguma coisa
ele a beija apaixonadamente, por uma pequena fração de tempo
ela fica espantada mas logo depois deixa-se levar pelos beijos
carinhosos dele.
Ainda tinha os olhos fechados, quando ele parou para tomar
mais fôlego, abri-os lentamente e pode ver seu olhar
contempla-la com paixão.
- Harry... - murmurou , ele voltou a beija-la apertando corpo
o dela com vigor contra seu, continuava a beijar sua boca, seu
rosto , pescoço.
Dominado por um desejo crescente levantou-a no colo e sem
tirar os olhos dos dela a levou para a espaçosa cama, com
estralar dos dedo Harry apaga as luzes e naquela penumbra
aconchegante, se permitiam , se entregaram de corpo e alma, nada
mais importava naquele magico momento, se amavam apaixonadamente
, alheios a tudo que acontecia lá fora, alheios ao vento frio e
cortante soprava do lado de fora, alheios as arvores que
balançavam com a força do mesmo vento, alheios ao par de olhos
amarelos maldosos de um corvo que observava ao longe a cabana,
de forma ameaçadora , logo depois levantando vôo em direção
a escola.
Quando amanheceu, Harry acordou , se sentia ótimo comparado
aos últimos dias , esticou o braço procurando por Mary , mas
não encontrou ela ao lado da cama, se levantou, vestiu o robe ,
na mesa um chá esfriava ao lado de torradas com geleias.
A porta bateu , será que era Mary ? Mas não era, quando
abriu a porta deu de cara com Snape ele carregava uma cesta com
frascos de poções, uma encomenda que Mary havia feito para
curar a alergia dos unicórnios, primeiro momento ficaram se
olhando sem dizer nada, o velho mirou-o, seu rosto se contorceu
numa expressão de desaprovação total. Também pudera, vir
visitar a filha e se deparar com Harry apenas de robe dentro da
casa dela.
Snape pode ver a cama desarrumada por trás dos ombros dele,
as roupas pelo chão, os travesseiros espalhados, denunciando
que Harry não viera lá apenas para pedir uma xícara de
açúcar emprestada.
- A Mary não está no momento...- disse Harry hesitante,
sentiu corar intensamente, Severo passou por ele sem dizer
palavra alguma ,largou a cesta em cima da mesa quase derrubando
todo conteúdo da xícara de chá .
Antes de sair jogou outro frio olhar para ele e saiu batendo o
pé , Harry deu de ombros para que se preocupar com Severo ?
Afinal Mary era adulta e muito independente, mãe de um garoto
de onze anos.
Quando terminou o chá ela entrou, como ele, parecia muito
animada, Harry contou o ocorrido com Snape, ela riu muito , que
quase engasgou .
Ele a puxou para o seu colo e a beijou , mas Mary gentilmente
o afastou.
- Acho que temos que ir para as aulas...e você só veio de
pijama - lembrou ela.
- Ah é verdade - respondeu um pouco chateado -. Mas nem eu
gostaria de ir, queria ficar com você...
- Eu também, mas meu pai nos viu , e se não irmos ele vai
contar a todos o motivo.
Mesmo assim ele a abraçou de novo , olhou fundo em seus
olhos, e o que viria dizer naquele momento, achou que nunca mais
falaria para mais nenhuma mulher desde Ingrid, mas sussurrou nos
ouvidos de Mary quando afundou o rosto nos cabelos dela.