Tanto em Comum - Capítulo 3 - Incantatem
Capítulo 3 - Incantatem
 
Diana passou o resto das resto das férias tentando aprender o máximo possível sobre as matérias mágicas. Além disso tinha que cuidar de Filé que estava realmente crescendo. Também ajudava Susane a arrumar a casa. Quando não estava fazendo nada disso, estava escrevendo para Lilly, elas se corresponderam o resto das férias.
O único problema de Diana era ter que aturar 2 horas de viagem sozinha no dia do embarque pois Lilly já estava no castelo. Além disso, estava curiosa para saber em qual casa ficaria. Lilly tinha contado que eram 5 casas em Incantatem: Lincy, Floris, Trancis, Estis e Salmas. Cada uma valorizava uma característica pessoal.
No dia 1o de setembro, Diana acordou bem cedo, Arrumou todo o material no malão e prendeu Filé na gaiola que tinha comprado. Pôs o leite e a comida para Nys, aprontou o café e pôs a mesa antes de Susane acordar.
Só iriam embarcar as 3:30, Diana ficou louca de ansiedade o dia todo. Saíram de casa as 2hs. A estação era no fim da Galeria Quadrante. Foram mais uma vez até a lanchonete. Ainda parecia extremamente apertada, mas a ausência da multidão uniformizada a deixava mais aturável. As únicas pessoas que estava lá dentro eram uma mulher de pouco mais de 30 anos e um garoto que deviam ser seu filho.
Diana ficou com o olho parado na mulher. Usava os cabelos curtinhos, castanho meio avermelhados e grandes olhos castanhos. Era magra, de corpo atlético, e era bonita. O menino era bastante parecido com ela, mas o nariz era bem diferente. Tinham a mesma cor de olhos, o mesmo formato do rosto.
- Anda menino comia lentamente um salgado e tinha metade do copo cheio de suco. O senhor que era dono do local apareceu vindo da cozinha.
- Susane! Veio trazer a menina?
- Vim sim.
Entraram pelo mesmo caminho de quando vieram comprar o material. Desceram a rua toda até entrarem na estação. Uma placa informava Próximo Trem ? Galeria Quadrante- Beco de Sampa 4hs?Plataforma. Embaixo a placa seguinte informava Expresso para Incantatem 3:30? Plataforma B.
Haviam dezenas de famílias se despedindo ali. Filé começou a piar para as outras corujas. Diana viu as inúmeras meninas vestidas como ela. Até que pôs os olhos em uma que devia ser uns 3 aos mais velha d que ela. Tinha pele levemente morena, os cabelos castanhos muito escuros e muito compridos e olhos verdes esmeralda. Do lado dela, estava um menino de pele da mesma cor da menina, os cabelos mais claros, raspados e olhos verdes escuros. Ele não devia ter mais de 11 anos. Era bem baixinho e gordinho.
Foi aí que Diana reparou que ele estava com as vestes da escola. Eram de um tom mais escuro que as dela. Eram compostos por uma calça e uma blusa de botão da mesma cor. Na altura do peito, do lado esquerdo da blusa estava bordado o brasão do colégio. O escudo era dividido em cinco partes. Em cada uma delas tinha um pequeno símbolo. Em um a face de um gato, em outro um lírio, o terceiro era um dragão vermelho, o quarto dois anéis entrelaçados e o ultimo era um animal que na frente era uma águia gigantesca e atrás cavalo. Diana reconheceu imediatamente: eram hipogrifos.
Só então Diana reparou que em suas vestes também tinha o escudo do colégio. Na altura do quadril, estava o brasão. Aonde as partes se encontravam, havia uma estrela de metal. Em baixo, tinha as iniciais da escola, EMBI. Era um escudo bonito.
A menina falava com os pais:
- Pode deixar, mãe, eu cuido do Bruninho.
- Eu não preciso que você cuide de mim!-respondeu o menino
- Ah! Cala a boca Bruninho!
- Ana Carolina e Bruno, parem agora. – Disse a mãe.
Diana virou-se para Susane. Ela estava com lágrimas nos olhos.
- Mãe não chora...
- Eu lembro da minha 1a ida a Hogwarts... E do meu ultimo desembarque. Sinto saudades das festas e farras, de todos os amigos que nunca mais vi e daqueles que sem querer me separei.
- Mãe, você sente muita falta de Narcisa, né?
- Eu lembro dela pequenininha, com 11 anos entrando no trem, e dela já formada, trocando um beijo de despedida com Sírius... Sim, eu sinto falta dela.
Uma lágrima correu o rosto de Susane. Ela abraçou a filha e apertou bem forte.
- Tome cuidado hein, nada de passar dos limites!
- Pode deixar.
- Qualquer coisa é só escrever.
- Claro mãe.
- Te vejo no Natal, então?
- Acho que sim.
Diana pôs o malão dentro de uma das cabines do trem e correu para fora. Abraçou Susane mais uma vez, deu um beijo na barriga dela.
- Cuidem bem da mamãe, viram!
E entrou no trem.
A locomotiva começou a sair da estação. Diana estava sozinha na cabine. Então entrou a menina que ela vira na plataforma com o irmão. Ela olhou Diana e perguntou:
- Você tá sozinha aqui?
- To.
- Posso trazer meu irmão pra cá?
- Pode.
- Você é do primeiro ano, não é? Ele também. Aliás, qual é seu nome?
- Diana.
- Prazer. Meu nome é Ana Carolina, pode me chamar de Carol.
A menina saiu e voltou alguns minutos depois com o menino que Diana tinha visto na plataforma com ela e um malão.
- Diana, esse é meu irmão Bruninho. Ninho essa é a Diana.
- Oi.
- Oi.
- Bom, eu vou lá, as meninas estão me esperando.
Ela saiu e Diana e Bruno ficaram sozinhos. Ele começou a falar primeiro.
- Você é do segundo ano?
- Não sou do primeiro.
- Eu também. Você tem quantos anos?
- Onze e você?
- Faço onze em dezembro.
- Todo mundo da sua família é bruxo?
- Meu pai, eu e a minha irmã. Minha mãe é trouxa e você?
- Ah! Meu pai era trouxa. Minha mãe é, como é que se chama? AH! Lembrei! Sangue puro...
A porta de cabine abriu. O menino que Diana vira na lanchonete com a mãe estava na porta, com o malão do lado.
- Dá licença, posso sentar aqui?
- Pode- respondeu Diana- Qual seu nome?
- Yan, e vocês?
- Diana.
- Bruno.
- Vocês são do primeiro ano?
- Somos- disse Bruno- Você também?
E foram juntos conversando os três até chegar a estação. Lá quando desceram Lilly estava esperando. Ela abraçou Diana. E Diana começou as apresentações:
- Meninos, Lilly. Lilly, esses são Bruno e Yan.
Os dois ficaram algum tempo olhado pra ela até serem acordados pela voz da menina.
- Entrem nas carruagens, elas vão nos levar pro castelo. Ah, é lindo! Até mais que Hogwarts e maior também! Minha mãe não deixou eu ver que casa eu vou ficar. Meu avô deixava eu usar o chapéu seletor, eu quero ser selecionada logo!
As carruagens eram pérola, todas trabalhadas. Na porta tinha o brasão da escola e eram puxadas por belos cavalos brancos. O quatro entraram na carruagem.
Após alguns minutos, eles desceram na frente de um belíssimo palácio. Era todo marfim e reluzente. Belas torres se erguiam imponentes atrás de uma cortina de água, como uma cachoeira vinda do nada. Um grande jardim ocupava grande parte do lado direito do castelo do outro lado haviam algumas estufas e uma cabana de madeira.
A cortina d’ água terminava em um lago reluzente, e na frente dele o gramado aonde estavam parados.
- Uau!- Foi a única coisa que conseguiram dizer.
Uma menina de vinte e poucos anos juntava os alunos do 1o ano. Os demais se dirigiam aos barcos do lado oposto. Era mais ou menos alta, tinha cabelos ruivos e encaracolados. Seus olhos eram castanhos claros e ela vestia o uniforme da escola com chapéu de professora.
- Olá eu sou Fernanda, inspetora do colégio. Vocês vão ser selecionados daqui a pouco para suas respectivas casas. Mas conversaremos lá dentro. Entrem nos barcos, de quatro em quatro.
Diana, Lilly, Bruno e Yan entraram no barco mais próximo. Fernanda bateu a varinha na margem e os barcos deslizaram silenciosamente pelo lago. Quando se aproximaram da cortina d’água, Fernanda voltou a falar:
- Prestem atenção isso será útil. Paratis!
A água parou de cair no espaço aonde eles passavam e só recomeçou quando o ultimo barco passou. Foram descendo dos barcos e continuaram juntos. Foram subindo as escadas do palácio atrás de Fernanda. Quando chegaram ao Hall de Entrada, se surpreenderam. O teto era todo de vitrais que mexiam. Eram vária fadinha que voavam e sua luz iluminava o Hall.
Fernanda os conduziu até uma sala, tinham vários pufes pretos no chão. Fernanda fez sinal para que sentassem e ela mesma sentou em uma mesa que estava ali. Abriu um imenso sorriso, que a fez parecer ainda mais nova.
- Bem vindos a Incantatem.-começou- Daqui a apenas alguns minutos a cerimônia de seleção vai começar. São cinco casas em Incantatem. Cada uma valoriza um tipo de personalidade. Elas se chamam Lincy, Floris, Trancis, Estis, e Salmas.- A cada nome que ela falava surgiam da ponta da varinha os símbolos das casas. O de Lincy era o rosto de um gato preto em um fundo roxo. Floris um Lírio em um fundo branco. Trancis um dragão vermelho em um fundo verde. Estis dois anéis entrelaçados em um fundo vermelho. E Salmas um hipogrifo em fundo azul.
- Lincy valoriza os aplicados de inteligência desenvolvida. Floris os bondosos e pacientes. Trancis os ambiciosos, de força interior. Estis os corajosos, ousados e leais. Salmas os orgulhosos de pensamento perspicaz. Seus atos, se corretos e favoráveis, renderão pontos as suas casas. Mas seus erros as farão com que os descontem. Casas serão como famílias. Vocês terão aulas com elas, dividirão o mesmo dormitório, passarão o tempo livre em seus salões comunais... Bom agora, vamos, todos estão esperando a seleção começar.
Elas os organizou em fila indiana e abriu a porta lateral da sala que dava no salão principal. Cinco mesas de mármore branco ocupavam o salão. As cadeiras eram de madeira branca também. Em cima de cada mesa flutuava o símbolo da casa a qual pertencia.
De frente para as mesas, uma outra mesa em semicírculo, aonde sentavam os professores. Fernanda se sentou na ponta dessa mesa. A mãe de Lilly se levantou e começou a falar.
- Mais um grupo que se inicia. Chamo-os agora para serem selecionados. Mas antes, devem prestar o juramento. Repitam depois de mim. Eu juro, -todos os alunos novos repetiram- Nunca quebrar o sigilo sobre magia. Honrar minha casa, ama-la e respeita-la. Eu juro, manter minha cabeça oca; após os sete longos anos que aqui estudarei. E por fim, juro solenemente não fazer nada de bom!
Todos os veteranos riram, inclusive os professores e Helena.
- Venham aqui assim que chamados, peguem a varinha seletora. Ela irá mostrar sua casa de coração. Depois, a devolvam a sua almofadinha e sentem-se na mesa indicada.
- Ana Paula!
Uma menina magrinha de cabelos muito longos e castanhos foi andando até a varinha e a pegou. A ponta da varinha explodiu e o símbolo da Estis subiu para o teto ao mesmo tempo que uma voz gritava o nome da casa.
Diana ficou se perguntando qual seria sua casa. Enquanto isso, o menino chamado Augusto era selecionado para Lincy. Ela deixou o pensamento vagar sem rumo até ouvir:
- Bruno Cezar!
- Estis!
Ela olhou o símbolo subir e viu que o teto parecia o céu. As estrelas brilhavam. Ela ficou as observando. Até que:
- Diana Night!
Ela foi andando e pegou a varinha. O símbolo dos dois anéis entrelaçados sob o fundo vermelho subiu no ar ao mesmo tempo que uma voz gritava "Estis!". Ela viu que ao mesmo tempo que o brasão de Incantatem em suas vestes tinha sido substituído pelo de Estis.
Foi andando e se sentou do lado da garota que também tinha sido selecionada para Estis/
- Oi, Ana Paula, prazer.
- Oi, Diana, prazer.
- Tomara que minhas primas também fiquem na Estis!
- Quem são?
- Aquela magrinha de cabelo liso escuro é a Luiza. A mais gordinha de cabelos ondulado é a Thais. Você já conhece alguém?
- Hum... Só o Bruno a Lilly e o Yan.
Então Bruno trocou de lugar e sentou do lado de Diana. Eles continuaram assistindo a seleção. Para a felicidade de Ana, Luiza e Thais também foram para Estis. Lilly e Yan também. Além deles, três garotos do primeiro anos se sentaram perto. Um muito tímido, que se chamava Gabriel, um gordinho palhaço que se chamava Luís, e um muito bonito que se chamava Márcio.
Comeram muito no banquete. Os pratos eram de porcelana e os talheres de prata. As taças eram de cristal. Os pratos depois de acabados se enchiam por mágica.
Depois de comerem, teve o discurso de Helena Dumbledore. "Espero que aproveitem o ano letivo, não aprontem muito e blá blá blá". Então começaram a se retirar. A irmã de Bruno reuniu a turma do primeiro ano para conduzi-los a torre da casa. Saíram do salão para o Hall de Entrada. Subiram uma escada na esquerda então desceram um grande corredor a direita.
Levantaram a tapeçaria de uma aristocrata e encontraram um corredor que terminava em uma escada em espiral, a direita da escada, abriram um quadro como se fosse uma porta. Seguiram por um ultimo corredor, que terminava em uma estátua. Era uma mulher, muito loira, vestida como uma fada.
- Uma veela- comentou Carol- Meninos, cuidado. Não conversem com ela. Sapos de chocolate!
Assim que ela falou aquelas palavras a estatua veela se mexeu. Dançou alguns segundos e a parede e se abriu mostrando um largo aposento.
Os meninos ficaram parados, olhando para a estátua de veela como se estivessem hipnotizados.
- Meninos, entrem!_ Chamou Carol.
Eles pareceram acordar de um transe. Ana Luiza e Thaís deram uma risadinha. Lilly balançou a cabeça. Diana ouviu Carol ralhar com Bruno.
- Nem parece que tem ascendência veela! Caindo como um patinho.
- Era uma estátua, como eu ia saber?
- Qualquer veelazinha te faz ficar assim.
Bruno resmungou qualquer coisa em resposta. Então entraram no salão comunal. As paredes eram revestidas por papel de parede vinho. A lareira era de mármore branco com detalhes dourados. Pequenas mesas redondas para quatro pessoas ocupavam uma parte do salão. Do outro lado, sofás, pufes e poltronas rodeavam a lareira. Eram todos de almofadas vermelhas e armações brancas. Em cima da lareira, tinha um quadro com uma moça, muito bonita de vinte a poucos anos. Lembrava muito a inspetora Fernanda, a não ser pelo detalhe de ter olhos como do Bruno. Vestia um vestido dourado, mito bem trabalhado. Ajeitava o cabelo com uma mão. Ali se notava um anel que eram duas alianças entrelaçadas. A outra repousava sobre o vestido.
- Essa é Melanie Estis, fundadora dessa casa.
A moça da foto sorriu e assentiu com a cabeça.
- Bem vindos a Estis.- ela falou com sua voz melodiosa que fez todos os meninos a olharem embevecidos como se ela fosse uma veela.
- Meninos! Sempre se deixando enfeitiçar por veelas...-comentou Carol.
- Devem ser escolhidas pessoas com ascendência veela pra essa casa, não? – Perguntou Diana- Carol, Bruno, eu tenho ascendência veela também...
- Nada a ver.-respondeu Lilly- Não tem ninguém veela na minha família.
Carol indicou a porta do dormitório dos meninos a eles e a das meninas a elas.
Era um quarto muito grande e bem arrumado. Sete camas de casal se enfileiravam e entre elas, pequenas penteadeiras com espelhos e porta-retratos. As camas tinham cortinas vermelhas e eram de madeira branca, combinando com o chão e as paredes de mármore.
Estavam toda muito cansadas, se trocaram e caíram na cama.

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