Harry Potter e a História de Olívio Wood - Parte 3
Parte 3
- Olívio!-
gritou Harry e correu na direção do amigo- Olívio, a quanto tempo!
- Harry... –disse Olívio, com a voz embargada
pelo choro, abraçando o amigo. – você ainda está por aqui, claro,
na época em que eu saí da escola você fazia apenas o terceiro ano...
Minha nossa, como você cresceu! – disse, soltando Harry e o olhando
com atenção- Você era só um pingo de gente, agora é quase um homem!
Harry sentiu
o rosto corar.
-É, talvez... –disse Harry quando Rony começou a se contorcer
para esconder um riso – Faz dois anos, heim... o que você tem feito?
- Weasley!
–disse Olívio, como se tivesse acabado de perceber que Rony estava
ali – Você também está um homem!
Rony corou e
olhou Olívio com surpresa; ele nunca tinha lhe dirigido a palavra.
-Er... oi, Wood.
-O que você tem feito, Olívio? –perguntou-lhe novamente Harry
- Ah, Harry,
tantas coisas... estou trabalhando em um clube não muito famoso de
quadribol eganhando mal
pra caramba... estava aqui lembrando daqueles tempos... que doces
tempos... – disse, limpando com o dorso da mão as lágrimas que
insistiam em sair de seusolhos.
– Harry, minha vida está sendo muito dura comigo.
- Como assim?
–perguntou-lhe Harry, curioso.
-Minha
mãe morreu no dia em que eu cheguei em casa, com uma vassoura e
uniformes sujos de honra. O dia mais feliz da minha vida se tornou o
mais triste, Harry...
Harry baixou a
cabeça. Sentia lágrimas surdas descerem de seus olhos, mas não estava
com muita vontade de chorar na frente de Wood. Sabia o que o velho amigo
sentia, sentia isso toda vez que se lembrava de uma luz verde ofuscante
e de uma gargalhada fria e falsa.Rony
observava tudo atentamente.
- Meu pai
nunca morou comigo. Para falar a verdade, morou, sim, mas se mudou
quando descobriu que mamãe era bruxa. Ele era trouxa. Do dia em que
minha mãe morreu em diante, eu tive que me virar sozinho.Trabalhar é bom, Harry, eu realmente acho. Mas eu trabalho
muitoe não consigo nem osuficiente para comer! Nossa, que saudade dos tempos de
Hogwarts...
Harry passou a
mão pelo rosto a fim de limpar as lágrimas e olhou para Olívio que
ainda chorava. Olívio fora capitão do time de quadribolda Grifinóriapor algum tempo e sonhava em vencer a Copa das casas. Só
conseguiu atingir seu objetivo no último ano em Hogwarts, ano em que
Harry fazia o terceiro. Era um rapaz forte, de dezenove anosde idade, com uma espécie de brilho obsessivo os olhos.
- Vai, Harry,
estou te atrapalhando... quando quiser falar comigo, eu estou morando
nesse endereço aqui... – tirou a varinha do bolso e conjurou um pedaço
de pergaminho com um endereço escrito – sua coruja vai saber achar...vejo Edwiges muito por aquela região, acho que ela tem um
paquera. Agora, preciso que vocês me deixem sozinho ... quero pensar um
pouco mais na minha vida...
Harry se
levantou. Não disse adeus verbalmente, mas seus olhos disseram por ele.
Não conseguia falar. Só conseguiu falar novamente alguma coisa quando
entraramna Torre da Grifinória.
- Mione.
–disse, sentando em uma poltrona macia ao lado da lareira. – Mione,
cadê a Mione?
- Não sei...
eu estava com você, lembra?
- Sim, eu sei,
Rony. – falou, um pouco zangado- Não falamos com ela ainda hoje,
lembra?
- É, lembro
sim... você acha que ela está com raiva da gente?
- Acho sim. A
Mione fica com raiva de tudo.
- É
verdade...
- Precisamos
encontrá-la – dizendo isso, se levantou, sem ao menos esperar que
Rony concordasse ou dissesse “vamos” , porque estava sesentindo muito mal com isso.
Harry desceu
as escadas febrilmente. Rony o seguiu falando alguns palavrões
inaudíveis. Quando chegaram até o saguão principal, avistaram duas
figuras à beira do Lago do castelo. Havia duas garotas sentadas à
beira do lago. Harry reconheceu em segundos.
- São elas.
–disse Harry, começando a correr.
Harry percebeu
que Mione chorava; Rony mal se preocupava com isso, estava mais
interessado em quando iria experimentar sua Firebolt.
Harry apressou ainda mais o passo, deixando Rony resmungando para trás.
Quando se aproximou um pouco mais das meninas, a ruivinha Gina se
levantou.
- Mione, mas
vocês não são amigos? – Harry ouviu a garota dizer um pouco melosa
-Eu sei que é difícil
pra você...sabe, eu também
tenho problemas com meus amigos... principalmente com meus irmãos...
você sabe, Fred e Jorge não dão moleza...
- É, Gina ,- Harry ouviu Mione responder chorosa – mas você não estava
acordada na hora... Gina , eles me ignoraram completamente...parece que eu tinha me metido num momento só deles... eu sei
que os homens também têm o que falar sozinhos... mas, que tivessem
dito! Eu saía na boa, sem ficar chateada... Mas acontece que eles me ignoraram!
– Hermione olhou para baixo – E você sabe que eu odeio ser
ignorada... mas eu não vou conseguir ficar sem meus amigos!
- Ah, Mione...
então você já sabe o que fazer!- disse Gina , olhando para trás e percebendo que Harry se
aproximava e que Rony estava logo atrás – Olha, Mione, o Harry e o
Rony vêm aí. Vou dar um passeio pela propriedade, talvez falar com
Hagrid, você fica aí e fala com eles, o.k.?
- Tá legal.–disse Mione, parecendo que não achava nada legal.
Ginase levantou. Foi saindo na direção contrária a de Harry e
Rony, para não Ter que falar. Fez um contorno e saiu da direção da
casa de Hagrid, que banhava agora não mais um Hipogrifo, mas uma dezena
deles e alguns outros bichos, que Ginajamais vira.
Harry chegou
perto de Hermione primeiro. Ela estava virada de modo quepudesse ver os garotos e viu uma lágrima brilhando nos olhos de
Harry. Rony chegou perto uns minutos depois, resmungando coisas inaudíveis.
Harryfoi quem falou
primeiro.
- Mione... –
não sabia o que falar, por isso abraçou a amiga, que agora chorava sem
esconder. As orelhas de Rony ficaram vermelhas -me desculpa, Mione...
Rony pigarreou
e Harry soltou Mione. Quando Rony viu que a amiga estava disposta a abraçá-lo
também, ficou ainda mais vermelho e beijou-lhe a bochecha,
carinhosamente. Harry abriu um sorriso.
- Vocês dois
–disse alegremente – formam um belo casal.
Dessa vez não foi só
Rony que ficou escarlate. Parecia que os cabelos que Rony haviam
descolorido no rosto de Mione. Os dois se soltaram e lançaram para
Harry um sorriso amarelo (ou melhor, vermelho). Harry parecia muito mais
feliz.
Os dois contaram a
Mione sobre o encontrocom
Olívio Wood no campo de quadribol.A amiga não pareceu surpresa.
- Francamente, vocês
dois... eu vi isso em uma notícia de 2002 no Profeta Diário. Vocês não
assinam?
- Papai assina sim.-
disse Rony-mas não gosta
que as crianças leiam
jornal. Ele até deixa, mas tira do jornal essas partesque têm catástrofes e coisas sobre Magia Negra e Artes Das
Trevas... ele tem medo que o Fred e o Jorge comecem a aprender muito
sobre isso...além disso eu não sou muito de ler...
- Francamente,
Rony... –disse Hermione, com um olhar semelhante ao de Minerva
McGonagall. -E você,
Harry? Ah, esqueci.... seus tios não gostam muito de você ser um
bruxo...
- É... eu não
soube disso também. Mas, me diga, Rony,seus irmãos se interessam muito por Artes das Trevas?
–perguntou Harry,as
sobrancelhas levantadas.
- Não exatamente,
Harry... – Rony deu um sorriso divertido – mas, você sabe, meus
pais fazem de tudo para afastar dos dois qualquer coisa que eles possam
usar pra fazer alguma estripulia. Eles têm mantido Fred e Jorge em casa
durante todo esse espaço de tempo do fim do ano letivo até agora. Eles
só saíram mesmo no dia do seu aniversário, e não foram sozinhos.
- Em quê eles
pensam em se especializar, Rony? – perguntou Hermione, curiosa.
- Em nada... –Rony
escondeu um riso – eles só pensam em abrir uma loja de logros, como aZonko’s. De tanto irem lá já até falaram com o dono da
loja... –e deu uma olhada ao redor para Ter certeza de que ninguém
estava ouvindo- você sabe, o Mapa do Maroto... Eles andaram fabricando
essas coisas durante todo o verão. Mamãe não sabe, é claro. Mas
acontece que existe uma pequena coleção de brinquedos como esses
debaixo da cama. Mamãe achou que prendendo Fred e Jorge em casa pudesse
impedi-losde fabricarem
coisas assim... Você sabe, por falta de material ... – e lançou um
sorriso divertido- mas são espertos meus irmãozinhos... saíram de
casa sem que ela percebesse. Só contaram isso a mim.
- E você contou a nós,
é claro. – disse Harry sorrindo e ganhando um olhar de reprovação
de Hermione.
- Mamãe não quer
anda disso. Diz que eles têm que se formar em alguma coisa decente para
ganhar dinheiro com coisas decentes... Papai não tá nem aí.
Simplesmente já fechou os olhos. Lavou as mãos, entendem? Não liga
mais. Prefere que os garotos ganhem dinheiro do jeito que querem, mas
que ganhem mesmo. Percy disse que viver
de pregar peças em pessoas devia ser proibido. Fred e Jorge riram,
papai não disse nada e mamãe olhou para Percy com um olhar de esse é meu filho! Sinceramente, eu não acho nada.
- Não mesmo, Rony?
–perguntou Hermione, um pouco zangada – Sinceramente, concordo com a Sra. Weasley
e com Percy. Onde já se viu se sustentar de coisas que podem machucar e
tudo mais?
- Pondere, Hermione,
pondere. –disse Harry dignamente-Dê uma avaliada. O Sr. Olivaras vende varinhas, certo. Uma
profissão bem digna, eu diria. Mas, preste atenção: sendo ele a única
pessoa na cidade que vende varinhas, pense em quantas varinhas ele já
vendeu para pessoas más e em quantos estragos essas pessoas acabaram
causando – disse, apontando para a própria cicatriz- Agora, você
acha que devemos culpá-lo por isso?
Hermione ficou
pensativa.
- Quero dizer,
depende tudo da pessoa que usa o objeto, não é de quem vende. Uma
bombinha pode fazer um pequeno barulho somente, mas também pode chegar
a destruir uma casa se a pessoa que a comprar estiver a usando de má fé.
Então, não vejo nada de mal em vender logros e brincadeiras. –
concluiu Harry.
Hermione continuou séria.
Rony percebeu que a garota se constrangera e resolveu mudar de assunto.
- Mione, você fez
aquela redação do Binns sobre a Revolta dos Elfos deBerlim? Você acredita que eu não consegui encontrar pesquisa
suficiente para escrever dois metros?
- Acredito. Bem, a
minha passou um pouco do que ele pediu... quatro metros... mas eu acho
que ele não vai brigar. Você pode olharpela minha, se quiser, toda a pesquisa está em um dos livros
novos.
- Mione, você já
comprou os livros? –perguntou Harry, sério.
- Comprei sim. Na
verdade, foi porque mamãe queria me mandar para cá com tudo pronto,
para não Ter que ir a Londres. Aí ela mandou uma coruja pra cá e
Dumbledore mandou a lista de material mais cedo. – disse satisfeita
pelas caras de espanto dos garotos.
- Por falar nisso,
como iremos comprar nosso material? –disse Harry, virando-se para
Rony.
- Talvez possamos
pensar nisso depois. –disse Rony, se levantando – Agora, por quenós não vamos almoçar? Meu estômago está se enrolando de
fome. Afinal, já é quase meio dia.